Precisa ser psicólogo(a) para fazer pós em arteterapia?

Precisa ser psicólogo(a) para fazer pós em arteterapia?

A arteterapia tem ganhado cada vez mais visibilidade como uma forma potente de cuidado emocional e desenvolvimento pessoal. No entanto, muitas pessoas ainda se perguntam: “Preciso ser psicólogo para fazer pós em arteterapia?” A resposta é não – e neste post, vamos te explicar tudo que você precisa saber!

O que é arteterapia?

A arteterapia é uma abordagem terapêutica que utiliza a arte como meio de expressão e autoconhecimento. Por meio de atividades como pintura, desenho, colagem, escrita e modelagem, as pessoas podem acessar suas emoções, organizar pensamentos e transformar vivências. Além disso, o processo criativo promove bem-estar, reduz o estresse e fortalece o vínculo consigo mesmo.

Não se trata apenas de “fazer arte”, mas de mergulhar em si através do simbólico. Portanto, é uma ferramenta valiosa para quem busca cuidar da saúde emocional de forma sensível, segura e transformadora.

Quem pode ser arteterapeuta?

Embora muitas pessoas se encantem com a ideia de trabalhar com arteterapia, é essencial compreender que somente quem faz uma formação específica pode atuar como arteterapeuta. Essa formação precisa ser reconhecida pela UBAAT (União Brasileira das Associações de Arteterapia), seguir diretrizes claras e ter, no mínimo, 520 horas de carga horária.

Além disso, o curso deve incluir teoria, prática supervisionada e estágio. Isso garante que o profissional esteja preparado não só tecnicamente, mas também eticamente. Portanto, buscar uma formação validada por entidades como a UBAAT, o MEC e associações regionais, como a AATERGS, é fundamental.

O que é um CRA?

CRA significa Cadastro de Registro de Arteterapeuta. Esse número identifica profissionais que concluíram uma formação reconhecida e atuam de acordo com os princípios éticos e técnicos da área.

Ter um CRA ativo é um diferencial, pois mostra que o profissional está alinhado com as exigências da categoria. Assim, ao buscar atendimento, você pode verificar se o arteterapeuta tem registro válido por meio dos sites oficiais – como o da UBAAT.

Tenho que ser psicólogo para ser arteterapeuta?

Embora muitos acreditem que só psicólogos podem trabalhar com arteterapia, isso não é verdade. A formação em arteterapia é independente da formação em psicologia. Diversos profissionais, como pedagogos, educadores, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, arte-educadores e assistentes sociais, podem atuar como arteterapeutas – desde que façam uma formação específica, reconhecida e completa.

Portanto, se você sente esse chamado, não precisa ter graduação em psicologia. No entanto, precisa sim ter uma formação em arteterapia com critérios estabelecidos por instituições sérias.

Conclusão

A arteterapia é uma profissão regulamentada pelas associações da área. Ou seja, exige formação, responsabilidade e compromisso. Por isso, apenas quem conclui um curso reconhecido, possui CRA e segue os princípios éticos da profissão pode oferecer sessões de arteterapia.

Se você tem interesse em atuar na área, procure uma instituição reconhecida pela UBAAT ou pela associação do seu estado. Afinal, cuidar da saúde emocional do outro exige, antes de tudo, preparo e sensibilidade.

Preciso ser psicólogo para fazer arteterapia
Preciso ser psicólogo para fazer arteterapia?

Referências:

Você também pode gostar de ler:

Arteterapia com abordagem junguiana: Como funciona

Arteterapia com abordagem junguiana: Como funciona

Você já ouviu falar em arteterapia com abordagem junguiana? Embora o nome pareça complexo à primeira vista, essa forma de cuidado é, na verdade, profunda, acolhedora e transformadora. E o melhor: ela permite que você se conecte com o inconsciente de maneira simbólica, sensível e criativa.

Neste post, vamos explorar como a arteterapia junguiana funciona, em quais fundamentos ela se baseia e como pode ser um caminho valioso de autoconhecimento e equilíbrio emocional.

O que é a abordagem junguiana na arteterapia?

A abordagem junguiana se baseia na psicologia analítica criada por Carl Gustav Jung, um dos maiores nomes da psicologia do século 20. Para Jung, o inconsciente é uma fonte rica em símbolos, imagens e arquétipos que influenciam diretamente nosso comportamento, emoções e escolhas – mesmo que de forma inconsciente.

Além disso, a arteterapia é uma prática que utiliza o processo criativo como meio terapêutico. Quando unimos essas duas abordagens, nasce a arteterapia junguiana: um espaço onde o fazer artístico se torna ponte para acessar conteúdos profundos da psique e dar forma às nossas vivências internas.

Como funciona uma sessão com abordagem junguiana?

Geralmente, em uma sessão de arteterapia junguiana, o foco não está apenas na conversa. Em vez disso, o convite é criar algo – uma imagem, uma colagem, uma mandala ou até mesmo um desenho intuitivo. A partir dessa criação, pode emergir um conteúdo simbólico que será interpretado ou acolhido com cuidado.

Nesse processo, é comum que símbolos e arquétipos surjam espontaneamente. Muitas vezes, o paciente nem sabe o que está desenhando, mas depois percebe que aquilo tem ligação com sentimentos, memórias ou questões inconscientes.

Ou seja, é uma jornada simbólica, em que cada imagem criada é tratada como um mensageiro do inconsciente. Isso ajuda a acessar significados importantes que favorecem o crescimento pessoal.

Exemplos de técnicas utilizadas

Para que você entenda melhor como isso se aplica na prática, aqui vão alguns exemplos de técnicas frequentemente usadas:

  • Criação de mandalas para estruturar emoções e encontrar equilíbrio interno
  • Colagens intuitivas com arquétipos que surgem espontaneamente
  • Desenhos de sonhos e fantasias, acessando material do inconsciente
  • Diálogos com a imagem criada, estimulando a reflexão profunda
  • Jornada do herói, baseada em mitos e símbolos pessoais

Embora essas técnicas sejam simples, elas têm o poder de trazer à tona conteúdos internos que muitas vezes ficam adormecidos.

E se eu não sou criativo ou não sei desenhar?

Essa é uma das maiores dúvidas – e a resposta é simples: você não precisa saber desenhar! A arte na arteterapia é vista como linguagem expressiva, e não como produção estética. Por isso, o importante é a autenticidade da criação, não sua aparência.

Inclusive, quanto mais livre você se sentir, maior será a potência do processo terapêutico.

O meu processo

Atualmente, estou me formando em duas abordagens distintas:

  • Arteterapia com base na psicologia junguiana, que valoriza símbolos e arquétipos
  • Arteterapia com base na psicanálise, que se aprofunda na escuta do inconsciente

Ambas se complementam e ampliam minha forma de atuar, oferecendo caminhos diferentes, mas igualmente valiosos, para quem busca transformação emocional por meio da arte.

Conclusão

A arteterapia com abordagem junguiana é mais do que uma prática criativa – é uma forma profunda de escutar a si mesmo. Se você deseja mergulhar no autoconhecimento, resgatar sua força simbólica e trabalhar questões emocionais com cuidado e sensibilidade, essa abordagem pode ser exatamente o que você procura.

Mesmo que cada sessão seja única, a verdade é que o símbolo, a imagem e o afeto sempre se encontram no caminho da cura.

Arteterapia com abordagem junguiana
Arteterapia com abordagem junguiana

Referências:

Você também pode gostar de ler:

Qual é a carga horária da formação em arteterapia?

Qual é a carga horária da formação em arteterapia?

Se você está pensando em se tornar arteterapeuta, provavelmente já percebeu que surgem muitas dúvidas no caminho. E uma das mais comuns, sem dúvida, é justamente essa: “Qual é, afinal, a carga horária da formação em arteterapia?”

Essa informação é extremamente importante. Afinal, diferentemente de oficinas rápidas ou cursos livres, a formação em arteterapia exige um percurso estruturado, profundo e regulamentado pela UBAAT (União Brasileira de Associações de Arteterapia).

Portanto, ao longo desse texto, você vai entender claramente quantas horas são necessárias, como funciona essa jornada e, principalmente, por que escolher uma formação reconhecida faz toda a diferença.

Afinal, qual é a carga horária mínima exigida pela UBAAT?

De acordo com as diretrizes da UBAAT, quem deseja atuar como arteterapeuta precisa cumprir uma carga horária mínima de 520 horas.

Contudo, não basta apenas acumular horas. Essas 520 horas seguem uma organização bem definida, que inclui teoria, prática, supervisão, estágio e elaboração de trabalho final.

Além disso, essa estrutura garante que você desenvolva uma base ética, técnica e emocional sólida, capaz de sustentar sua atuação profissional.

Como funciona a distribuição dessa carga horária?

A jornada formativa se organiza, geralmente, da seguinte maneira:

Teoria da Arteterapia e Fundamentos Psicológicos

  • Estudo das bases teóricas da arteterapia;
  • Compreensão das principais abordagens psicológicas (como Junguiana, Humanista e Psicanálise);
  • Psicodinâmica das cores, formas e símbolos;
  • História, fundamentos e desenvolvimento da arteterapia no mundo e no Brasil.

Vivências Artísticas e Processos Criativos

  • Exploração de linguagens expressivas e simbólicas;
  • Desenvolvimento pessoal e desbloqueio da criatividade;
  • Uso dos materiais artísticos como ferramentas terapêuticas.

Supervisão

  • Acompanhamento dos atendimentos realizados;
  • Reflexões éticas e técnicas sobre os casos atendidos;
  • Apoio constante de profissionais experientes, que orientam e oferecem feedback.

Estágio Supervisionado

  • Atendimento real de clientes, sob acompanhamento e orientação de supervisores;
  • Registro dos processos, elaboração de relatórios e discussões aprofundadas;
  • Desenvolvimento da escuta terapêutica, da condução de sessões e da postura profissional.

Trabalho de Conclusão ou Monografia

  • Escolha de um tema, desenvolvimento de pesquisa e reflexão teórico-prática;
  • Produção de um trabalho que sintetiza sua trajetória na formação;
  • Apresentação e defesa desse trabalho para uma banca avaliadora.

Por que essa carga horária é tão importante?

Porque ela garante que você não vai apenas acumular informações. Na verdade, você constrói uma base sólida, capaz de sustentar sua atuação profissional de forma ética, segura e extremamente qualificada. Ela oferece, além da teoria, uma vivência profunda – tanto no desenvolvimento pessoal quanto na prática real com futuros clientes.

E, principalmente, porque cumprir essa carga horária permite que você se registre na UBAAT e, consequentemente, seja reconhecido formalmente como arteterapeuta. Portanto, escolher uma formação séria é indispensável.

Cursos com menos horas são válidos?

Essa dúvida aparece com bastante frequência – e a resposta é muito clara: Cursos livres, oficinas, workshops ou formações com menos de 520 horas não te habilitam como arteterapeuta.

Eles são válidos, sim, para quem deseja aprofundar o autoconhecimento, praticar o autocuidado ou até utilizar atividades expressivas em outros contextos.

Porém, se sua intenção é atuar profissionalmente como arteterapeuta, você precisa, obrigatoriamente, escolher uma formação reconhecida, alinhada às diretrizes da UBAAT e das associações regionais, como a AATERGS.

Formação em arteterapia: muito além de um curso

A formação não se limita a aprender técnicas ou conceitos. Na verdade, ela representa uma jornada de transformação pessoal e profissional.

Ao longo desse processo, você não só aprende a conduzir atendimentos, como também vivencia seu próprio mergulho interno – algo essencial para quem deseja trabalhar no cuidado de outras pessoas.

Portanto, ao escolher uma formação, não olhe apenas para a carga horária. Leve em consideração, também, a seriedade da instituição, a formação dos professores, a metodologia utilizada, os recursos oferecidos e, claro, se ela possui reconhecimento pela UBAAT.

Conclusão: qual é a carga horária da formação em arteterapia?

De forma simples e objetiva, a carga horária mínima exigida no Brasil é de 520 horas. Essas horas se dividem entre teoria, vivências artísticas, supervisão, estágio e elaboração de um trabalho de conclusão, como estabelece a UBAAT.

Portanto, se você deseja se tornar arteterapeuta, saiba que escolhe um caminho sério, ético e profundamente transformador. Essa é uma formação que muda sua vida – e, futuramente, te permite transformar a vida de outras pessoas também.

E, se você precisava de um sinal… talvez, esse seja exatamente ele.

Qual é a carga horária da formação em arteterapia?
Qual é a carga horária da formação em arteterapia?

Referências:

Você também pode gostar de ler:

Arteterapia é reconhecida pelo MEC?

Arteterapia é reconhecida pelo MEC?

Arteterapia é reconhecida pelo MEC? Entenda como funciona a formação na área

Se você chegou até aqui, provavelmente já se perguntou: “A arteterapia é reconhecida pelo MEC? Precisa de faculdade? É uma profissão regulamentada?”.

A verdade é que essas dúvidas são extremamente comuns, principalmente porque ainda existe muita confusão sobre o que é ou não reconhecido, regulamentado ou autorizado no Brasil. Por isso, neste post, eu vou te explicar tudo de forma clara, simples e direta – mas, acima de tudo, com base em informações sérias e confiáveis.

Se você pensa em atuar como arteterapeuta ou, pelo menos, tem curiosidade sobre como funciona essa formação, continue lendo. Este texto foi feito exatamente pra te ajudar a esclarecer de vez essas questões.

Afinal, arteterapia é reconhecida pelo MEC?

A resposta para essa pergunta é: Sim, a arteterapia pode ser reconhecida pelo MEC – desde que como uma pós-graduação lato sensu.

Isso significa que você encontra cursos de arteterapia em instituições de ensino superior devidamente autorizadas pelo MEC, especificamente na categoria de especialização, conforme estabelecem as diretrizes da Resolução CNE/CES nº 1/2018 (BRASIL, 2018).

Ou seja, esses cursos são absolutamente válidos em todo o território nacional, exatamente como qualquer outra pós-graduação em áreas como psicopedagogia, neurociência, gestão, entre outras.

Por outro lado, é muito importante deixar claro que, até o momento, não existe uma graduação superior em arteterapia no Brasil. O Ministério da Educação não oferece arteterapia como curso de graduação, e isso não significa falta de reconhecimento da prática, e sim que ela se organiza como uma especialização (BRASIL, MEC, 2024).

Mas a arteterapia não é uma profissão regulamentada por lei?

Correto. Isso também gera bastante confusão, e é fundamental entender essa diferença.

Até hoje, a arteterapia não é uma profissão regulamentada por uma lei federal específica – como é o caso, por exemplo, da psicologia, da medicina, do serviço social e de outras profissões que possuem conselhos próprios.

Porém, isso não significa que seja uma prática não reconhecida ou menos séria. Pelo contrário. O que existe atualmente é um processo de autorregulamentação da prática profissional, feito por associações altamente sérias e reconhecidas na área, como a U.B.A.A.T. (União Brasileira das Associações de Arteterapia) e também diversas associações estaduais.

Essas entidades são responsáveis por definir:
✔️ O código de ética da profissão,
✔️ As diretrizes mínimas de formação,
✔️ A carga horária necessária (no Brasil, geralmente, um mínimo de 800 horas),
✔️ E, além disso, as competências técnicas e humanas necessárias para atuar como arteterapeuta de forma ética, segura e responsável.

Portanto, ainda que a arteterapia não seja uma profissão regulamentada por lei, ela é sim uma prática extremamente reconhecida, tanto no meio terapêutico quanto nos contextos educacionais, hospitalares, sociais e comunitários.

Arteterapia é reconhecida na área da saúde?

Sem dúvida, sim. Inclusive, esse é um ponto muito importante. Desde 2017, a arteterapia faz parte oficialmente das Práticas Integrativas e Complementares (PICS) do SUS, segundo consta na Portaria nº 849/2017 do Ministério da Saúde (BRASIL, MS, 2017).

Isso significa que a arteterapia é reconhecida como uma prática terapêutica de cuidado e promoção de saúde na rede pública brasileira. Ela se junta a outras práticas, como acupuntura, aromaterapia, reiki, constelação familiar, biodança, musicoterapia, entre muitas outras.

Portanto, a atuação do arteterapeuta não se restringe apenas ao atendimento clínico individual. É possível encontrar arteterapeutas atuando em escolas, hospitais, instituições, comunidades e também na saúde pública, através dos equipamentos do SUS que oferecem PICS à população.

Resumindo tudo de forma bem clara:

  • Existe curso reconhecido pelo MEC? Sim! Na modalidade de pós-graduação lato sensu.
  • Existe graduação em arteterapia? Não, não existe.
  • É uma profissão regulamentada por lei? Ainda não, embora existam projetos de lei em andamento.
  • É uma prática reconhecida, validada e extremamente séria no Brasil? Com certeza sim – tanto no contexto das Práticas Integrativas e Complementares (PICS) do SUS, quanto nas atuações clínicas, educacionais, sociais e comunitárias, sempre reguladas pelas associações profissionais da área.

Por que entender isso é tão importante?

Porque escolher uma formação séria, com respaldo acadêmico, ético e técnico, é absolutamente essencial para garantir que o seu trabalho como arteterapeuta seja seguro, responsável e, principalmente, transformador.

Além disso, entender como funciona o reconhecimento da arteterapia te ajuda a se posicionar com segurança no mercado, oferecendo um trabalho que, além de lindo e potente, é também ético e alinhado com as melhores práticas profissionais.

Se você ama a ideia de trabalhar unindo arte, acolhimento e cuidado, saiba que a arteterapia é sim um caminho profundamente legítimo, válido e absolutamente transformador!

Arteterapia é reconhecida pelo MEC?
Arteterapia é reconhecida pelo MEC?

Fontes e Referências:

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 849, de 27 de março de 2017. Inclui novas práticas na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 mar. 2017. Disponível em: https://www.in.gov.br.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES nº 1, de 6 de abril de 2018. Dispõe sobre normas e diretrizes para os cursos de pós-graduação lato sensu. Brasília, DF, 2018.

UBAAT – União Brasileira das Associações de Arteterapia. Diretrizes e código de ética da arteterapia no Brasil. Disponível em: https://ubaat.org.br.

Você também pode gostar de ler:

Como se tornar um arteterapeuta?

Como se tornar um arteterapeuta?

Como se tornar um arteterapeuta: Você já sentiu que a arte pode curar? Que desenhar, pintar, escrever ou simplesmente brincar com formas e cores pode abrir espaços que as palavras não alcançam? A arteterapia nasce justamente desse encontro entre expressão artística e cuidado emocional. É uma prática que vem ganhando cada vez mais visibilidade – e despertando o interesse de pessoas que buscam um caminho mais sensível, profundo e transformador.

Se você está aqui, talvez também tenha sentido esse chamado. Neste post, vou te contar como é possível se tornar um arteterapeuta, o que é preciso estudar, onde atuar, e como descobrir qual linha combina mais com você.

O que é necessário para atuar com arteterapia?

Para se tornar um arteterapeuta, é necessário fazer uma formação específica em arteterapia. No Brasil, existem cursos de pós-graduação e especialização que duram em média dois anos, com aulas teóricas e práticas, estágios supervisionados e um trabalho de conclusão. Essas formações geralmente exigem que a pessoa já tenha uma graduação em áreas como Psicologia, Artes, Pedagogia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia ou áreas da saúde e humanas em geral.

Alguns cursos são mais abertos, inclusive aceitando estudantes e profissionais de outras áreas, desde que tenham afinidade com o trabalho terapêutico e artístico. É importante buscar uma formação reconhecida por associações sérias, como a UBAAT (União Brasileira de Associações de Arteterapia) ou as associações regionais. Essas instituições ajudam a garantir a ética e a qualidade do trabalho profissional, além de oferecerem suporte, congressos e espaços de troca entre arteterapeutas.

Qual linha escolher?

A arteterapia pode seguir diferentes linhas teóricas, e essa é uma das riquezas da profissão. As mais conhecidas são a junguiana e a freudiana, que se baseiam em conceitos da psicologia profunda, como inconsciente, arquétipos e simbolismo. Também existem abordagens mais integrativas, transpessoais ou ligadas ao pensamento sistêmico e humanista, que olham para o ser humano de forma mais ampla, incluindo espiritualidade, ancestralidade e corpo.

O ideal é buscar a linha com a qual você mais se identifica, tanto intelectualmente quanto emocionalmente. Algumas pessoas escolhem a linha depois de já terem feito terapia, outras se encantam ao conhecer os autores e experiências durante o curso. E tudo bem não saber de imediato. A arteterapia é um caminho vivo, que vai se revelando conforme a gente caminha.

Onde um arteterapeuta pode atuar?

Um dos grandes diferenciais da arteterapia é a sua versatilidade. Arteterapeutas podem atuar em consultórios particulares, clínicas multidisciplinares, escolas, hospitais, instituições psiquiátricas, projetos sociais, ONGs, casas de acolhimento, empresas e até dentro de contextos jurídicos e comunitários. É possível trabalhar tanto com sessões individuais quanto com grupos, e os públicos atendidos são diversos: crianças, adolescentes, adultos, idosos, pessoas com deficiência, vítimas de violência, entre outros.

Em todos esses espaços, a arte funciona como uma ponte entre o interno e o externo, entre aquilo que a pessoa sente e aquilo que ela pode transformar. O arteterapeuta não interpreta a obra do paciente de forma fria, mas sim acompanha a criação como quem caminha junto, oferecendo acolhimento, escuta e possibilidade de elaboração simbólica.

Precisa ser bom em arte?

Essa é uma dúvida muito comum – e a resposta é: definitivamente, não! A arteterapia não é sobre fazer obras bonitas ou técnicas perfeitas. É sobre expressão. Sobre dar forma ao que se sente, mesmo que seja torto, confuso, feio ou abstrato. Na verdade, quanto menos preocupação estética a pessoa tiver, mais livre ela pode se sentir para criar.

O papel do arteterapeuta não é julgar ou ensinar arte, mas sim facilitar um espaço seguro onde a criação possa acontecer com autenticidade. O objetivo não é o resultado final, e sim o processo. O que a pessoa sente enquanto cria, o que descobre no caminho, o que expressa sem precisar explicar. E isso pode acontecer com lápis, tinta, argila, tecido, escrita, corpo… as possibilidades são infinitas.

Vale a pena?

Se você sente que tem uma escuta sensível, que se conecta com a arte como forma de expressão, e que gostaria de ajudar outras pessoas a se reconectarem com sua própria criatividade e emoções, então sim – vale muito a pena. Ser arteterapeuta é acompanhar processos muitas vezes delicados, mas também profundamente humanos, potentes e transformadores.

É uma jornada de constante aprendizado, que envolve estudo, prática, supervisão e também um mergulho em si mesmo. Porque, antes de tudo, um bom arteterapeuta é alguém que também se permite ser tocado pela arte e pela vida. Que entende que cuidar do outro passa também por se cuidar.

Esse blog nasceu do meu amor por essa profissão e da vontade de compartilhar esse caminho enquanto ainda estou em formação. Se você também sente esse chamado, fica por aqui. Tem muita coisa linda que a gente ainda pode construir – com tinta, papel, argila, palavras… e coração. ✨

Links importantes