Para quem é indicada a arteterapia? Descubra se é pra você!

Para quem é indicada a arteterapia? Descubra se é pra você!

Para quem é indicada a arteterapia: Se você já se questionou se a arteterapia é para o seu momento, saiba que essa dúvida é extremamente comum. Afinal, muitas pessoas acreditam que é necessário ter habilidade artística ou saber desenhar.

No entanto, a verdade é que a arteterapia não se baseia em produzir belas imagens. Pelo contrário, o foco está no processo criativo, no acolhimento e na transformação que ele proporciona.

Portanto, ao longo deste post, você vai descobrir com clareza para quem a arteterapia é indicada. Além disso, vai entender se ela pode, de fato, ser para você – e tudo isso com embasamento.

Quem pode se beneficiar da arteterapia?

A resposta, na prática, é simples: qualquer pessoa. Contudo, ela é especialmente indicada para quem deseja:

  • Se conhecer melhor e se expressar de forma mais autêntica;
  • Cuidar da saúde emocional, aliviando sintomas como estresse, ansiedade e tristeza;
  • Acolher processos como luto, transições, mudanças ou crises existenciais;
  • Desenvolver autoestima, autoconfiança e amor próprio;
  • Reconectar-se com a criatividade, a sensibilidade e sua própria essência;
  • E, além disso, expressar aquilo que as palavras não conseguem, por meio da arte simbólica.

De forma complementar, é importante saber que diversos estudos mostram que a arteterapia também auxilia em casos específicos. Ela oferece suporte em situações como transtornos de ansiedade, depressão, burnout, TDAH, TEA, autismo, borderline e outras questões emocionais. Embora não substitua a psicoterapia convencional, ela se apresenta, muitas vezes, como um caminho acolhedor, sensível e extremamente eficaz. – sem substituir a psicoterapia convencional, mas, muitas vezes, oferecendo um caminho acolhedor e eficaz.

Evidência científica: o que comprovam as pesquisas?

A arteterapia não é apenas uma prática sensível, ela é também uma abordagem com respaldo científico.

  • Para pessoas com TEA (autismo), por exemplo, estudos sistemáticos confirmam que a arteterapia oferece ambientes seguros para comunicação não verbal, expressão emocional e desenvolvimento de habilidades sociais.
  • Quando falamos de crianças e adolescentes, as pesquisas apontam melhoras significativas no comportamento, na expressão emocional e na regulação sensorial – além de favorecer o desenvolvimento cognitivo e social.
  • Já no tratamento da ansiedade e depressão, diversos estudos relatam uma redução expressiva dos sintomas. Isso inclui, inclusive, resultados positivos em idosos que enfrentam depressão associada à ansiedade.
  • Em contextos mais delicados, como câncer e doenças crônicas, a arteterapia mostrou-se eficaz no alívio da ansiedade, da fadiga, da depressão e até da dor física. E o mais interessante: esses benefícios costumam se manter mesmo após as sessões.
  • Além disso, revisões sistemáticas confirmam que a arteterapia traz benefícios reais para diversos quadros de saúde mental – incluindo depressão, PTSD, transtornos de personalidade e esquizofrenia -, com resultados positivos na imensa maioria dos estudos analisados.

Em suma, a literatura científica sustenta que a arteterapia não só alivia sintomas, como também melhora o bem-estar geral, fortalece o desenvolvimento emocional e amplia a qualidade de vida. Mesmo que, claro, algumas áreas ainda demandem mais estudos, os resultados até aqui são muito promissores.

Arteterapia é para todas as idades

Se existe algo verdadeiramente bonito na arteterapia, é justamente o fato de que ela não tem idade. Esse é um processo que acolhe desde crianças pequenas até idosos – e cada fase da vida encontra, na criação, um caminho de expressão, acolhimento e transformação.

Isso acontece porque, ao longo da vida, nem sempre conseguimos colocar em palavras tudo aquilo que sentimos. E é justamente aí que a arteterapia se torna tão potente: ela oferece um espaço onde o que importa não é falar certo, nem criar certo – mas sim, se permitir sentir, expressar e cuidar de si.

Segundo a arteterapeuta e pesquisadora Cathy Malchiodi (2005), a arteterapia é uma linguagem que atravessa gerações, porque trabalha diretamente com os símbolos e com a imaginação – recursos que estão presentes em qualquer ser humano, independentemente da idade.

Para crianças, ela se torna uma ponte segura entre o mundo interno e o externo. Muitas vezes, elas ainda não têm recursos pra entender ou explicar o que sentem, e a linguagem simbólica da arte permite que emoções ganhem forma, cor e espaço. Assim, a arteterapia ajuda na regulação emocional, na construção da autoestima, na socialização e no desenvolvimento de uma relação mais saudável com as próprias emoções.

Como explica Sandra Ciornai (1995), “a arteterapia permite que a criança externalize conteúdos internos de maneira segura, criativa e simbólica, favorecendo tanto o desenvolvimento emocional quanto cognitivo.”

Para adolescentes e adultos, ela se torna um refúgio, um lugar de escuta, criação e resgate de si. Através da arte, é possível acessar questões profundas, muitas vezes difíceis de serem ditas – seja ansiedade, inseguranças, estresse, sobrecarga, crises existenciais ou dores emocionais que foram sendo acumuladas ao longo do caminho.

Shaun McNiff (2009), um dos maiores pesquisadores da área, reforça que a arteterapia não é sobre fazer arte, mas sim sobre transformar a vida através do fazer artístico. Ele afirma que o processo criativo é, por si só, terapêutico e promotor de saúde mental em qualquer fase da vida.

Na terceira idade, a arteterapia se torna também um espaço de fortalecimento da memória, da autonomia e da vitalidade. Mais do que isso, promove bem-estar emocional, alivia a solidão e resgata memórias afetivas – além de fortalecer a autoestima e estimular funções cognitivas e emocionais que, muitas vezes, vão sendo esquecidas na correria da vida ou no processo de envelhecer.

Estudos como o de Stuckey e Nobel (2010) reforçam que práticas expressivas, como a arteterapia, estão diretamente associadas à melhora da saúde física, mental e emocional de idosos, contribuindo para redução de sintomas de depressão, estresse e até de dores físicas.

Portanto, não existe idade certa pra começar. A arteterapia acolhe quem somos em qualquer fase da vida – e, de forma leve, sensível e profunda, abre caminhos pra que cada um possa se expressar, se cuidar e se transformar no seu próprio tempo.

Precisa saber desenhar? E quem não tem habilidade?

Essa é uma das maiores dúvidas, mas também um dos maiores mitos. Em várias pesquisas e revisões, ficou claro que a técnica não exige talento artístico. O importante é o processo simbólico, expressivo e emocional — não a estética da obra .

Portanto, se você acha que não “sabe desenhar”, saiba que isso não é um obstáculo – e sim, muitas vezes, uma porta de acesso ao seu inconsciente, suas emoções e seu autoconhecimento.

Conclusão: a arteterapia é para mim?

De forma clara e acolhedora: sim, a arteterapia pode ser indicada para praticamente qualquer pessoa que:

  • Quer cuidar da própria saúde emocional de forma criativa e humana;
  • Busca apoio para emoções difíceis (como tristeza, luto, ansiedade);
  • Tem dificuldade em se expressar com palavras ou gosta de se expressar através da arte;
  • Deseja aprender a se acolher, se conectar consigo e com os símbolos internos;
  • E valoriza um processo de autoconhecimento, sensibilidade e transformação.

E, embora não substitua a psicoterapia, ela pode ser uma poderosa aliada – seja sozinha ou em conjunto com outras formas de cuidado.

Para quem é indicada a arteterapia

Fontes e Referências Bibliográficas

  • Ciornai, S. (1995). Arteterapia: O resgate da criatividade na vida. São Paulo: Summus Editorial.
  • Malchiodi, C. A. (2005). A arte que cura: Manual de arteterapia. Porto Alegre: Artmed.
  • McNiff, S. (2009). Arte como cura: Reflexões sobre arte e terapia. São Paulo: Summus Editorial.
  • Stuckey, H. L., & Nobel, J. (2010). The Connection Between Art, Healing, and Public Health: A Review of Current Literature. American Journal of Public Health, 100(2), 254-263. https://doi.org/10.2105/AJPH.2008.156497
  • Kim, S. K. (2018). The effectiveness of art therapy for depression: A systematic review and meta-analysis. The Arts in Psychotherapy, 60, 1-9. https://doi.org/10.1016/j.aip.2018.03.002
  • Slayton, S. C., D’Archer, J., & Kaplan, F. (2010). Outcome studies on the efficacy of art therapy: A review of findings. Art Therapy, 27(3), 108-118. https://doi.org/10.1080/07421656.2010.10129660
  • Martin, L. A., Oepen, R., Bauer, K., Nottensteiner, A., Mergl, R., & Hegerl, U. (2018). Creative arts interventions for stress management and prevention—A systematic review. Behavioral Sciences, 8(2), 28. https://doi.org/10.3390/bs8020028
  • Rubin, J. A. (2016). Introdução à arteterapia: Fontes, teoria e prática. Porto Alegre: Artmed.
  • UBAAT — União Brasileira de Associações de Arteterapia. Disponível em: https://ubaat.org.br
  • AATERGS — Associação de Arteterapia do Rio Grande do Sul. Disponível em: https://aatergs.com.br

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Como resgatar a criatividade na vida adulta usando a arteterapia

Como resgatar a criatividade na vida adulta usando a arteterapia

A criatividade não é um dom, é uma habilidade – e ela pode ser resgatada

Desde a infância, somos naturalmente criativos. Entretanto, ao longo da vida, essa criatividade muitas vezes se perde. Afinal, as responsabilidades, as pressões e o excesso de autocobrança acabam sufocando o espaço do lúdico.

No entanto, é fundamental entender que criatividade não é um dom reservado para poucos. Pelo contrário, ela é uma habilidade natural e universal. A arteterapia, portanto, surge como um caminho seguro, sensível e potente para resgatar essa habilidade que, apesar de adormecida, nunca deixou de existir.

De acordo com Ciornai (1995), a arteterapia proporciona um ambiente livre de julgamentos, onde o ato de criar não é voltado para o resultado, mas sim para o processo. Assim, ela oferece uma oportunidade de reconexão com quem você é – de forma espontânea e autêntica.

Por que perdemos a criatividade na vida adulta?

Esse é um fenômeno bastante comum. À medida que crescemos, somos condicionados a priorizar a produtividade, os resultados e as obrigações. Como consequência, a espontaneidade vai sendo deixada de lado.

Além disso, muitas pessoas crescem ouvindo críticas como “você não sabe desenhar” ou “você não leva jeito para isso”. Por isso, formam crenças limitantes que bloqueiam a expressão criativa. Contudo, a criatividade não tem relação com estética ou técnica. Na verdade, ela tem muito mais a ver com liberdade, conexão consigo e coragem para se expressar sem medo.

A arteterapia, portanto, oferece um espaço seguro onde é possível criar sem julgamentos, sem cobranças e, principalmente, sem a necessidade de agradar a ninguém.

O que a ciência e a arteterapia dizem sobre resgatar a criatividade

Natalie Rogers (2012), criadora da abordagem Expressive Arts Therapy, reforça que a criatividade é uma expressão natural e vital de todo ser humano. Segundo ela, quando nos conectamos genuinamente com nossos sentimentos, pensamentos e sensações, a criatividade flui de maneira espontânea e libertadora.

Além disso, pesquisas como a de Silva Jardim et al. (2020) comprovam que atividades artísticas realizadas de forma livre e espontânea – mesmo sem pretensões estéticas – são capazes de gerar bem-estar emocional, reduzir níveis de estresse, melhorar a autoestima e, ainda, estimular a neuroplasticidade cerebral.

Daniela Martins (2024) complementa que a arteterapia funciona como uma ponte entre o mundo interno e o externo. Através dos símbolos, das cores e das formas, podemos acessar conteúdos inconscientes, ressignificar nossas vivências e, consequentemente, desbloquear processos criativos que estavam adormecidos.

Como a arteterapia resgata sua criatividade na prática

Desbloqueio da expressão espontânea

Ao utilizar materiais como papel, tinta, argila ou colagem, você ativa áreas do cérebro responsáveis pela imaginação, pela empatia e pela capacidade de criação. E, justamente por não haver um padrão estético, o processo se torna leve, livre e profundamente transformador.

Afastamento do julgamento

Na arteterapia, não existe certo ou errado. Portanto, você não precisa se preocupar se “está bonito” ou “se tem técnica”. O foco é na experiência, não no resultado. Isso permite que você se reconecte com sua criatividade de forma genuína e sem medo.

Acesso ao inconsciente e reorganização interna

Enquanto você cria, seu inconsciente trabalha. Afinal, o ato de desenhar, pintar, colar ou modelar é uma forma poderosa de dar voz a emoções e pensamentos que, muitas vezes, nem sabemos que carregamos. Isso abre espaço para reorganizar sua vida emocional e, ao mesmo tempo, ativar processos criativos naturais.

Etapas para começar a resgatar sua criatividade com arteterapia

1. Crie um ambiente acolhedor

Escolha um espaço onde você se sinta confortável. Não precisa ser perfeito – pode ser sua mesa de trabalho, um cantinho na sala ou até mesmo o chão, com uma toalha aberta. O mais importante é que seja um espaço livre de julgamentos.

2. Separe materiais acessíveis

Você não precisa gastar muito. Papel, lápis, canetinhas, tintas simples, revistas velhas para colagem, tesoura e cola já são mais do que suficientes. Se quiser, pode incluir também argila, tecidos ou qualquer material que te inspire.

3. Comece sem expectativas

Permita-se criar sem pensar no que vai sair. Pinte, desenhe, rabisque, rasgue, cole. O objetivo não é fazer arte bonita – é simplesmente se permitir estar presente no ato de criar.

4. Observe e reflita sobre o processo

Depois de criar, olhe para sua obra com curiosidade, não com crítica. Pergunte-se: O que eu senti enquanto criava? O que essa imagem me provoca? Existe alguma mensagem aqui para mim?

5. Transforme isso em prática regular

Embora uma única experiência já traga benefícios, é na constância que a transformação acontece. Portanto, sempre que puder, reserve um momento na sua semana para se encontrar com você mesmo através da arte.

Benefícios de usar arteterapia para resgatar a criatividade

  • Diminuição do estresse e da ansiedade
  • Aumento da autoestima e da confiança pessoal
  • Desenvolvimento da inteligência emocional
  • Melhora na resolução de problemas e na flexibilidade mental
  • Fortalecimento da conexão consigo mesmo
  • Resgate da espontaneidade, da alegria e da leveza na vida adulta

Resgatar sua criatividade na vida adulta é, antes de tudo, um ato de autocuidado. É reconhecer que, por trás das obrigações, das responsabilidades e da correria, existe uma parte sua que ainda deseja brincar, experimentar e criar.

Portanto, se dê esse presente. Você não precisa ser artista, não precisa dominar nenhuma técnica. Você só precisa se permitir viver o processo. Porque, na arteterapia, o que vale não é o que você faz — é o que você sente, descobre e transforma dentro de você enquanto faz.

Fontes e referências

  • Ciornai, S. (1995). Arteterapia: O resgate da criatividade na vida. Summus Editorial.
  • Rogers, N. (2012). The Creative Connection: Expressive Arts as Healing. Science & Behavior Books.
  • Silva Jardim, A. et al. (2020). Contributions of art therapy to promoting the health and quality of life of older adults. Journal of Aging Studies.
  • Martins, D. (2024). Arte‑Terapia, Criatividade e Simbolismo. Editora Psique.
  • “Arteterapia: a arte como instrumento no trabalho do Psicólogo” (Reis, 2014), disponível em PDF no ResearchGate.
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