Se você já pensou em fazer arteterapia, existe uma dúvida que, provavelmente, passou pela sua cabeça: “Mas… eu preciso saber desenhar pra isso?”
Se essa pergunta te travou, te deixou inseguro ou até mesmo fez você desistir da ideia, saiba que você não está sozinho. Na verdade, essa é uma das dúvidas mais comuns quando alguém começa a se interessar pela arteterapia — e, sinceramente, é uma dúvida muito legítima.
Afinal, crescemos ouvindo coisas como “eu não sei desenhar”, “minha arte é feia”, “sou péssimo em coisas manuais”. Além disso, essa crença, que muitas vezes se constrói desde a infância, acaba criando um bloqueio enorme em relação à própria criatividade e autoexpressão.
Por isso, é muito importante esclarecer, de forma direta e definitiva: Não, você não precisa saber desenhar, pintar, modelar ou “ter talento artístico” pra fazer arteterapia.
Por que, então, a arte é usada na arteterapia?
Essa é uma das perguntas mais importantes e também uma das mais reveladoras sobre o que, de fato, é a arteterapia.
Aqui vai a chave pra entender tudo isso: Na arteterapia, a arte não é sobre estética. Não é sobre técnica. E, definitivamente, não é sobre beleza.
Na verdade, a arte é utilizada como uma linguagem simbólica. Ou seja, ela se torna uma forma de expressar sentimentos, emoções, pensamentos e experiências internas que, muitas vezes, são difíceis de acessar ou até impossíveis de colocar em palavras.
Inclusive, Carl Gustav Jung, um dos principais teóricos que fundamentam a arteterapia, já falava muito sobre isso. Ele defendia que a criação de imagens não é apenas uma atividade artística – é uma ponte direta com o inconsciente, um caminho de autoconhecimento e de integração psíquica.
Da mesma forma, Nise da Silveira, psiquiatra brasileira pioneira no uso da arte como recurso terapêutico, percebeu, ainda na década de 1940, que o fazer artístico não era apenas uma produção estética, mas sim uma expressão psíquica extremamente potente. Ao trabalhar com pacientes psiquiátricos, ela percebeu que as produções artísticas falavam muito mais sobre os processos internos dessas pessoas do que qualquer exame clínico poderia revelar (SILVEIRA, 1992).
Portanto, fica claro que a arte, dentro da arteterapia, é usada como uma ferramenta de expressão simbólica, de conexão com o inconsciente e, sobretudo, de acolhimento e transformação emocional.
Mas… e se eu não sei desenhar?
Perfeito. A verdade é que você não precisa saber. A arteterapia, ao contrário do que muita gente pensa, não se importa se você desenha bem, se faz bonecos de palito, se sua pintura não tem perspectiva, se seu recorte ficou torto ou se sua escultura parece meio esquisita.
E sabe por quê? Porque o que importa não é o produto final. O que realmente importa é o processo:
O que acontece dentro de você enquanto você cria.
O que se revela nas suas escolhas de cor, de forma, de textura.
O que aparece no silêncio do pincel, na pressão do lápis, no gesto de modelar a argila, no rasgar do papel, no espalhar da tinta.
Esse processo te conecta com partes de você que, muitas vezes, estão escondidas, adormecidas, silenciadas ou sufocadas. É uma forma de se perceber, se acolher e, principalmente, se expressar sem precisar passar pela lógica, pela razão ou pela linguagem verbal.
E quais materiais são utilizados na arteterapia?
Aqui entra outra dúvida muito comum, mas igualmente importante. Afinal, se não é sobre saber desenhar, então, como funciona na prática?
Na arteterapia, utilizamos uma variedade enorme de materiais, e eles são escolhidos não pelo critério estético, mas sim pela sua capacidade de oferecer diferentes experiências sensoriais, afetivas e expressivas.
Você pode trabalhar com:
Giz de cera, giz pastel seco e oleoso
Tintas (aquarela, guache, acrílica),
Colagens, papéis coloridos, revistas,
Argila, massinha, papel machê,
Tecido, linhas, lã, barbante,
Elementos naturais como folhas, pedras, sementes, gravetos, areia, entre outros.
E muito mais, a imaginação é o limite!
Além disso, vale lembrar que cada material oferece uma experiência sensorial diferente. Alguns são mais fluidos, outros mais firmes, alguns deslizam, outros oferecem resistência. E tudo isso faz parte do processo terapêutico, pois o nosso corpo também responde diferentemente ao material, à textura e à experiência.
A arte como linguagem do inconsciente
E aqui está uma das coisas mais fascinantes sobre a arteterapia. Quando você cria, você ativa não só suas mãos, mas também sua imaginação, sua intuição e suas emoções. Portanto, a criação artística, nesse contexto, não exige lógica, não exige coerência estética, não exige que você “explique” nada.
Ela simplesmente acontece.
E, muitas vezes, esse fazer simbólico permite que conteúdos inconscientes venham à tona de maneira segura e, muitas vezes, surpreendente. A partir daí, a pessoa pode começar a olhar pra isso, refletir, entender, ressignificar, elaborar – e, assim, abrir espaço pra transformação, pra cura, pra expansão e pra construção de novos sentidos sobre si mesma.
Resumindo, de forma bem direta, clara e honesta:
Você não precisa saber desenhar.
Não importa se é bonito, feio, bem feito ou mal feito.
A arte é um meio, um caminho simbólico.
O que importa de verdade é o que você sente, percebe e elabora enquanto cria.
A arteterapia não é sobre estética. É sobre acolhimento, expressão, cuidado e, acima de tudo, autoconhecimento.
Se você cresceu acreditando que “não é bom em arte”, talvez – e aqui te digo com muito carinho – seja exatamente por isso que seu processo criativo mereça ser resgatado. E não, não como estética. Nem como técnica. Mas sim como cuidado, como linguagem e como uma ponte pra se reencontrar com você mesmo.
Precisa saber desenhar pra fazer arteterapia?
Fontes e Referências:
SILVEIRA, Nise da. Imagens do Inconsciente. Rio de Janeiro: Contraponto, 1992.
JUNG, Carl Gustav. O Homem e seus Símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.
UBAAT – União Brasileira das Associações de Arteterapia. Diretrizes de Formação e Código de Ética. Disponível em: https://ubaat.org.br. Acesso em: 01 jun. 2025.
Essa é uma dúvida que muita gente tem – e com razão! Afinal, tanto em uma aula de arte quanto em uma sessão de arteterapia, a gente trabalha com materiais artísticos, cores, formas, texturas…
Mas, apesar das semelhanças visuais, as intenções, os objetivos e os processos são bem diferentes. Se você já se perguntou qual é a diferença entre esses dois caminhos, este post é pra você!
Aula de Arte: foco na técnica e no resultado estético
Em uma aula de arte, o objetivo principal é o aprendizado técnico. Ou seja, o aluno vai desenvolver habilidades específicas como:
Aprender a usar diferentes materiais (tinta, argila, lápis de cor, etc.),
Aprender técnicas de desenho, pintura, escultura, entre outras,
Conhecer movimentos artísticos, estilos e referências históricas,
Melhorar o domínio de formas, proporções e composição.
Além disso, geralmente há uma preocupação com o resultado final da obra. Existe um processo de correção, orientação e até avaliação em alguns casos.
👉 Em resumo: na aula de arte, a meta é aprimorar a expressão artística com foco técnico e criativo.
Sessão de Arteterapia: foco no processo e no significado emocional
Já na arteterapia, a lógica é completamente diferente. Aqui, o foco não é o resultado estético, nem a técnica, nem se a pessoa “sabe desenhar” ou não.
O objetivo principal é promover o bem-estar emocional, o autoconhecimento e a expressão de conteúdos internos, usando a arte como meio de comunicação simbólica.
Durante uma sessão de arteterapia:
Não existe “certo” ou “errado”,
Não há correção de técnica,
O processo é mais importante que o produto final,
O que a pessoa sente, pensa e projeta durante a criação é o que realmente importa,
O arteterapeuta acompanha o processo de forma acolhedora, ajudando na leitura simbólica das produções, se isso fizer sentido para o paciente.
👉 Em resumo: na arteterapia, a arte é um caminho para cuidar da saúde emocional e promover transformação interior.
E pode ter interseções entre os dois?
Sim! Existem oficinas, vivências ou projetos sociais que misturam elementos das duas abordagens. Mas é essencial que os profissionais envolvidos deixem claro qual é o foco da atividade: aprendizado técnico ou cuidado emocional?
Essa clareza é fundamental pra que os participantes saibam o que esperar – e, principalmente, pra que o processo seja ético e respeitoso.
Resumo rápido da diferença:
Aula de Arte
Sessão de Arteterapia
Foco na técnica e no aprendizado artístico
Foco no bem-estar emocional e autoconhecimento
Resultado estético é importante
Processo criativo é mais importante que o resultado
Pode ter avaliação e correção
Não há correção técnica
Ensino de estilos, história da arte, etc.
Exploração simbólica, expressão de emoções
Por que essa diferença é importante?
Porque cada abordagem tem seu valor – mas elas servem a propósitos diferentes:
Se o seu desejo é aprender a desenhar melhor, uma aula de arte é o caminho.
Mas se o que você busca é se conhecer, se acolher e cuidar da sua saúde emocional através da criação, a arteterapia é o espaço pra isso.
Ambas podem transformar – mas cada uma do seu jeito.
Qual a diferença entre arte e arteterapia?
Fontes e Referências
SILVEIRA, Nise da. Imagens do Inconsciente. Rio de Janeiro: Contraponto, 1992.
JUNG, Carl Gustav. O Homem e seus Símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.
UBAAT – União Brasileira das Associações de Arteterapia. Diretrizes de Formação e Código de Ética. Disponível em: https://ubaat.org.br.
Se você já se perguntou se a arteterapia substitui a psicoterapia, saiba que essa é uma dúvida super comum – e, aliás, extremamente válida. Afinal, ambas são práticas terapêuticas, trabalham com saúde mental e acolhem as emoções. Mas será que elas são a mesma coisa?
A resposta é: não, não substitui. A arteterapia e a psicoterapia são abordagens diferentes, embora sejam complementares em muitos casos. Cada uma tem seus objetivos, suas técnicas e suas formas específicas de cuidar da saúde emocional.
Por isso, entender as diferenças entre elas é fundamental na hora de escolher qual caminho faz mais sentido para você – ou até para perceber que, em alguns casos, combinar as duas pode ser o melhor dos mundos.
O que é psicoterapia?
A psicoterapia é um processo conduzido por um(a) psicólogo(a) formado(a), com registro no CRP (Conselho Regional de Psicologia). Seu foco principal é compreender e intervir nas questões emocionais, cognitivas, comportamentais e psíquicas da pessoa.
Através da escuta, do diálogo, da análise e das técnicas psicológicas, a psicoterapia ajuda na elaboração de traumas, na ressignificação de padrões de comportamento, na compreensão das próprias emoções, no desenvolvimento de estratégias emocionais e na promoção de saúde mental.
Ou seja, é uma prática regulamentada, amparada pela ciência psicológica e essencial para trabalhar transtornos mentais, traumas profundos e questões emocionais complexas.
E o que é arteterapia?
Já a arteterapia é uma prática terapêutica que utiliza a linguagem artística como meio de expressão, autoconhecimento e transformação emocional. Ela é conduzida por um(a) arteterapeuta, profissional formado(a) em arteterapia, com graduação e registro em associações da área, como a UBAAT (União Brasileira de Associações de Arteterapia) e a AATERGS.
Na arteterapia, o fazer artístico – seja pintura, colagem, modelagem, desenho, escrita ou qualquer linguagem simbólica – é o caminho pra acessar conteúdos internos que, muitas vezes, as palavras não dão conta de traduzir.
Portanto, ela não exige que a pessoa saiba desenhar, pintar ou fazer arte “bonita”. Aqui, o que importa não é a estética, mas sim o processo simbólico e expressivo, que possibilita acolher emoções, reorganizar pensamentos, acessar o inconsciente e construir caminhos de autocuidado e desenvolvimento pessoal.
Afinal… a arteterapia substitui a psicoterapia?
A resposta é direta e clara: não, a arteterapia não substitui a psicoterapia.
Elas são práticas diferentes, com formações, abordagens e funções distintas. Porém, o mais bonito é que elas podem se complementar de maneira maravilhosa.
A psicoterapia trabalha com a escuta verbal, análise, elaboração psíquica e técnicas próprias da psicologia. É indicada especialmente para quem enfrenta transtornos emocionais, traumas, ansiedade, depressão, crises existenciais profundas ou qualquer sofrimento psíquico que demande um acompanhamento clínico e psicológico.
A arteterapia, por sua vez, é uma abordagem terapêutica que ajuda no desenvolvimento emocional, na ampliação do autoconhecimento, no fortalecimento da autoestima, na liberação de emoções e na transformação simbólica de vivências.
Portanto, a arteterapia não faz diagnóstico, nem trabalha quadros clínicos da mesma forma que a psicologia faz. Ela oferece um espaço terapêutico de acolhimento e expressão, mas sem substituir a atuação da psicoterapia.
Quando fazer arteterapia? E quando fazer psicoterapia?
Fazer arteterapia faz muito sentido se você:
Quer se conhecer melhor e desenvolver sua criatividade;
Busca um espaço para expressar emoções sem a necessidade de colocar tudo em palavras;
Deseja aliviar ansiedade, estresse, sobrecarga e fortalecer seu bem-estar;
Quer trabalhar autoconfiança, autoestima, amor-próprio e autocuidado;
Sente vontade de explorar sua sensibilidade, sua imaginação e seus processos internos de forma mais simbólica e sensível.
Fazer psicoterapia é essencial se você:
Está lidando com transtornos emocionais como ansiedade, depressão, burnout ou transtornos de personalidade;
Precisa de um espaço clínico para elaborar traumas, feridas emocionais ou questões complexas;
Busca compreender padrões de comportamento, pensamentos automáticos e mecanismos psíquicos;
Está passando por crises, lutos, rompimentos ou situações de sofrimento intenso;
Precisa de intervenções clínicas, diagnósticos e estratégias terapêuticas baseadas na psicologia.
E posso fazer as duas ao mesmo tempo?
Com toda certeza! Aliás, muitos profissionais indicam isso, justamente porque as duas abordagens se complementam lindamente.
Enquanto na psicoterapia você fala, reflete e elabora pela via verbal e analítica,
Na arteterapia você acessa conteúdos inconscientes de forma simbólica, sensível, poética e intuitiva, através do fazer artístico.
Essa combinação aprofunda o processo de autoconhecimento, oferece novas formas de lidar com suas emoções e fortalece seu desenvolvimento pessoal.
Conclusão: arteterapia e psicoterapia não são a mesma coisa
Se você tinha essa dúvida, agora já sabe: a arteterapia não substitui a psicoterapia, mas é uma poderosa aliada no processo de autocuidado, transformação e desenvolvimento emocional.
Cada uma tem sua função, seu papel e sua importância na sua jornada de cura e autoconhecimento. E, dependendo do seu momento de vida, você pode escolher uma delas – ou, quem sabe, unir as duas pra um cuidado ainda mais completo, sensível e profundo.
A arteterapia substitui a psicoterapia
Referências:
McNiff, S. (2009). Arte como cura. Summus Editorial.
Se você já se perguntou se dá pra fazer arteterapia em casa, saiba que essa dúvida é muito comum – e, aliás, super válida! Afinal, nem sempre as pessoas entendem exatamente se a arteterapia precisa ser presencial, se é possível fazer sozinho ou até se funciona no formato online.
A boa notícia é que sim, dá pra fazer arteterapia em casa – e, além disso, existem algumas formas diferentes de isso acontecer. Contudo, é importante entender, desde já, as diferenças entre fazer atividades arteterapêuticas de forma autônoma e participar de um processo conduzido por um profissional.
Fazer atividades arteterapêuticas sozinho em casa: é possível?
Sim, é totalmente possível – e, aliás, pode ser extremamente benéfico! Praticar atividades arteterapêuticas em casa, por conta própria, é uma maneira muito potente de:
Se conectar consigo mesmo(a);
Acessar suas emoções através da criatividade;
Praticar autocuidado, aliviar ansiedade e reduzir estresse;
Criar momentos de presença, reflexão e expressão pessoal.
No entanto, é essencial ter clareza sobre algo muito importante: essa prática, apesar de extremamente válida como ferramenta de autocuidado, não substitui uma sessão de arteterapia profissional. Portanto, embora seja maravilhoso para manter o bem-estar emocional no dia a dia, quando falamos em processos terapêuticos mais profundos – que envolvem acolhimento, escuta ativa, elaboração de dores emocionais e ressignificação de padrões -, é justamente o trabalho com um arteterapeuta que faz toda a diferença.
E sobre atendimento online? Funciona mesmo?
Sim! E funciona muito bem, aliás. A arteterapia online é uma realidade cada vez mais comum e, felizmente, extremamente eficaz. Isso porque a essência da arteterapia não está necessariamente no espaço físico, mas sim no processo criativo, na escuta sensível e na construção simbólica. E tudo isso pode, sem dúvidas, acontecer no ambiente online.
Além disso, muitas pessoas preferem esse formato por diversos motivos, como por exemplo:
Conforto e segurança de estar em casa;
Economia de tempo e redução de deslocamentos;
Acesso a profissionais de qualquer lugar do país (ou até do mundo);
Mais flexibilidade na organização dos horários.
Durante as sessões online, o arteterapeuta conduz o processo, propõe atividades, oferece escuta, faz intervenções e auxilia nas reflexões – exatamente como acontece no presencial. Portanto, sim, a conexão acontece, a criação flui e a transformação é absolutamente real.
Arteterapeutas que atendem em casa: é uma possibilidade?
Com certeza! E, aliás, é uma alternativa extremamente acolhedora. Existem profissionais que oferecem atendimentos domiciliares, especialmente quando a pessoa tem alguma limitação física, emocional ou circunstancial que impede que ela se desloque até um consultório.
Nesses casos, o arteterapeuta leva os materiais, organiza um espaço temporário e conduz a sessão no conforto da sua casa. Ou seja, é uma opção prática, afetiva e muito benéfica para quem precisa de um cuidado mais adaptado às suas necessidades.
A diferença entre fazer sozinho e fazer com um arteterapeuta
Para deixar tudo ainda mais claro:
Fazer sozinho: É autocuidado, é reflexão, é um momento para se expressar, aliviar estresse, estimular a criatividade e se escutar. Funciona muito bem como prática de bem-estar, mas não substitui um processo terapêutico estruturado.
Fazer com um arteterapeuta (seja online, presencial ou domiciliar): Aqui, sim, estamos falando de um processo terapêutico. Isso significa que há acompanhamento profissional, escuta qualificada, intervenções técnicas, apoio emocional, elaboração de conteúdos internos e construção de caminhos para transformação e desenvolvimento pessoal.
Resumindo: ambos são extremamente valiosos, porém, cada um tem seu papel específico.
3 vivências arteterapêuticas simples pra você fazer sozinho em casa
Se você quer começar a experimentar, aqui estão três propostas simples, mas incrivelmente potentes, para se cuidar de forma criativa:
1️⃣ Desenho livre das emoções
Pegue uma folha em branco e comece a desenhar, rabiscar, pintar ou colar de forma totalmente livre.
Pergunte-se: “Se minha emoção tivesse uma forma, qual seria? E qual seria sua cor?”
Apenas permita que suas mãos traduzam o que você sente – sem julgamentos, sem certo ou errado.
2️⃣ Cartas de acolhimento pra si mesmo
Escreva uma carta para você mesmo. Pode ser uma carta de amor, de incentivo, de acolhimento ou, quem sabe, até de perdão.
Depois, ilustre essa carta com desenhos, rabiscos, texturas ou colagens que representem o que você deseja transmitir para si mesma.
Você pode guardá-la, reler quando precisar ou até criar um pequeno ritual com ela.
3️⃣ Mandala intuitiva
Desenhe um grande círculo em uma folha.
Preencha esse espaço com formas, cores, linhas, palavras ou imagens que façam sentido pra você naquele momento.
O mais importante é: não se preocupe com estética, não busque perfeição. Apenas deixe sua mão e sua intuição guiarem esse processo.
Conclusão: dá pra fazer arteterapia em casa, sim!
Seja praticando atividades arteterapêuticas como autocuidado, seja participando de sessões online, presenciais ou até domiciliares, a verdade é que a arteterapia se adapta completamente à sua vida, às suas necessidades e, principalmente, ao seu momento.
Por isso, lembre-se: fazer arte em casa, de forma livre e intuitiva, é uma poderosa ferramenta de autocuidado. Entretanto, quando falamos de mergulhos mais profundos, transformação emocional e ressignificação de dores, é a presença de um arteterapeuta que sustenta, acolhe e conduz esse caminho de forma segura e terapêutica.
E talvez, só talvez, esse seja exatamente o sinal que você precisava pra começar a se cuidar de um jeito mais criativo, leve, sensível e transformador.
Posso fazer arteterapia em casa?
Referências:
McNiff, S. (2009). Arte como cura. Summus Editorial.
Você já se pegou procrastinando, duvidando de si, se comparando, se autossabotando e, além disso, se sentindo preso num ciclo que parece não ter fim? Pois saiba que você não está sozinho. A autossabotagem é, sem dúvida, um dos desafios emocionais mais comuns – e, muitas vezes, ela surge de formas tão sutis que nem percebemos.
Por isso, surge uma pergunta muito válida e extremamente comum: “A terapia ajuda quem quer parar de se sabotar?” E a resposta é um enorme, acolhedor e potente SIM.
O que é autossabotagem, afinal?
Autossabotagem é, basicamente, quando – de forma consciente ou inconsciente – você se coloca no caminho dos próprios objetivos. Ou seja, são comportamentos, pensamentos e escolhas que, na prática, te impedem de alcançar aquilo que você deseja.
Ela pode se manifestar de diversas formas, como por exemplo:
Procrastinação constante;
Medo excessivo de errar ou, ainda, de ser julgado;
Síndrome do impostor;
Abandono de projetos no meio do caminho;
Perfeccionismo paralisante;
Críticas internas muito fortes (“eu não sou boa o suficiente”, “não vai dar certo”);
Dificuldade em manter hábitos saudáveis ou compromissos consigo mesmo.
Portanto, entender que isso não acontece porque você é fraca, preguiçosa ou desorganizada é o primeiro passo. Na verdade, a autossabotagem é, quase sempre, um mecanismo de proteção psíquica – que surge pra te proteger de dores emocionais. Ainda que, ironicamente, ela acabe causando mais sofrimento do que proteção.
Por que a gente se sabota?
Existem muitas causas possíveis – e elas costumam ser bem profundas. Entre as mais comuns, estão:
Baixa autoestima e insegurança, que alimentam dúvidas constantes;
Medo do fracasso ou, curiosamente, até medo do sucesso;
Experiências anteriores de rejeição, crítica, humilhação ou abandono;
Crenças limitantes formadas na infância, como “eu não sou capaz”, “eu sempre estrago tudo” ou “não sou merecedora”;
Perfeccionismo, que gera paralisia, procrastinação e uma cobrança interna quase insustentável;
Dificuldade em lidar com frustrações, erros ou desafios que a vida naturalmente apresenta.
Por isso, é importante entender que não é sobre falta de força de vontade. É, sim, sobre feridas emocionais que ainda não foram olhadas, acolhidas, compreendidas e, principalmente, ressignificadas.
O que a ciência diz sobre a autossabotagem?
A autossabotagem, definitivamente, não é só uma questão de desorganização ou preguiça – na verdade, ela tem raízes profundas no funcionamento da mente.
Estudos em psicologia comportamental, neurociência e psicologia cognitiva mostram que a autossabotagem surge, na maioria das vezes, como um mecanismo de proteção psíquica.
Além disso, a neurociência explica que nosso cérebro tem, naturalmente, a tendência de evitar riscos, desafios e desconfortos. Portanto, qualquer ação que gere ansiedade, medo ou sensação de vulnerabilidade pode acionar o sistema límbico – responsável pelas respostas emocionais. Esse sistema, por sua vez, tenta te proteger… ironicamente, te afastando daquilo que te faria crescer.
Estudos da American Psychological Association (APA) indicam que a autossabotagem está diretamente ligada a padrões formados na infância, experiências de rejeição, traumas emocionais, ambiente familiar disfuncional e, claro, crenças limitantes que foram internalizadas ao longo da vida.
A boa notícia? Tudo isso pode ser ressignificado. E é exatamente aí que a terapia entra como uma aliada incrivelmente poderosa.
Afinal… terapia ajuda mesmo quem quer parar de se sabotar?
Sim. E muito.
A terapia funciona, antes de tudo, como um espaço seguro onde você pode, aos poucos:
Identificar os padrões de autossabotagem que estão presentes na sua vida;
Compreender de onde eles surgiram, quando começaram e por que continuam acontecendo;
Desconstruir essas crenças limitantes e, pouco a pouco, construir novas formas de pensar, sentir e agir;
Desenvolver recursos emocionais pra lidar com seus medos, suas inseguranças e seus desafios – sem se paralisar;
Fortalecer sua autoestima, sua autoconfiança e sua capacidade de se acolher, se cuidar e se comprometer consigo.
Além disso, durante o processo terapêutico, você começa a perceber que não precisa ser perfeito, nem corresponder a expectativas irreais. Pelo contrário, você aprende, cada vez mais, a se tratar com gentileza, amor e, sobretudo, compaixão.
E como a arteterapia pode ajudar nisso?
A arteterapia é, sem dúvidas, uma ferramenta incrível pra esse processo. Isso porque ela acessa camadas do inconsciente que, muitas vezes, as palavras sozinhas não conseguem alcançar.
Através da criação – seja com tintas, argila, colagens, escrita, desenho ou qualquer outro recurso expressivo – você começa a:
Dar forma e cor pra aquilo que te machuca e te impede de seguir em frente;
Resgatar sua potência criativa, sua espontaneidade e, principalmente, sua própria voz;
Se olhar de um jeito muito mais amoroso, mais profundo e mais verdadeiro;
Construir novos significados sobre si, sobre sua história e sobre seu próprio valor.
Portanto, na arteterapia, não importa se você sabe ou não desenhar. O que realmente importa é o quanto você está disposta a se expressar, se acolher e, acima de tudo, se transformar.
3 vivências de arteterapia pra ajudar a quebrar o ciclo da autossabotagem (pra fazer em casa)
Observação importante: Essas vivências são um caminho de autocuidado e reflexão, mas não substituem o acompanhamento profissional. No entanto, elas podem ser um primeiro passo muito potente.
1️⃣ Carta ilustrada para sua voz sabotadora
Pegue uma folha e desenhe (ou pinte, cole, rabisque) uma representação da sua voz sabotadora. Como ela seria? Tem cor? Forma? Peso? Textura?
Logo após, escreva uma carta pra ela. Diga o que percebe, como ela te impede, mas também reconheça que, de algum jeito, ela tenta te proteger.
Finalize agradecendo a preocupação, mas comunique que, a partir de agora, você escolhe um caminho diferente.
Objetivo: externalizar o sabotador, dar forma ao que é interno e, assim, começar a criar um novo diálogo interno mais saudável.
2️⃣ Mapa da autoconfiança
Desenhe um mapa – pode ser livre, intuitivo, cheio de símbolos, palavras ou imagens – que represente momentos da sua vida em que você se sentiu forte, capaz, suficiente, confiante.
Depois, observe: o que esses momentos têm em comum? Que forças existiam aí que você pode resgatar agora?
Objetivo: ativar memórias de potência, fortalecer a autoconfiança e criar âncoras internas contra a autossabotagem.
3️⃣ Roda dos pequenos passos
Desenhe um círculo e divida em 6 ou 8 partes, como uma pizza.
Em cada fatia, escreva ou desenhe um pequeno passo possível que você pode dar pra romper um ciclo de autossabotagem – seja na vida pessoal, profissional ou emocional.
Por fim, decore sua roda, pinte, enfeite e pendure num lugar visível, como lembrete do seu compromisso com você.
Objetivo: transformar ações que parecem gigantes em passos pequenos, seguros e possíveis – saindo, assim, do ciclo da procrastinação e entrando no movimento.
Conclusão: você não precisa mais viver se sabotando.
A autossabotagem não te define. Ela é, na verdade, um padrão aprendido – e, como qualquer padrão, pode ser desconstruído. Terapia, especialmente a arteterapia, é um caminho amoroso, criativo, sensível e profundamente transformador pra te ajudar nisso.
Se você sente que tá na hora de parar de se esconder de si, de se abandonar, de se paralisar… então talvez, só talvez, esse seja exatamente o seu sinal pra começar.
Terapia ajuda quem quer parar de se sabotar?
Referências:
McNiff, S. (2009). Arte como cura. Summus Editorial.
American Psychological Association (APA). The self-sabotage cycle: Why we repeat behaviors that create hardships and ruin relationships.https://www.apa.org
Se você já se perguntou se pode fazer arteterapia, saiba que essa dúvida é mais comum do que parece. Afinal, muita gente ainda acredita que é necessário ter algum talento artístico, saber desenhar ou, até mesmo, entender de técnicas de arte. Contudo, essa ideia não poderia estar mais distante da realidade.
Na verdade, qualquer pessoa pode fazer arteterapia. Isso mesmo! Não existe nenhum pré-requisito, nenhuma exigência de habilidade, muito menos a necessidade de ter experiência com arte. O que realmente importa na arteterapia não é o resultado final, e sim o processo – a sua expressão, os seus sentimentos e, principalmente, o acolhimento das suas emoções.
Por isso, se você sente que precisa de um espaço seguro, leve, criativo e, ao mesmo tempo, profundamente transformador, saiba que a arteterapia pode, sim, ser pra você.
Afinal, quem pode fazer arteterapia?
De forma simples, direta e muito verdadeira, a arteterapia é indicada para qualquer pessoa que deseje cuidar de si.
Além disso, ela é perfeita para quem:
Busca autoconhecimento, autocuidado e desenvolvimento pessoal;
Está passando por ansiedade, estresse, tristeza, luto ou sobrecarga;
Percebe dificuldade em colocar os sentimentos em palavras e, por isso, busca outras formas de se expressar;
Deseja se reconectar com sua sensibilidade, sua criatividade e, acima de tudo, com sua própria essência;
Está vivendo processos de mudança, transição, separações, crises existenciais ou desafios emocionais;
Ou, ainda, simplesmente sente que precisa de um espaço acolhedor para se escutar, se olhar e se transformar.
Além disso, a arteterapia também é muito indicada para pessoas que convivem com:
Transtornos de ansiedade, depressão, burnout, estresse crônico ou crises emocionais;
Neurodivergências como TDAH, TEA, dislexia, borderline, bipolaridade e outras condições emocionais;
Processos de adoecimento físico, luto, perdas ou mudanças de vida significativas;
E, claro, pode ser um excelente complemento para quem já faz psicoterapia tradicional, potencializando os efeitos do cuidado emocional.
Portanto, se você se reconheceu em algum desses pontos – ou até mesmo em todos -, já pode considerar que a arteterapia é, sim, pra você.
Serve para todas as idades?
Sim! Absolutamente. A arteterapia é para crianças, adolescentes, adultos e idosos. Isso porque a linguagem simbólica da arte atravessa todas as fases da vida.
Para crianças, ela é uma ponte segura entre o mundo interno e externo. Muitas vezes, quando não conseguem falar sobre o que sentem, elas encontram na arte uma forma natural de se expressar.
Para adolescentes e adultos, a arteterapia se torna um espaço de escuta, de acolhimento e de resgate da própria voz. É onde podem acessar suas dores, suas potências e seus caminhos internos, muitas vezes esquecidos na correria da vida.
Na terceira idade, ela funciona como um suporte emocional, cognitivo e afetivo. Além disso, promove bem-estar, ativa a memória, estimula a vitalidade e alivia sentimentos como tristeza, solidão e ansiedade.
Portanto, não importa sua idade. O que importa é o seu desejo de se cuidar, de se olhar e de se permitir viver esse processo.
Preciso saber desenhar?
Aqui vai uma das respostas mais libertadoras sobre a arteterapia: não, você não precisa saber desenhar.
Na verdade, a arte dentro da arteterapia não tem a ver com beleza, técnica ou estética. Pelo contrário, ela tem tudo a ver com liberdade, expressão, movimento e conexão consigo mesma.
Portanto, quanto menos você se preocupa em “fazer bonito”, mais verdadeiro, autêntico e profundo se torna o seu processo. Afinal, não estamos aqui pra produzir obras de arte, e sim pra olhar pra dentro, se expressar e transformar aquilo que precisa de cuidado.
Conclusão: Quem pode fazer arteterapia?
Se você sente que precisa se acolher, se ouvir, se entender, aliviar suas dores emocionais ou, simplesmente, se reconectar consigo mesma… então, sim: a arteterapia é pra você.
Ela é pra quem deseja se cuidar de um jeito leve, sensível, criativo e, ao mesmo tempo, profundamente transformador. Além disso, ela é pra quem quer se desenvolver, se entender e construir uma vida mais alinhada com seus próprios valores, seus desejos e suas necessidades emocionais.
Portanto, se você chegou até aqui, talvez esse seja, sim, o sinal que você estava esperando pra se permitir viver essa experiência.
Quem pode fazer arteterapia
Fontes:
McNiff, S. (2009). Arte como cura. Summus Editorial.
CIORNAI, S. (1995). Relação entre criatividade e saúde na Gestalt Terapia. Palestra apresentada no I Encontro Goiano de Gestalt-terapia. In: Revista do ITGT (Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestalt-terapia). nº 1, Goiânia, 1995.
Stuckey, H. L., & Nobel, J. (2010). The Connection Between Art, Healing, and Public Health.American Journal of Public Health, 100(2), 254–263.