Talvez você já tenha ouvido falar sobre arteterapia, mas ficou se perguntando: afinal, para que serve? Será que ela é só uma forma de relaxamento? Será que é apenas “fazer arte”? Ou será que existe algo muito mais profundo, sensível e transformador por trás desse processo?
A verdade é que a arteterapia é muito mais do que uma atividade criativa. Na realidade, ela é um processo terapêutico, profundamente acolhedor, que utiliza recursos artísticos como uma ponte direta para o autoconhecimento, o cuidado emocional e a transformação pessoal.
Por isso, neste post, você vai entender exatamente para que serve a arteterapia, como ela funciona, quais são seus benefícios e, principalmente, de que forma ela pode ser uma ferramenta extremamente poderosa no seu processo de desenvolvimento emocional.
Afinal, para que serve a arteterapia?
De forma simples e muito direta, a arteterapia serve para criar um espaço onde você possa, antes de tudo:
Se expressar de maneira livre, sem julgamentos e sem precisar se explicar tanto pelas palavras;
Cuidar da sua saúde emocional e mental de um jeito leve, porém muito profundo e potente;
Se conhecer melhor, acolher suas dores, suas questões internas e, também, suas potências;
Resgatar sua criatividade, sua espontaneidade e sua conexão consigo mesma e com sua essência;
E, acima de tudo, transformar sua relação com você, com seus processos e com a sua própria vida.
Além disso, segundo a pesquisadora e referência internacional em arteterapia, Cathy Malchiodi (2005), “a arteterapia permite acessar aspectos emocionais que, muitas vezes, estão além das palavras. É uma via direta para expressar, compreender e transformar experiências internas.”
Portanto, se você sente que está sobrecarregada, perdida, ansiosa, triste, desconectada de si mesma ou, ainda, se percebe em busca de autoconhecimento, desenvolvimento pessoal e fortalecimento emocional, saiba que a arteterapia pode, sim, ser um caminho profundamente acolhedor e extremamente transformador.
Mas… Como a arteterapia funciona na prática?
Através de materiais como tintas, argila, colagens, desenhos, escrita, tecidos, elementos naturais e muitos outros, você é convidado a se expressar livremente.
Porém, diferente de uma aula de artes, aqui não existe certo ou errado. Não importa se fica bonito, feio, torto ou confuso. O que realmente importa é o que aquilo expressa, simboliza, comunica e movimenta dentro de você.
Além disso, durante a sessão, há espaço para conversas, reflexões, acolhimento e elaboração dos conteúdos que surgem no processo. Assim, a criação se torna uma ferramenta potente para acessar memórias, sentimentos, pensamentos, bloqueios e, muitas vezes, partes suas que estavam esquecidas – ou até mesmo silenciadas.
E é exatamente por isso que funciona tão bem para quem sente dificuldade em falar sobre o que sente. Afinal, nem tudo se traduz em palavras, e a arteterapia oferece uma linguagem simbólica capaz de acessar essas camadas mais profundas.
Portanto, ela não é sobre técnica, e sim sobre expressão, sentido e transformação.
Para que tipos de questões serve a arteterapia?
A arteterapia é, sem dúvidas, extremamente versátil. Ela pode ser aplicada em diferentes contextos emocionais, psíquicos e até físicos.
Saúde emocional e mental:
Alívio da ansiedade, estresse e sobrecarga mental;
Apoio no enfrentamento da depressão, luto, burnout e crises emocionais;
Redução da autocrítica, do perfeccionismo e daquele sentimento constante de inadequação;
Fortalecimento da autoestima, da autoconfiança e, consequentemente, do amor próprio.
Autoconhecimento e desenvolvimento pessoal:
Exploração profunda de quem você é, suas potências, seus ciclos, suas dores e suas necessidades;
Reconexão com sua sensibilidade, sua criatividade e, sobretudo, sua essência;
Desenvolvimento da inteligência emocional, da empatia e do autocuidado, não só consigo, mas também nas relações.
Regulação emocional e bem-estar:
Criação de recursos internos para lidar com desafios, frustrações e mudanças da vida;
Apoio na autorregulação emocional, especialmente para quem vive picos de ansiedade, impulsividade, irritabilidade ou desconexão consigo mesma;
Construção de uma vida mais alinhada com seus próprios valores, desejos e necessidades emocionais.
Apoio em contextos específicos:
Neurodivergências como TDAH, TEA, dislexia, ansiedade generalizada, borderline, bipolaridade e outros transtornos emocionais;
Processos de luto, separação, mudanças de vida, adoecimentos, perdas e transições emocionais importantes;
Acompanhamento complementar em tratamentos médicos, psicológicos e terapias convencionais, fortalecendo os processos de cura emocional e desenvolvimento pessoal.
E o mais incrível é que tudo isso serve para todas as idades.
Mas e a ciência? O que diz sobre a arteterapia?
Há um corpo crescente de evidências científicas que comprovam os benefícios da arteterapia.
Por exemplo, Stuckey e Nobel (2010) demonstraram que atividades expressivas, como a arteterapia, estão diretamente associadas à melhora da saúde física, mental e emocional. Seus estudos apontam redução significativa de estresse, ansiedade e até de dores físicas.
Slayton, D’Archer e Kaplan (2010) analisaram dezenas de pesquisas e encontraram resultados positivos na imensa maioria dos estudos, tanto no alívio de sofrimento emocional quanto no desenvolvimento pessoal e na promoção de bem-estar.
E, claro, Malchiodi (2005) reforça que a arteterapia não só promove bem-estar, mas também reorganiza internamente as emoções, fortalecendo a capacidade de resiliência, autocuidado e equilíbrio emocional.
Portanto, mais do que uma prática sensível, poética e criativa, a arteterapia é, sim, uma prática respaldada, validada e recomendada em diversos contextos terapêuticos.
Precisa saber desenhar?
De jeito nenhum! Esse é, sem dúvida, o mito mais comum quando o assunto é arteterapia.
O processo não exige absolutamente nenhuma habilidade artística. Na verdade, quanto menos você se apega à ideia de “fazer algo bonito”, mais verdadeiro, profundo e transformador se torna o processo.
Aqui, o foco não está na estética, nem na técnica. Está, sim, na expressão, no acolhimento, no sentido e na transformação pessoal.
Enfim: Para que serve a arteterapia?
Serve, acima de tudo, para que você cuide de si. Serve para criar um espaço onde é possível existir de forma segura, se expressar sem julgamentos, sentir sem culpa, transformar sem medo e se acolher com amor, respeito e gentileza.
É usada também, para aliviar dores emocionais, fortalecer sua identidade, resgatar sua potência criativa e, principalmente, para que você se reconecte consigo mesma, com sua essência e com a sua própria vida.
Portanto, se você chegou até aqui, talvez esse seja, sim, o sinal que você estava esperando pra se permitir viver essa experiência transformadora. ✨
Para que serve a arteterapia?
Referências:
CIORNAI, S. (1995). Relação entre criatividade e saúde na Gestalt Terapia. Palestra apresentada no I Encontro Goiano de Gestalt-terapia. In: Revista do ITGT (Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestalt-terapia). nº 1, Goiânia, 1995.
McNiff, S. (2009). Arte como cura. Summus Editorial.
Stuckey, H. L., & Nobel, J. (2010). The Connection Between Art, Healing, and Public Health: A Review of Current Literature.American Journal of Public Health, 100(2), 254–263.
Slayton, S. C., D’Archer, J., & Kaplan, F. (2010). Outcome studies on the efficacy of art therapy: A review of findings.Art Therapy, 27(3), 108–118.
Para quem é indicada a arteterapia: Se você já se questionou se a arteterapia é para o seu momento, saiba que essa dúvida é extremamente comum. Afinal, muitas pessoas acreditam que é necessário ter habilidade artística ou saber desenhar.
No entanto, a verdade é que a arteterapia não se baseia em produzir belas imagens. Pelo contrário, o foco está no processo criativo, no acolhimento e na transformação que ele proporciona.
Portanto, ao longo deste post, você vai descobrir com clareza para quem a arteterapia é indicada. Além disso, vai entender se ela pode, de fato, ser para você – e tudo isso com embasamento.
Quem pode se beneficiar da arteterapia?
A resposta, na prática, é simples: qualquer pessoa. Contudo, ela é especialmente indicada para quem deseja:
Se conhecer melhor e se expressar de forma mais autêntica;
Cuidar da saúde emocional, aliviando sintomas como estresse, ansiedade e tristeza;
Acolher processos como luto, transições, mudanças ou crises existenciais;
Desenvolver autoestima, autoconfiança e amor próprio;
Reconectar-se com a criatividade, a sensibilidade e sua própria essência;
E, além disso, expressar aquilo que as palavras não conseguem, por meio da arte simbólica.
De forma complementar, é importante saber que diversos estudos mostram que a arteterapia também auxilia em casos específicos. Ela oferece suporte em situações como transtornos de ansiedade, depressão, burnout, TDAH, TEA, autismo, borderline e outras questões emocionais. Embora não substitua a psicoterapia convencional, ela se apresenta, muitas vezes, como um caminho acolhedor, sensível e extremamente eficaz. – sem substituir a psicoterapia convencional, mas, muitas vezes, oferecendo um caminho acolhedor e eficaz.
Evidência científica: o que comprovam as pesquisas?
A arteterapia não é apenas uma prática sensível, ela é também uma abordagem com respaldo científico.
Para pessoas com TEA (autismo), por exemplo, estudos sistemáticos confirmam que a arteterapia oferece ambientes seguros para comunicação não verbal, expressão emocional e desenvolvimento de habilidades sociais.
Quando falamos de crianças e adolescentes, as pesquisas apontam melhoras significativas no comportamento, na expressão emocional e na regulação sensorial – além de favorecer o desenvolvimento cognitivo e social.
Já no tratamento da ansiedade e depressão, diversos estudos relatam uma redução expressiva dos sintomas. Isso inclui, inclusive, resultados positivos em idosos que enfrentam depressão associada à ansiedade.
Em contextos mais delicados, como câncer e doenças crônicas, a arteterapia mostrou-se eficaz no alívio da ansiedade, da fadiga, da depressão e até da dor física. E o mais interessante: esses benefícios costumam se manter mesmo após as sessões.
Além disso, revisões sistemáticas confirmam que a arteterapia traz benefícios reais para diversos quadros de saúde mental – incluindo depressão, PTSD, transtornos de personalidade e esquizofrenia -, com resultados positivos na imensa maioria dos estudos analisados.
Em suma, a literatura científica sustenta que a arteterapia não só alivia sintomas, como também melhora o bem-estar geral, fortalece o desenvolvimento emocional e amplia a qualidade de vida. Mesmo que, claro, algumas áreas ainda demandem mais estudos, os resultados até aqui são muito promissores.
Arteterapia é para todas as idades
Se existe algo verdadeiramente bonito na arteterapia, é justamente o fato de que ela não tem idade. Esse é um processo que acolhe desde crianças pequenas até idosos – e cada fase da vida encontra, na criação, um caminho de expressão, acolhimento e transformação.
Isso acontece porque, ao longo da vida, nem sempre conseguimos colocar em palavras tudo aquilo que sentimos. E é justamente aí que a arteterapia se torna tão potente: ela oferece um espaço onde o que importa não é falar certo, nem criar certo – mas sim, se permitir sentir, expressar e cuidar de si.
Segundo a arteterapeuta e pesquisadora Cathy Malchiodi (2011), a arteterapia é uma linguagem que atravessa gerações, porque trabalha diretamente com os símbolos e com a imaginação – recursos que estão presentes em qualquer ser humano, independentemente da idade.
Para crianças, ela se torna uma ponte segura entre o mundo interno e o externo. Muitas vezes, elas ainda não têm recursos pra entender ou explicar o que sentem, e a linguagem simbólica da arte permite que emoções ganhem forma, cor e espaço. Assim, a arteterapia ajuda na regulação emocional, na construção da autoestima, na socialização e no desenvolvimento de uma relação mais saudável com as próprias emoções.
Como explica Sandra Ciornai (1995), a arteterapia permite que a criança externalize conteúdos internos de maneira segura, criativa e simbólica, favorecendo tanto o desenvolvimento emocional quanto cognitivo.
Para adolescentes e adultos, ela se torna um refúgio, um lugar de escuta, criação e resgate de si. Através da arte, é possível acessar questões profundas, muitas vezes difíceis de serem ditas – seja ansiedade, inseguranças, estresse, sobrecarga, crises existenciais ou dores emocionais que foram sendo acumuladas ao longo do caminho.
Shaun McNiff (2009), um dos maiores pesquisadores da área, reforça que a arteterapia não é sobre fazer arte, mas sim sobre transformar a vida através do fazer artístico. Ele afirma que o processo criativo é, por si só, terapêutico e promotor de saúde mental em qualquer fase da vida.
Na terceira idade, a arteterapia se torna também um espaço de fortalecimento da memória, da autonomia e da vitalidade. Mais do que isso, promove bem-estar emocional, alivia a solidão e resgata memórias afetivas – além de fortalecer a autoestima e estimular funções cognitivas e emocionais que, muitas vezes, vão sendo esquecidas na correria da vida ou no processo de envelhecer.
Estudos como o de Stuckey e Nobel (2010) reforçam que práticas expressivas, como a arteterapia, estão diretamente associadas à melhora da saúde física, mental e emocional de idosos, contribuindo para redução de sintomas de depressão, estresse e até de dores físicas.
Portanto, não existe idade certa pra começar. A arteterapia acolhe quem somos em qualquer fase da vida – e, de forma leve, sensível e profunda, abre caminhos pra que cada um possa se expressar, se cuidar e se transformar no seu próprio tempo.
Precisa saber desenhar? E quem não tem habilidade?
Essa é uma das maiores dúvidas, mas também um dos maiores mitos. Em várias pesquisas e revisões, ficou claro que a técnica não exige talento artístico. O importante é o processo simbólico, expressivo e emocional – não a estética da obra .
Portanto, se você acha que não “sabe desenhar”, saiba que isso não é um obstáculo – e sim, muitas vezes, uma porta de acesso ao seu inconsciente, suas emoções e seu autoconhecimento.
Conclusão: a arteterapia é para mim?
De forma clara e acolhedora: sim, a arteterapia pode ser indicada para praticamente qualquer pessoa que:
Quer cuidar da própria saúde emocional de forma criativa e humana;
Busca apoio para emoções difíceis (como tristeza, luto, ansiedade);
Tem dificuldade em se expressar com palavras ou gosta de se expressar através da arte;
Deseja aprender a se acolher, se conectar consigo e com os símbolos internos;
E valoriza um processo de autoconhecimento, sensibilidade e transformação.
E, embora não substitua a psicoterapia, ela pode ser uma poderosa aliada – seja sozinha ou em conjunto com outras formas de cuidado.
Fontes e Referências Bibliográficas
Ciornai, S. (1995). Relação entre criatividade e saúde na Gestalt Terapia. Palestra apresentada no I Encontro Goiano de Gestalt-terapia. In: Revista do ITGT (Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestalt-terapia). nº 1, Goiânia, 1995.
Malchiodi, C. A. (2011). Handbook of Art Therapy
McNiff, S. (2009).Arte como cura: Reflexões sobre arte e terapia. São Paulo: Summus Editorial.
Stuckey, H. L., & Nobel, J. (2010). The Connection Between Art, Healing, and Public Health: A Review of Current Literature. American Journal of Public Health, 100(2), 254-263.
Slayton, S. C., D’Archer, J., & Kaplan, F. (2010). Outcome studies on the efficacy of art therapy: A review of findings. Art Therapy, 27(3), 108-118.
Martin, L. A., Oepen, R., Bauer, K., Nottensteiner, A., Mergl, R., & Hegerl, U. (2018). Creative arts interventions for stress management and prevention – A systematic review. Behavioral Sciences, 8(2), 28.
UBAAT — União Brasileira de Associações de Arteterapia. Disponível em: https://ubaat.org.br
AATERGS — Associação de Arteterapia do Rio Grande do Sul. Disponível em: https://aatergs.com.br
Escolher um arteterapeuta pode gerar várias dúvidas, especialmente se você nunca passou por esse tipo de processo antes. Afinal, como saber se o profissional é realmente sério? Como entender se aquele estilo de trabalho combina com você?
Por isso, neste post, eu te ajudo a entender quais critérios são essenciais na hora de escolher um arteterapeuta. Além disso, te mostro como encontrar alguém que te ajude nesse caminho de cuidado, expressão e transformação.
Verifique se é um arteterapeuta formado e certificado
O primeiro passo, sem dúvida, é confirmar se a pessoa tem formação específica em arteterapia. Afinal, arteterapeutas são profissionais que passaram por uma formação completa – normalmente uma pós-graduação ou uma formação livre reconhecida – que segue os critérios da UBAAT (União Brasileira de Associações de Arteterapia) e das associações regionais, como a AATERGS (Associação de Arteterapia do Rio Grande do Sul).
Além disso, é essencial verificar se o profissional possui o CRA, emitido por uma das associações vinculadas à UBAAT. Esse registro, portanto, garante que ele cumpre todos os requisitos éticos, técnicos e práticos para atuar na área de arteterapia.
Por isso, antes de qualquer coisa, essa deve ser a sua primeira checagem.
Avalie se você se sente acolhido e confortável
Por mais que a formação seja fundamental, também é muito importante observar se você se sente confortável, acolhido e seguro no processo. Afinal, a relação terapêutica precisa ser, acima de tudo, um espaço de confiança.
Ali, você deve se sentir livre para criar, se expressar, refletir e, principalmente, ser quem você é – sem julgamentos, sem cobranças e sem nenhuma expectativa estética.
Portanto, perceba como o profissional se comunica, como conduz as conversas iniciais e se esse jeito te transmite segurança. Afinal, a técnica é importante, mas o vínculo terapêutico é o que sustenta todo o processo.
Onde buscar e como escolher?
Atualmente, felizmente, existem várias formas de encontrar um arteterapeuta.
Você pode, por exemplo:
Buscar diretamente no site da UBAAT e nas associações regionais, como a AATERGS;
Pesquisar nas redes sociais ou em blogs como este, que você está lendo agora;
Explorar plataformas de atendimento online, que muitas vezes oferecem filtros por abordagem, especialização e tipo de terapia.
O que observar no conteúdo que eles compartilham?
Além de buscar, é muito importante avaliar alguns detalhes. Portanto, pergunte a si mesmo:
A linguagem é ética, acolhedora e profissional?
O que é postado faz você se sentir visto, compreendido e confortável?
As reflexões, os textos e as propostas fazem sentido pra você e te geram identificação?
Se sim, esse pode ser, sem dúvida, um ótimo caminho para começar.
DICA DE OURO:
Você pode – e deve! – usar o próprio Instagram, blogs e redes sociais pra conhecer arteterapeutas. Observar como eles se expressam, quais reflexões compartilham e como falam sobre o processo já te ajuda muito a perceber se aquele profissional faz sentido pra você.
Afinal, a comunicação do profissional já revela muito sobre sua abordagem, seu olhar e seu jeito de conduzir as sessões.
Presencial ou online? Funciona do mesmo jeito?
Sim, funciona! A arteterapia pode acontecer tanto no formato presencial quanto no online – e ambos são igualmente válidos, seguros e eficazes.
O mais importante, portanto, não é o lugar físico, mas sim a criação de um espaço terapêutico onde você possa se expressar com liberdade, criar, refletir e, consequentemente, construir sua própria história.
Se você gosta da experiência sensorial dos materiais físicos – como argila, tinta e texturas – o presencial pode ser ainda mais interessante. Por outro lado, se você busca praticidade, conforto e flexibilidade, o online pode ser a melhor escolha.
Dicas de perguntas para fazer antes de escolher:
Fique à vontade para fazer perguntas! Inclusive, essa é uma das melhores formas de garantir que você encontrará alguém alinhado com o que você busca.
Algumas sugestões são:
Qual sua formação em arteterapia?
Você possui o CRA, emitido pela UBAAT ou por alguma associação regional?
Tem experiência atendendo pessoas com minha demanda específica?
Como costumam ser as sessões? Elas são mais livres, mais direcionadas, como funciona?
É necessário ter qualquer tipo de experiência com arte?
Essas perguntas ajudam você a entender tanto o perfil do profissional quanto se aquela forma de conduzir o processo combina com você.
Conclusão: escolher um arteterapeuta é escolher um espaço de cuidado
Escolher um arteterapeuta vai muito além de olhar um currículo. Na verdade, é sobre perceber se aquele profissional te faz se sentir seguro, visto e acolhido – e, claro, se ele tem a formação necessária pra conduzir esse processo com responsabilidade, ética e sensibilidade.
Portanto, confie na sua intuição, pesquise, observe e escolha alguém que te ajude a trilhar esse caminho de expressão, cuidado, autoconhecimento e transformação.
Ciornai, S. (1995). CIORNAI, S. (1995). Relação entre criatividade e saúde na Gestalt Terapia. Palestra apresentada no I Encontro Goiano de Gestalt-terapia. In: Revistado ITGT (Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestalt-terapia). nº 1, Goiânia, 1995.
McNiff, S. (2009). Arte como cura. Summus Editorial.
Se você já se perguntou se a arteterapia online realmente funciona, saiba que essa é uma dúvida muito comum. Afinal, será que é possível ter a mesma conexão, os mesmos efeitos e os mesmos benefícios sem estar presencialmente na sala do terapeuta?
A resposta, de forma clara e objetiva, é sim, funciona! A arteterapia online funciona, é eficaz e pode gerar transformações profundas. Obviamente, existem algumas adaptações no processo, mas isso não significa perda de qualidade. Muito pelo contrário – para muitas pessoas, o online acaba sendo até mais confortável, acessível e seguro.
O que a literatura e os estudos dizem sobre arteterapia online?
Desde a pandemia, houve um aumento significativo nas pesquisas sobre atendimentos terapêuticos online. Estudos recentes, como o publicado na Art Therapy: Journal of the American Art Therapy Association (2021), apontam que a arteterapia online mantém os principais benefícios da modalidade presencial, incluindo melhora no bem-estar emocional, desenvolvimento da autorregulação, redução da ansiedade e fortalecimento da autoestima.
Além disso, a própria AATA – American Art Therapy Association afirma que, com as ferramentas certas, os atendimentos online são absolutamente viáveis, éticos, seguros e eficientes.
Autores como Natalie Rogers (2012) também destacam que o poder da expressão simbólica não depende do espaço, mas sim da qualidade do vínculo, do ambiente de acolhimento e do processo criativo. Portanto, a conexão entre terapeuta, cliente e processo se mantém viva e potente, mesmo através da tela.
Quais são os benefícios da arteterapia online?
Ao escolher a modalidade online, você não perde os benefícios da arteterapia – muito pelo contrário, pode até ganhar alguns extras. Veja os principais:
✔ Acesso fácil e seguro, sem deslocamento
✔ Atendimento no conforto da sua casa, onde se sente mais à vontade
✔ Mantém os benefícios emocionais, cognitivos e sensoriais
✔ Desenvolvimento de autoconhecimento, autocuidado e expressão emocional
✔ Redução da ansiedade, do estresse e da sobrecarga mental
✔ Flexibilidade de horários e acessibilidade para quem mora em qualquer lugar
Além disso, o processo criativo continua acontecendo da mesma forma: com materiais que você já tem em casa, com orientação do arteterapeuta, acolhimento e segurança emocional.
O que muda entre a arteterapia online e presencial?
Na essência, nada muda. Afinal, o que faz a arteterapia acontecer é o encontro entre você, o terapeuta e o processo criativo – e isso é totalmente possível no ambiente virtual.
Porém, existem algumas diferenças práticas, como:
Você usa os materiais que tem em casa (mas o terapeuta te orienta sobre quais escolher)
O espaço físico precisa ser preparado para garantir privacidade, conforto e segurança emocional
O envio e compartilhamento das imagens criadas pode acontecer por foto, vídeo ou na própria câmera durante a sessão
Por outro lado, muitas pessoas relatam que, justamente por estarem no seu próprio ambiente, se sentem ainda mais livres, menos intimidadas e mais à vontade para se expressar.
E se eu não tiver materiais em casa?
Acredite: não precisa ter um ateliê ou materiais sofisticados! A arteterapia online se adapta à sua realidade. Muitas vivências podem ser feitas apenas com papel e caneta, lápis de cor, canetinhas ou até materiais recicláveis, revistas velhas, pedaços de papel e tesoura.
Inclusive, o processo se torna ainda mais simbólico quando você cria com o que tem à mão. Afinal, isso também é uma metáfora poderosa sobre acolher quem você é e o que você tem hoje, sem esperar o cenário ideal para começar a cuidar de si.
Vivências e atividades de arteterapia online (e o que esperar de uma sessão)
Durante uma sessão de arteterapia online, o processo flui de forma muito parecida com o presencial. O terapeuta guia, acolhe e propõe vivências que podem incluir:
✔ Desenhos livres ou dirigidos
✔ Pinturas intuitivas
✔ Colagens com materiais simples (revistas, papel, tecido)
✔ Escrita terapêutica, mapas visuais, mandalas
✔ Modelagem (caso tenha massinha ou argila em casa)
✔ Criações simbólicas que refletem seus sentimentos, emoções e histórias
E vale sempre lembrar: Embora seja possível fazer atividades criativas por conta própria, o acompanhamento de um arteterapeuta faz toda a diferença. Com ele, você conta com acolhimento profissional, segurança emocional e, principalmente, com a condução ética e sensível que faz o processo ser muito mais transformador.
Conclusão: arteterapia online funciona, sim!
Se você sente vontade de experimentar, mas ainda tinha receio, saiba que a arteterapia online não só funciona, como pode ser tão transformadora quanto – e, em muitos casos, até mais acessível, confortável e potente.
Através das telas, continua existindo o acolhimento, a escuta, o espaço simbólico e a possibilidade de se reconectar consigo. Afinal, o que cura não é o lugar físico, mas sim o encontro: com o terapeuta, com o processo criativo e, acima de tudo, com você.
Uma sessão online de arteterapia pode ser enriquecedora!
Fontes e referências:
Art Therapy: Journal of the American Art Therapy Association (2021)
Ciornai, S. (1995). Arte-terapia: o resgate da criatividade na vida. In M. M. M. J Carvalho (Org.), A arte cura? Recursos artísticos em psicoterapia (pp. 59-63). Campinas, SP: Editorial Psy II.
Rogers, N. (2012). The Creative Connection: Expressive Arts as Healing. Science & Behavior Books.
Silva Jardim, A. et al. (2020). Art Therapy for Emotional Self-Regulation: A Review. Journal of Aging Studies.
Quais os benefícios da arteterapia: A arte tem o poder de acessar lugares profundos dentro da gente – aqueles onde as palavras muitas vezes não chegam. A arteterapia nasce justamente desse poder: ela usa o processo criativo como ferramenta de escuta, elaboração e transformação. Se você está se perguntando “mas afinal, o que a arteterapia pode fazer por mim?” – este post é pra você. Vamos conversar sobre os principais benefícios dessa prática que une acolhimento, expressão e cuidado emocional.
Acolhe emoções difíceis sem exigir explicação
Nem sempre conseguimos nomear o que sentimos. Às vezes, há um nó no peito, uma angústia difusa, uma sensação de vazio – mas faltam palavras para expressar.
Na arteterapia, não é preciso explicar tudo racionalmente. Ao invés disso, através do fazer artístico, você pode colocar para fora o que sente sem precisar se justificar. Pintar, rasgar, desenhar ou montar uma colagem pode ser o primeiro passo para lidar com emoções que estavam guardadas ou reprimidas.
Desse modo, a arte se torna um canal para elaborar experiências internas com mais suavidade e menos pressão verbal.
Estimula o autoconhecimento
Criar é uma forma de se olhar. Cada cor escolhida, cada traço, cada imagem que surge pode dizer algo sobre você – mesmo que de forma simbólica.
Com o tempo, a pessoa começa a perceber padrões nas suas criações: temas recorrentes, sensações associadas a certos materiais, mudanças no estilo de produção. Tudo isso ajuda a construir um olhar mais atento sobre si mesma.
Portanto, a arteterapia amplia a consciência emocional e favorece processos de mudança, escolha e reconstrução interna.
Favorece a regulação emocional
Durante o processo criativo, é comum que emoções venham à tona – às vezes de maneira intensa, outras vezes mais sutil.
A grande beleza da arteterapia está justamente aí: ela oferece um espaço seguro para que essas emoções sejam sentidas, vividas e reorganizadas. A arte, como mediadora, permite que a pessoa entre em contato com sentimentos difíceis sem se sentir invadida ou sobrecarregada.
Por consequência, esse exercício fortalece a capacidade de se autorregular, ou seja, de reconhecer, sustentar e cuidar das próprias emoções de forma mais consciente. Além disso, essa habilidade emocional adquirida na sala terapêutica costuma se refletir nas relações, nas escolhas e no modo de viver o dia a dia.
Desenvolve a criatividade e a espontaneidade
Ainda que muitas pessoas acreditem que não são criativas, a arteterapia mostra o contrário: todos têm potencial criativo, mesmo que ele esteja adormecido.
A prática convida a experimentar, brincar, ousar – tudo sem medo de errar. Aos poucos, vai se abrindo um espaço interno para a espontaneidade, a flexibilidade e o prazer de criar sem se julgar.
Não por acaso, essas experiências também impactam a vida fora da sessão. Em outras palavras, ao permitir que a criatividade circule no ambiente terapêutico, a pessoa fortalece sua capacidade de lidar com imprevistos, de se adaptar e de confiar mais na própria intuição.
Constrói um espaço de cuidado e presença
Em tempos em que tudo parece urgente, a arteterapia convida a parar. Ela oferece, portanto, um tempo de presença — sem pressa, sem metas e sem cobranças. É um momento para respirar, sentir e se permitir apenas ser.
Mais do que isso, ela constrói um espaço onde o cuidado é verdadeiro: não se espera desempenho, mas disponibilidade. A pessoa é acolhida como está – com seus silêncios, suas bagunças, seus brilhos.
Com o tempo, esse tipo de ambiente favorece uma reconexão profunda com quem se é. Por fim, é nesse espaço de escuta e criação que muita coisa começa a se reorganizar, mesmo que de forma sutil.
Fontes
Este artigo é inspirado por diferentes autores, livros e pesquisas que estudam a arteterapia como um recurso terapêutico potente e acessível. Abaixo, listo algumas das principais fontes que embasam esses benefícios:
KRAMER, Edith.Arte como Terapia. Clássico internacional que explora como o fazer artístico contribui para o amadurecimento emocional, especialmente em crianças.
McNIFF, Shaun.Art as Medicine. Aborda o poder transformador do processo criativo como caminho para a cura e a reconexão interior.
JUNG, Carl Gustav.O Homem e Seus Símbolos. Base teórica importante para arteterapeutas que trabalham com a linguagem simbólica e o inconsciente por meio da arte.
UBAAT – União Brasileira de Associações de Arteterapia. Oferece diretrizes éticas e define a prática da arteterapia no Brasil. www.ubaat.org.br
AATERGS – Associação de Arteterapia do Rio Grande do Sul. Disponibiliza conteúdos informativos e apoio para quem busca formação ou atuação profissional. www.aatergs.com.br
A arteterapia não exige que você saiba pintar, desenhar ou “fazer arte bonita”. O que ela pede é que você esteja presente – do seu jeito, no seu tempo. Se algum desses benefícios tocou você, talvez a arte seja o caminho que você estava procurando. ✨
Como funciona uma sessão de arteterapia: Se você já se perguntou como seria uma sessão de arteterapia – se envolve pintar quadros, conversar sobre sentimentos ou simplesmente “fazer arte” – então esse post é pra você.
A verdade é que a arteterapia não tem uma fórmula única. Ainda assim, ela segue algo essencial: criar um espaço de expressão livre e segura, onde o que importa não é a estética da obra, mas sim a experiência de criar.
Geralmente, a sessão começa com escuta, em seguida passa pelo fazer e, caso faça sentido, termina com partilhas e reflexões. Tudo isso, no entanto, acontece de um jeito leve, respeitoso e humano.
O início: criar um espaço de confiança
A sessão geralmente começa com a construção do vínculo. O arteterapeuta acolhe a pessoa com escuta ativa, abrindo assim um espaço para que ela possa se colocar – seja com palavras ou apenas com presença. Em muitos casos, o encontro se inicia com uma pequena conversa sobre como a pessoa está se sentindo naquele dia, o que gostaria de trabalhar ou, por vezes, com um silêncio compartilhado.
No meu caso específico, o espaço em que atendo é dividido em dois ambientes. Primeiro, começamos na área de acolhimento, com duas poltronas voltadas uma para a outra. Ali, conversamos sobre as demandas da pessoa, os motivos que a trouxeram para a terapia e também sobre as atualizações da semana. Esse primeiro momento é uma escuta aberta, sem pressa – um tempo em que o vínculo se fortalece a cada encontro.
O convite para criar
Depois desse primeiro momento de conversa, seguimos para a segunda parte da sala, onde há uma mesa com materiais artísticos diversos. É ali que começa a parte prática da sessão: uma nova atividade é proposta – ou escolhida junto – a cada encontro.
Desenhos, colagens, pinturas, argila, escrita ou até exercícios mais livres podem surgir, sempre respeitando o que a pessoa está sentindo no dia. Frequentemente, seguimos conversando enquanto a criação acontece. O espaço da mesa permite essa troca mais leve, onde o fazer vai se entrelaçando com o falar.
Vale lembrar que não existe certo ou errado. O foco está no processo, e não necessariamente no resultado. Ao longo da criação, tudo acontece com afeto, presença e respeito pelo tempo interno de cada um.
O tempo da escuta e da integração
Após a criação, pode ou não haver uma conversa sobre o que foi produzido. Em alguns casos, a própria pessoa traz significados; em outros momentos, prefere apenas deixar a obra falar por si.
Essa escuta simbólica é parte importante do processo: o arteterapeuta não interpreta de forma rígida, como se fosse um teste. Em vez disso, acompanha com sensibilidade os sentidos que podem emergir da experiência.
Memórias, emoções, sensações ou até apenas uma sensação de alívio podem surgir – e, independentemente do que for, todas elas são bem-vindas.
Sessão individual ou em grupo?
A arteterapia pode ser feita de forma individual ou em grupo. Nas sessões individuais, o processo é mais personalizado e focado nas vivências únicas de quem está ali. Já nos grupos, surgem outras riquezas: trocas, escuta coletiva, identificação com o outro, sensação de pertencimento.
No meu caso, ofereço sessões individuais de arteterapia com duração de 50 minutos. Esse tempo é pensado para que possamos acolher o momento emocional da pessoa, conversar, criar e integrar a experiência com calma. Mas vale lembrar: a duração e a estrutura das sessões podem variar bastante de profissional para profissional. Alguns trabalham com encontros mais longos ou com dinâmicas diferentes — e tudo bem. O importante é que você se sinta confortável e bem cuidado no processo.
Preciso saber desenhar para participar?
De jeito nenhum. Essa é uma das dúvidas mais comuns – e um medo também. Mas aqui vai a verdade: não é preciso saber desenhar, pintar ou “fazer arte bonita”. A arteterapia não é sobre estética, é sobre expressão.
Todos são bem-vindos, independentemente de experiência ou habilidade artística. A criação serve como ponte entre o sentir e o dizer – e mesmo quem nunca se considerou criativo costuma se surpreender com o que emerge nesse processo.
Livros e autores de referência
Edith Kramer – “Arte como Terapia” Pioneira na arteterapia, Kramer fala sobre o valor terapêutico do processo artístico, especialmente com crianças, mas aplicável a outros públicos.
Carl Gustav Jung – “A Prática da Psicoterapia” e “O Homem e seus Símbolos” Referência para compreender o valor simbólico da criação artística e sua relação com o inconsciente – base de muitas práticas arteterapêuticas.
Shaun McNiff – “Art as Medicine” Um dos maiores nomes internacionais da arteterapia, McNiff fala sobre o processo criativo como espaço de cura e autoconhecimento.
Artigos e instituições confiáveis
UBAAT – União Brasileira de Associações de Arteterapia Site com textos, definições e princípios éticos da prática: www.ubaat.org.br
AATERGS – Associação de Arteterapia do Rio Grande do Sul O site da AARTERGS oferece informações sobre o que é arteterapia, formação profissional, ética, atuação no estado e eventos da área. Também conta com canais de contato e conteúdos informativos acessíveis: https://www.aatergs.com.br
A arteterapia é um espaço de cuidado, criação e descoberta. Aqui, a arte é ferramenta, mas também linguagem, companhia e caminho. Se você sentiu vontade de viver essa experiência, fica por aqui. Em breve, meu espaço vai estar aberto para te receber com calma, arte e presença. ✨