A arteterapia tem ganhado cada vez mais visibilidade como uma forma potente de cuidado emocional e desenvolvimento pessoal. No entanto, muitas pessoas ainda se perguntam: “Preciso ser psicólogo para fazer pós em arteterapia?” A resposta é não – e neste post, vamos te explicar tudo que você precisa saber!
O que é arteterapia?
A arteterapia é uma abordagem terapêutica que utiliza a arte como meio de expressão e autoconhecimento. Por meio de atividades como pintura, desenho, colagem, escrita e modelagem, as pessoas podem acessar suas emoções, organizar pensamentos e transformar vivências. Além disso, o processo criativo promove bem-estar, reduz o estresse e fortalece o vínculo consigo mesmo.
Não se trata apenas de “fazer arte”, mas de mergulhar em si através do simbólico. Portanto, é uma ferramenta valiosa para quem busca cuidar da saúde emocional de forma sensível, segura e transformadora.
Quem pode ser arteterapeuta?
Embora muitas pessoas se encantem com a ideia de trabalhar com arteterapia, é essencial compreender que somente quem faz uma formação específica pode atuar como arteterapeuta. Essa formação precisa ser reconhecida pela UBAAT (União Brasileira das Associações de Arteterapia), seguir diretrizes claras e ter, no mínimo, 520 horas de carga horária.
Além disso, o curso deve incluir teoria, prática supervisionada e estágio. Isso garante que o profissional esteja preparado não só tecnicamente, mas também eticamente. Portanto, buscar uma formação validada por entidades como a UBAAT, o MEC e associações regionais, como a AATERGS, é fundamental.
O que é um CRA?
CRA significa Cadastro de Registro de Arteterapeuta. Esse número identifica profissionais que concluíram uma formação reconhecida e atuam de acordo com os princípios éticos e técnicos da área.
Ter um CRA ativo é um diferencial, pois mostra que o profissional está alinhado com as exigências da categoria. Assim, ao buscar atendimento, você pode verificar se o arteterapeuta tem registro válido por meio dos sites oficiais – como o da UBAAT.
Tenho que ser psicólogo para ser arteterapeuta?
Embora muitos acreditem que só psicólogos podem trabalhar com arteterapia, isso não é verdade. A formação em arteterapia é independente da formação em psicologia. Diversos profissionais, como pedagogos, educadores, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, arte-educadores e assistentes sociais, podem atuar como arteterapeutas – desde que façam uma formação específica, reconhecida e completa.
Portanto, se você sente esse chamado, não precisa ter graduação em psicologia. No entanto, precisa sim ter uma formação em arteterapia com critérios estabelecidos por instituições sérias.
Conclusão
A arteterapia é uma profissão regulamentada pelas associações da área. Ou seja, exige formação, responsabilidade e compromisso. Por isso, apenas quem conclui um curso reconhecido, possui CRA e segue os princípios éticos da profissão pode oferecer sessões de arteterapia.
Se você tem interesse em atuar na área, procure uma instituição reconhecida pela UBAAT ou pela associação do seu estado. Afinal, cuidar da saúde emocional do outro exige, antes de tudo, preparo e sensibilidade.
Você já ouviu falar em arteterapia com abordagem junguiana? Embora o nome pareça complexo à primeira vista, essa forma de cuidado é, na verdade, profunda, acolhedora e transformadora. E o melhor: ela permite que você se conecte com o inconsciente de maneira simbólica, sensível e criativa.
Neste post, vamos explorar como a arteterapia junguiana funciona, em quais fundamentos ela se baseia e como pode ser um caminho valioso de autoconhecimento e equilíbrio emocional.
O que é a abordagem junguiana na arteterapia?
A abordagem junguiana se baseia na psicologia analítica criada por Carl Gustav Jung, um dos maiores nomes da psicologia do século 20. Para Jung, o inconsciente é uma fonte rica em símbolos, imagens e arquétipos que influenciam diretamente nosso comportamento, emoções e escolhas – mesmo que de forma inconsciente.
Além disso, a arteterapia é uma prática que utiliza o processo criativo como meio terapêutico. Quando unimos essas duas abordagens, nasce a arteterapia junguiana: um espaço onde o fazer artístico se torna ponte para acessar conteúdos profundos da psique e dar forma às nossas vivências internas.
Como funciona uma sessão com abordagem junguiana?
Geralmente, em uma sessão de arteterapia junguiana, o foco não está apenas na conversa. Em vez disso, o convite é criar algo – uma imagem, uma colagem, uma mandala ou até mesmo um desenho intuitivo. A partir dessa criação, pode emergir um conteúdo simbólico que será interpretado ou acolhido com cuidado.
Nesse processo, é comum que símbolos e arquétipos surjam espontaneamente. Muitas vezes, o paciente nem sabe o que está desenhando, mas depois percebe que aquilo tem ligação com sentimentos, memórias ou questões inconscientes.
Ou seja, é uma jornada simbólica, em que cada imagem criada é tratada como um mensageiro do inconsciente. Isso ajuda a acessar significados importantes que favorecem o crescimento pessoal.
Exemplos de técnicas utilizadas
Para que você entenda melhor como isso se aplica na prática, aqui vão alguns exemplos de técnicas frequentemente usadas:
Criação de mandalas para estruturar emoções e encontrar equilíbrio interno
Colagens intuitivas com arquétipos que surgem espontaneamente
Desenhos de sonhos e fantasias, acessando material do inconsciente
Diálogos com a imagem criada, estimulando a reflexão profunda
Jornada do herói, baseada em mitos e símbolos pessoais
Embora essas técnicas sejam simples, elas têm o poder de trazer à tona conteúdos internos que muitas vezes ficam adormecidos.
E se eu não sou criativo ou não sei desenhar?
Essa é uma das maiores dúvidas – e a resposta é simples: você não precisa saber desenhar! A arte na arteterapia é vista como linguagem expressiva, e não como produção estética. Por isso, o importante é a autenticidade da criação, não sua aparência.
Inclusive, quanto mais livre você se sentir, maior será a potência do processo terapêutico.
O meu processo
Atualmente, estou me formando em duas abordagens distintas:
Arteterapia com base na psicologia junguiana, que valoriza símbolos e arquétipos
Arteterapia com base na psicanálise, que se aprofunda na escuta do inconsciente
Ambas se complementam e ampliam minha forma de atuar, oferecendo caminhos diferentes, mas igualmente valiosos, para quem busca transformação emocional por meio da arte.
Conclusão
A arteterapia com abordagem junguiana é mais do que uma prática criativa – é uma forma profunda de escutar a si mesmo. Se você deseja mergulhar no autoconhecimento, resgatar sua força simbólica e trabalhar questões emocionais com cuidado e sensibilidade, essa abordagem pode ser exatamente o que você procura.
Mesmo que cada sessão seja única, a verdade é que o símbolo, a imagem e o afeto sempre se encontram no caminho da cura.
Se você está pensando em se tornar arteterapeuta, provavelmente já percebeu que surgem muitas dúvidas no caminho. E uma das mais comuns, sem dúvida, é justamente essa: “Qual é, afinal, a carga horária da formação em arteterapia?”
Essa informação é extremamente importante. Afinal, diferentemente de oficinas rápidas ou cursos livres, a formação em arteterapia exige um percurso estruturado, profundo e regulamentado pela UBAAT (União Brasileira de Associações de Arteterapia).
Portanto, ao longo desse texto, você vai entender claramente quantas horas são necessárias, como funciona essa jornada e, principalmente, por que escolher uma formação reconhecida faz toda a diferença.
Afinal, qual é a carga horária mínima exigida pela UBAAT?
De acordo com as diretrizes da UBAAT, quem deseja atuar como arteterapeuta precisa cumprir uma carga horária mínima de 520 horas.
Contudo, não basta apenas acumular horas. Essas 520 horas seguem uma organização bem definida, que inclui teoria, prática, supervisão, estágio e elaboração de trabalho final.
Além disso, essa estrutura garante que você desenvolva uma base ética, técnica e emocional sólida, capaz de sustentar sua atuação profissional.
Como funciona a distribuição dessa carga horária?
A jornada formativa se organiza, geralmente, da seguinte maneira:
Teoria da Arteterapia e Fundamentos Psicológicos
Estudo das bases teóricas da arteterapia;
Compreensão das principais abordagens psicológicas (como Junguiana, Humanista e Psicanálise);
Psicodinâmica das cores, formas e símbolos;
História, fundamentos e desenvolvimento da arteterapia no mundo e no Brasil.
Vivências Artísticas e Processos Criativos
Exploração de linguagens expressivas e simbólicas;
Desenvolvimento pessoal e desbloqueio da criatividade;
Uso dos materiais artísticos como ferramentas terapêuticas.
Supervisão
Acompanhamento dos atendimentos realizados;
Reflexões éticas e técnicas sobre os casos atendidos;
Apoio constante de profissionais experientes, que orientam e oferecem feedback.
Estágio Supervisionado
Atendimento real de clientes, sob acompanhamento e orientação de supervisores;
Registro dos processos, elaboração de relatórios e discussões aprofundadas;
Desenvolvimento da escuta terapêutica, da condução de sessões e da postura profissional.
Trabalho de Conclusão ou Monografia
Escolha de um tema, desenvolvimento de pesquisa e reflexão teórico-prática;
Produção de um trabalho que sintetiza sua trajetória na formação;
Apresentação e defesa desse trabalho para uma banca avaliadora.
Por que essa carga horária é tão importante?
Porque ela garante que você não vai apenas acumular informações. Na verdade, você constrói uma base sólida, capaz de sustentar sua atuação profissional de forma ética, segura e extremamente qualificada. Ela oferece, além da teoria, uma vivência profunda – tanto no desenvolvimento pessoal quanto na prática real com futuros clientes.
E, principalmente, porque cumprir essa carga horária permite que você se registre na UBAAT e, consequentemente, seja reconhecido formalmente como arteterapeuta. Portanto, escolher uma formação séria é indispensável.
Cursos com menos horas são válidos?
Essa dúvida aparece com bastante frequência – e a resposta é muito clara: Cursos livres, oficinas, workshops ou formações com menos de 520 horas não te habilitam como arteterapeuta.
Eles são válidos, sim, para quem deseja aprofundar o autoconhecimento, praticar o autocuidado ou até utilizar atividades expressivas em outros contextos.
Porém, se sua intenção é atuar profissionalmente como arteterapeuta, você precisa, obrigatoriamente, escolher uma formação reconhecida, alinhada às diretrizes da UBAAT e das associações regionais, como a AATERGS.
Formação em arteterapia: muito além de um curso
A formação não se limita a aprender técnicas ou conceitos. Na verdade, ela representa uma jornada de transformação pessoal e profissional.
Ao longo desse processo, você não só aprende a conduzir atendimentos, como também vivencia seu próprio mergulho interno – algo essencial para quem deseja trabalhar no cuidado de outras pessoas.
Portanto, ao escolher uma formação, não olhe apenas para a carga horária. Leve em consideração, também, a seriedade da instituição, a formação dos professores, a metodologia utilizada, os recursos oferecidos e, claro, se ela possui reconhecimento pela UBAAT.
Conclusão: qual é a carga horária da formação em arteterapia?
De forma simples e objetiva, a carga horária mínima exigida no Brasil é de 520 horas. Essas horas se dividem entre teoria, vivências artísticas, supervisão, estágio e elaboração de um trabalho de conclusão, como estabelece a UBAAT.
Portanto, se você deseja se tornar arteterapeuta, saiba que escolhe um caminho sério, ético e profundamente transformador. Essa é uma formação que muda sua vida – e, futuramente, te permite transformar a vida de outras pessoas também.
E, se você precisava de um sinal… talvez, esse seja exatamente ele.
Qual é a carga horária da formação em arteterapia?
Arteterapia é reconhecida pelo MEC? Entenda como funciona a formação na área
Se você chegou até aqui, provavelmente já se perguntou: “A arteterapia é reconhecida pelo MEC? Precisa de faculdade? É uma profissão regulamentada?”.
A verdade é que essas dúvidas são extremamente comuns, principalmente porque ainda existe muita confusão sobre o que é ou não reconhecido, regulamentado ou autorizado no Brasil. Por isso, neste post, eu vou te explicar tudo de forma clara, simples e direta – mas, acima de tudo, com base em informações sérias e confiáveis.
Se você pensa em atuar como arteterapeuta ou, pelo menos, tem curiosidade sobre como funciona essa formação, continue lendo. Este texto foi feito exatamente pra te ajudar a esclarecer de vez essas questões.
Afinal, arteterapia é reconhecida pelo MEC?
A resposta para essa pergunta é: Sim, a arteterapia pode ser reconhecida pelo MEC – desde que como uma pós-graduação lato sensu.
Isso significa que você encontra cursos de arteterapia em instituições de ensino superior devidamente autorizadas pelo MEC, especificamente na categoria de especialização, conforme estabelecem as diretrizes da Resolução CNE/CES nº 1/2018 (BRASIL, 2018).
Ou seja, esses cursos são absolutamente válidos em todo o território nacional, exatamente como qualquer outra pós-graduação em áreas como psicopedagogia, neurociência, gestão, entre outras.
Por outro lado, é muito importante deixar claro que, até o momento, não existe uma graduação superior em arteterapia no Brasil. O Ministério da Educação não oferece arteterapia como curso de graduação, e isso não significa falta de reconhecimento da prática, e sim que ela se organiza como uma especialização (BRASIL, MEC, 2024).
Mas a arteterapia não é uma profissão regulamentada por lei?
Correto. Isso também gera bastante confusão, e é fundamental entender essa diferença.
Até hoje, a arteterapia não é uma profissão regulamentada por uma lei federal específica – como é o caso, por exemplo, da psicologia, da medicina, do serviço social e de outras profissões que possuem conselhos próprios.
Porém, isso não significa que seja uma prática não reconhecida ou menos séria. Pelo contrário. O que existe atualmente é um processo de autorregulamentação da prática profissional, feito por associações altamente sérias e reconhecidas na área, como a U.B.A.A.T. (União Brasileira das Associações de Arteterapia) e também diversas associações estaduais.
Essas entidades são responsáveis por definir: ✔️ O código de ética da profissão, ✔️ As diretrizes mínimas de formação, ✔️ A carga horária necessária (no Brasil, geralmente, um mínimo de 800 horas), ✔️ E, além disso, as competências técnicas e humanas necessárias para atuar como arteterapeuta de forma ética, segura e responsável.
Portanto, ainda que a arteterapia não seja uma profissão regulamentada por lei, ela é sim uma prática extremamente reconhecida, tanto no meio terapêutico quanto nos contextos educacionais, hospitalares, sociais e comunitários.
Arteterapia é reconhecida na área da saúde?
Sem dúvida, sim. Inclusive, esse é um ponto muito importante. Desde 2017, a arteterapia faz parte oficialmente das Práticas Integrativas e Complementares (PICS) do SUS, segundo consta na Portaria nº 849/2017 do Ministério da Saúde (BRASIL, MS, 2017).
Isso significa que a arteterapia é reconhecida como uma prática terapêutica de cuidado e promoção de saúde na rede pública brasileira. Ela se junta a outras práticas, como acupuntura, aromaterapia, reiki, constelação familiar, biodança, musicoterapia, entre muitas outras.
Portanto, a atuação do arteterapeuta não se restringe apenas ao atendimento clínico individual. É possível encontrar arteterapeutas atuando em escolas, hospitais, instituições, comunidades e também na saúde pública, através dos equipamentos do SUS que oferecem PICS à população.
Resumindo tudo de forma bem clara:
Existe curso reconhecido pelo MEC? Sim! Na modalidade de pós-graduação lato sensu.
Existe graduação em arteterapia? Não, não existe.
É uma profissão regulamentada por lei? Ainda não, embora existam projetos de lei em andamento.
É uma prática reconhecida, validada e extremamente séria no Brasil? Com certeza sim – tanto no contexto das Práticas Integrativas e Complementares (PICS) do SUS, quanto nas atuações clínicas, educacionais, sociais e comunitárias, sempre reguladas pelas associações profissionais da área.
Por que entender isso é tão importante?
Porque escolher uma formação séria, com respaldo acadêmico, ético e técnico, é absolutamente essencial para garantir que o seu trabalho como arteterapeuta seja seguro, responsável e, principalmente, transformador.
Além disso, entender como funciona o reconhecimento da arteterapia te ajuda a se posicionar com segurança no mercado, oferecendo um trabalho que, além de lindo e potente, é também ético e alinhado com as melhores práticas profissionais.
Se você ama a ideia de trabalhar unindo arte, acolhimento e cuidado, saiba que a arteterapia é sim um caminho profundamente legítimo, válido e absolutamente transformador!
Arteterapia é reconhecida pelo MEC?
Fontes e Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 849, de 27 de março de 2017. Inclui novas práticas na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 mar. 2017. Disponível em: https://www.in.gov.br.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES nº 1, de 6 de abril de 2018. Dispõe sobre normas e diretrizes para os cursos de pós-graduação lato sensu. Brasília, DF, 2018.
UBAAT – União Brasileira das Associações de Arteterapia. Diretrizes e código de ética da arteterapia no Brasil. Disponível em: https://ubaat.org.br.
Para quem é indicada a arteterapia: Se você já se questionou se a arteterapia é para o seu momento, saiba que essa dúvida é extremamente comum. Afinal, muitas pessoas acreditam que é necessário ter habilidade artística ou saber desenhar.
No entanto, a verdade é que a arteterapia não se baseia em produzir belas imagens. Pelo contrário, o foco está no processo criativo, no acolhimento e na transformação que ele proporciona.
Portanto, ao longo deste post, você vai descobrir com clareza para quem a arteterapia é indicada. Além disso, vai entender se ela pode, de fato, ser para você – e tudo isso com embasamento.
Quem pode se beneficiar da arteterapia?
A resposta, na prática, é simples: qualquer pessoa. Contudo, ela é especialmente indicada para quem deseja:
Se conhecer melhor e se expressar de forma mais autêntica;
Cuidar da saúde emocional, aliviando sintomas como estresse, ansiedade e tristeza;
Acolher processos como luto, transições, mudanças ou crises existenciais;
Desenvolver autoestima, autoconfiança e amor próprio;
Reconectar-se com a criatividade, a sensibilidade e sua própria essência;
E, além disso, expressar aquilo que as palavras não conseguem, por meio da arte simbólica.
De forma complementar, é importante saber que diversos estudos mostram que a arteterapia também auxilia em casos específicos. Ela oferece suporte em situações como transtornos de ansiedade, depressão, burnout, TDAH, TEA, autismo, borderline e outras questões emocionais. Embora não substitua a psicoterapia convencional, ela se apresenta, muitas vezes, como um caminho acolhedor, sensível e extremamente eficaz. – sem substituir a psicoterapia convencional, mas, muitas vezes, oferecendo um caminho acolhedor e eficaz.
Evidência científica: o que comprovam as pesquisas?
A arteterapia não é apenas uma prática sensível, ela é também uma abordagem com respaldo científico.
Para pessoas com TEA (autismo), por exemplo, estudos sistemáticos confirmam que a arteterapia oferece ambientes seguros para comunicação não verbal, expressão emocional e desenvolvimento de habilidades sociais.
Quando falamos de crianças e adolescentes, as pesquisas apontam melhoras significativas no comportamento, na expressão emocional e na regulação sensorial – além de favorecer o desenvolvimento cognitivo e social.
Já no tratamento da ansiedade e depressão, diversos estudos relatam uma redução expressiva dos sintomas. Isso inclui, inclusive, resultados positivos em idosos que enfrentam depressão associada à ansiedade.
Em contextos mais delicados, como câncer e doenças crônicas, a arteterapia mostrou-se eficaz no alívio da ansiedade, da fadiga, da depressão e até da dor física. E o mais interessante: esses benefícios costumam se manter mesmo após as sessões.
Além disso, revisões sistemáticas confirmam que a arteterapia traz benefícios reais para diversos quadros de saúde mental – incluindo depressão, PTSD, transtornos de personalidade e esquizofrenia -, com resultados positivos na imensa maioria dos estudos analisados.
Em suma, a literatura científica sustenta que a arteterapia não só alivia sintomas, como também melhora o bem-estar geral, fortalece o desenvolvimento emocional e amplia a qualidade de vida. Mesmo que, claro, algumas áreas ainda demandem mais estudos, os resultados até aqui são muito promissores.
Arteterapia é para todas as idades
Se existe algo verdadeiramente bonito na arteterapia, é justamente o fato de que ela não tem idade. Esse é um processo que acolhe desde crianças pequenas até idosos – e cada fase da vida encontra, na criação, um caminho de expressão, acolhimento e transformação.
Isso acontece porque, ao longo da vida, nem sempre conseguimos colocar em palavras tudo aquilo que sentimos. E é justamente aí que a arteterapia se torna tão potente: ela oferece um espaço onde o que importa não é falar certo, nem criar certo – mas sim, se permitir sentir, expressar e cuidar de si.
Segundo a arteterapeuta e pesquisadora Cathy Malchiodi (2011), a arteterapia é uma linguagem que atravessa gerações, porque trabalha diretamente com os símbolos e com a imaginação – recursos que estão presentes em qualquer ser humano, independentemente da idade.
Para crianças, ela se torna uma ponte segura entre o mundo interno e o externo. Muitas vezes, elas ainda não têm recursos pra entender ou explicar o que sentem, e a linguagem simbólica da arte permite que emoções ganhem forma, cor e espaço. Assim, a arteterapia ajuda na regulação emocional, na construção da autoestima, na socialização e no desenvolvimento de uma relação mais saudável com as próprias emoções.
Como explica Sandra Ciornai (1995), a arteterapia permite que a criança externalize conteúdos internos de maneira segura, criativa e simbólica, favorecendo tanto o desenvolvimento emocional quanto cognitivo.
Para adolescentes e adultos, ela se torna um refúgio, um lugar de escuta, criação e resgate de si. Através da arte, é possível acessar questões profundas, muitas vezes difíceis de serem ditas – seja ansiedade, inseguranças, estresse, sobrecarga, crises existenciais ou dores emocionais que foram sendo acumuladas ao longo do caminho.
Shaun McNiff (2009), um dos maiores pesquisadores da área, reforça que a arteterapia não é sobre fazer arte, mas sim sobre transformar a vida através do fazer artístico. Ele afirma que o processo criativo é, por si só, terapêutico e promotor de saúde mental em qualquer fase da vida.
Na terceira idade, a arteterapia se torna também um espaço de fortalecimento da memória, da autonomia e da vitalidade. Mais do que isso, promove bem-estar emocional, alivia a solidão e resgata memórias afetivas – além de fortalecer a autoestima e estimular funções cognitivas e emocionais que, muitas vezes, vão sendo esquecidas na correria da vida ou no processo de envelhecer.
Estudos como o de Stuckey e Nobel (2010) reforçam que práticas expressivas, como a arteterapia, estão diretamente associadas à melhora da saúde física, mental e emocional de idosos, contribuindo para redução de sintomas de depressão, estresse e até de dores físicas.
Portanto, não existe idade certa pra começar. A arteterapia acolhe quem somos em qualquer fase da vida – e, de forma leve, sensível e profunda, abre caminhos pra que cada um possa se expressar, se cuidar e se transformar no seu próprio tempo.
Precisa saber desenhar? E quem não tem habilidade?
Essa é uma das maiores dúvidas, mas também um dos maiores mitos. Em várias pesquisas e revisões, ficou claro que a técnica não exige talento artístico. O importante é o processo simbólico, expressivo e emocional – não a estética da obra .
Portanto, se você acha que não “sabe desenhar”, saiba que isso não é um obstáculo – e sim, muitas vezes, uma porta de acesso ao seu inconsciente, suas emoções e seu autoconhecimento.
Conclusão: a arteterapia é para mim?
De forma clara e acolhedora: sim, a arteterapia pode ser indicada para praticamente qualquer pessoa que:
Quer cuidar da própria saúde emocional de forma criativa e humana;
Busca apoio para emoções difíceis (como tristeza, luto, ansiedade);
Tem dificuldade em se expressar com palavras ou gosta de se expressar através da arte;
Deseja aprender a se acolher, se conectar consigo e com os símbolos internos;
E valoriza um processo de autoconhecimento, sensibilidade e transformação.
E, embora não substitua a psicoterapia, ela pode ser uma poderosa aliada – seja sozinha ou em conjunto com outras formas de cuidado.
Fontes e Referências Bibliográficas
Ciornai, S. (1995). Relação entre criatividade e saúde na Gestalt Terapia. Palestra apresentada no I Encontro Goiano de Gestalt-terapia. In: Revista do ITGT (Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestalt-terapia). nº 1, Goiânia, 1995.
Malchiodi, C. A. (2011). Handbook of Art Therapy
McNiff, S. (2009).Arte como cura: Reflexões sobre arte e terapia. São Paulo: Summus Editorial.
Stuckey, H. L., & Nobel, J. (2010). The Connection Between Art, Healing, and Public Health: A Review of Current Literature. American Journal of Public Health, 100(2), 254-263.
Slayton, S. C., D’Archer, J., & Kaplan, F. (2010). Outcome studies on the efficacy of art therapy: A review of findings. Art Therapy, 27(3), 108-118.
Martin, L. A., Oepen, R., Bauer, K., Nottensteiner, A., Mergl, R., & Hegerl, U. (2018). Creative arts interventions for stress management and prevention – A systematic review. Behavioral Sciences, 8(2), 28.
UBAAT — União Brasileira de Associações de Arteterapia. Disponível em: https://ubaat.org.br
AATERGS — Associação de Arteterapia do Rio Grande do Sul. Disponível em: https://aatergs.com.br
Por que é tão difícil desenvolver autocompaixão e amor próprio na vida adulta?
Muitas vezes crescemos ouvindo críticas, cobranças e vivendo em ambientes onde nossos sentimentos não foram validados. Por isso, aprendemos a sermos exigentes, duros e até cruéis conosco. Sem perceber, entramos em ciclos de autossabotagem, baixa autoestima e excesso de autocrítica.
No entanto, é fundamental entender que ninguém nasce se odiando. Essa desconexão com o amor próprio é algo aprendido – e, felizmente, também pode ser desaprendido. A arteterapia surge justamente como um caminho seguro e gentil para essa reconexão consigo, porque trabalha não apenas o pensamento, mas também as emoções, o corpo e a expressão simbólica.
Como a arteterapia ajuda a construir autocompaixão e amor próprio
Diferente de terapias focadas apenas na fala, a arteterapia convida você a se expressar de forma simbólica, sensorial e não verbal. Isso significa acessar suas emoções por meio de cores, formas, linhas, texturas e materiais diversos.
De acordo com Ciornai (1994), o processo criativo em arteterapia permite acessar conteúdos inconscientes de maneira segura, favorecendo o acolhimento das próprias fragilidades e o fortalecimento interno.
Portanto, quando você cria, não apenas elabora aquilo que sente, como também aprende a olhar para si com mais compreensão, menos julgamento e, principalmente, mais amor.
Além disso, estudos como o de Silva Jardim et al. (2020) demonstram que práticas artísticas e expressivas favorecem o desenvolvimento da autocompaixão, além de reduzir significativamente o estresse e a ansiedade.
Benefícios da arteterapia para quem busca desenvolver autocompaixão
✔ Aumento da aceitação de si mesmo
✔ Redução da autocrítica e do julgamento interno
✔ Fortalecimento da autoestima de forma genuína
✔ Desenvolvimento de uma relação mais amorosa consigo
✔ Redução de ansiedade e estresse gerados pela autocobrança
✔ Criação de uma nova narrativa interna, mais gentil e compassiva
Como funciona esse processo na prática?
Durante uma sessão de arteterapia, você é convidado a utilizar materiais como papel, tintas, argila, colagens ou qualquer outro elemento que possibilite a livre expressão.
Dessa forma, o que vive dentro de você começa a ganhar forma, cor e textura. Assim, conteúdos emocionais, pensamentos e sensações que, muitas vezes, estão adormecidos ou reprimidos, podem ser expressos com segurança.
Além disso, o processo não exige nenhuma habilidade artística. Afinal, o objetivo não é criar uma obra bonita, mas sim viver uma experiência de conexão, escuta e acolhimento de si.
Ao refletir sobre aquilo que criou, você inicia um movimento interno muito poderoso: começa a enxergar a si mesmo de forma mais amorosa, com mais empatia, compreensão e respeito.
Como a arte atua no fortalecimento do amor próprio
A arte tem o poder de tornar visível aquilo que muitas vezes não conseguimos traduzir em palavras. Portanto, quando você desenha, pinta, modela ou cria, abre espaço para olhar para si de outro jeito – não mais apenas pelo olhar da crítica, mas sim pelo olhar da aceitação.
Durante esse processo, percebe que, assim como sua criação não precisa ser perfeita, você também não precisa ser. Na verdade, é justamente nas imperfeições que mora sua beleza, sua singularidade e sua potência.
Portanto, ao reconhecer suas partes vulneráveis, seus talentos esquecidos e até suas dores, você começa a construir uma relação mais amorosa e compassiva consigo.
Atividades e vivências arteterapêuticas para começar sozinho
Se você sente vontade de experimentar, aqui estão algumas propostas simples, mas muito potentes, que você pode fazer em casa. No entanto, é importante lembrar que, quando realizadas dentro de um processo conduzido por um arteterapeuta, essas vivências se tornam ainda mais profundas, seguras e transformadoras.
1. Desenho do autocuidado
Pegue folhas, lápis ou canetinhas. Desenhe, escreva ou represente tudo o que te faz bem, tudo o que te cuida, te nutre e te acolhe.
2. Carta visual para si mesmo
Em vez de escrever, faça uma carta com imagens, colagens, símbolos e cores que representem uma mensagem de amor, carinho e incentivo para você mesmo.
3. Espelho simbólico
Desenhe um espelho na folha. No centro, desenhe ou cole elementos que representam quem você é além das críticas e exigências: suas qualidades, seus talentos, suas potências e sua essência.
4. Argila do acolhimento
Se tiver argila ou massinha, modele uma forma que represente cuidado, segurança ou acolhimento. Pode ser uma casinha, um coração, uma concha, ou qualquer coisa que faça sentido pra você.
5. Círculo do amor próprio
Desenhe um círculo e preencha-o com cores, formas, texturas, rabiscos ou palavras que expressem como seria um espaço interno onde você se sente seguro, amado e aceito exatamente como é.
Por que fazer com um arteterapeuta é diferente?
Quando fazemos esses exercícios sozinhos, eles já têm um grande valor – promovem autocuidado, bem-estar e momentos de reconexão. Porém, no setting arteterapêutico, o processo é muito mais profundo.
O arteterapeuta não só acolhe e guia o processo, como também ajuda na interpretação simbólica, propõe reflexões que talvez você não faria sozinho e segura o espaço emocional de forma ética e segura. Isso permite que traumas sejam acessados de forma cuidadosa e que o desenvolvimento da autocompaixão se torne algo consistente, não apenas pontual.
Conclusão
Desenvolver amor próprio e autocompaixão não é um destino, mas sim um caminho. E, na arteterapia, esse caminho se constrói com cores, formas, texturas e símbolos que te ajudam a lembrar quem você é de verdade – muito além da autocrítica, das cobranças e dos padrões externos.
Permita-se começar. A cada rabisco, cada colagem, cada pintura ou modelagem, você dá um passo a mais em direção a um relacionamento mais amoroso, gentil e compassivo consigo.
Fontes e referências:
Ciornai, S. (1995). Ciornai, S. (1995). Arte-terapia: o resgate da criatividade na vida. In M. M. M. J Carvalho (Org.), A arte cura? Recursos artísticos em psicoterapia (pp. 59-63). Campinas, SP: Editorial Psy II.
Rogers, N. (2012). The Creative Connection: Expressive Arts as Healing. Science & Behavior Books.
Silva Jardim, A. et al. (2020). Art Therapy for Emotional Self-Regulation: A Review. Journal of Aging Studies.
Martins, D. (2024). Arte‑Terapia, Criatividade e Simbolismo. Editora Psique.
“The power of art therapy in developing self‑compassion” – artigo online publicado pelo Greater Chicago Art Therapy Institute, que explica como a arteterapia ajuda a criar imagens de si mesmo que permitem romper padrões mentais e desenvolver autocompaixão