Terapia ajuda quem quer parar de se sabotar? Descubra!

Terapia ajuda quem quer parar de se sabotar? Descubra!

Você já se pegou procrastinando, duvidando de si, se comparando, se autossabotando e, além disso, se sentindo preso num ciclo que parece não ter fim? Pois saiba que você não está sozinho. A autossabotagem é, sem dúvida, um dos desafios emocionais mais comuns – e, muitas vezes, ela surge de formas tão sutis que nem percebemos.

Por isso, surge uma pergunta muito válida e extremamente comum: “A terapia ajuda quem quer parar de se sabotar?”
E a resposta é um enorme, acolhedor e potente SIM.

O que é autossabotagem, afinal?

Autossabotagem é, basicamente, quando — de forma consciente ou inconsciente — você se coloca no caminho dos próprios objetivos. Ou seja, são comportamentos, pensamentos e escolhas que, na prática, te impedem de alcançar aquilo que você deseja.

Ela pode se manifestar de diversas formas, como por exemplo:

  • Procrastinação constante;
  • Medo excessivo de errar ou, ainda, de ser julgado;
  • Síndrome do impostor;
  • Abandono de projetos no meio do caminho;
  • Perfeccionismo paralisante;
  • Críticas internas muito fortes (“eu não sou boa o suficiente”, “não vai dar certo”);
  • Dificuldade em manter hábitos saudáveis ou compromissos consigo mesmo.

Portanto, entender que isso não acontece porque você é fraca, preguiçosa ou desorganizada é o primeiro passo. Na verdade, a autossabotagem é, quase sempre, um mecanismo de proteção psíquica – que surge pra te proteger de dores emocionais. Ainda que, ironicamente, ela acabe causando mais sofrimento do que proteção.

Por que a gente se sabota?

Existem muitas causas possíveis – e elas costumam ser bem profundas. Entre as mais comuns, estão:

  • Baixa autoestima e insegurança, que alimentam dúvidas constantes;
  • Medo do fracasso ou, curiosamente, até medo do sucesso;
  • Experiências anteriores de rejeição, crítica, humilhação ou abandono;
  • Crenças limitantes formadas na infância, como “eu não sou capaz”, “eu sempre estrago tudo” ou “não sou merecedora”;
  • Perfeccionismo, que gera paralisia, procrastinação e uma cobrança interna quase insustentável;
  • Dificuldade em lidar com frustrações, erros ou desafios que a vida naturalmente apresenta.

Por isso, é importante entender que não é sobre falta de força de vontade. É, sim, sobre feridas emocionais que ainda não foram olhadas, acolhidas, compreendidas e, principalmente, ressignificadas.

O que a ciência diz sobre a autossabotagem?

A autossabotagem, definitivamente, não é só uma questão de desorganização ou preguiça – na verdade, ela tem raízes profundas no funcionamento da mente.

Estudos em psicologia comportamental, neurociência e psicologia cognitiva mostram que a autossabotagem surge, na maioria das vezes, como um mecanismo de proteção psíquica.

De acordo com a pesquisadora Sandi Mann (2009), autora do livro “Psychology of Procrastination”, procrastinar, se boicotar ou se autossabotar é, muitas vezes, uma estratégia inconsciente pra evitar o desconforto emocional – como medo de falhar, medo de ser julgada, perfeccionismo ou sensação de não merecimento.

Além disso, a neurociência explica que nosso cérebro tem, naturalmente, a tendência de evitar riscos, desafios e desconfortos. Portanto, qualquer ação que gere ansiedade, medo ou sensação de vulnerabilidade pode acionar o sistema límbico – responsável pelas respostas emocionais. Esse sistema, por sua vez, tenta te proteger… ironicamente, te afastando daquilo que te faria crescer.

Além disso, estudos da American Psychological Association (APA) indicam que a autossabotagem está diretamente ligada a padrões formados na infância, experiências de rejeição, traumas emocionais, ambiente familiar disfuncional e, claro, crenças limitantes que foram internalizadas ao longo da vida.

A boa notícia? Tudo isso pode ser ressignificado. E é exatamente aí que a terapia entra como uma aliada incrivelmente poderosa.

Afinal… terapia ajuda mesmo quem quer parar de se sabotar?

Sim. E muito.

A terapia funciona, antes de tudo, como um espaço seguro onde você pode, aos poucos:

  • Identificar os padrões de autossabotagem que estão presentes na sua vida;
  • Compreender de onde eles surgiram, quando começaram e por que continuam acontecendo;
  • Desconstruir essas crenças limitantes e, pouco a pouco, construir novas formas de pensar, sentir e agir;
  • Desenvolver recursos emocionais pra lidar com seus medos, suas inseguranças e seus desafios – sem se paralisar;
  • Fortalecer sua autoestima, sua autoconfiança e sua capacidade de se acolher, se cuidar e se comprometer consigo.

Além disso, durante o processo terapêutico, você começa a perceber que não precisa ser perfeito, nem corresponder a expectativas irreais. Pelo contrário, você aprende, cada vez mais, a se tratar com gentileza, amor e, sobretudo, compaixão.

E como a arteterapia pode ajudar nisso?

A arteterapia é, sem dúvidas, uma ferramenta incrível pra esse processo. Isso porque ela acessa camadas do inconsciente que, muitas vezes, as palavras sozinhas não conseguem alcançar.

Através da criação – seja com tintas, argila, colagens, escrita, desenho ou qualquer outro recurso expressivo – você começa a:

  • Dar forma e cor pra aquilo que te machuca e te impede de seguir em frente;
  • Resgatar sua potência criativa, sua espontaneidade e, principalmente, sua própria voz;
  • Se olhar de um jeito muito mais amoroso, mais profundo e mais verdadeiro;
  • Construir novos significados sobre si, sobre sua história e sobre seu próprio valor.

Portanto, na arteterapia, não importa se você sabe ou não desenhar. O que realmente importa é o quanto você está disposta a se expressar, se acolher e, acima de tudo, se transformar.

3 vivências de arteterapia pra ajudar a quebrar o ciclo da autossabotagem (pra fazer em casa)

Observação importante: Essas vivências são um caminho de autocuidado e reflexão, mas não substituem o acompanhamento profissional. No entanto, elas podem ser um primeiro passo muito potente.

1️⃣ Carta ilustrada para sua voz sabotadora

  • Pegue uma folha e desenhe (ou pinte, cole, rabisque) uma representação da sua voz sabotadora. Como ela seria? Tem cor? Forma? Peso? Textura?
  • Logo após, escreva uma carta pra ela. Diga o que percebe, como ela te impede, mas também reconheça que, de algum jeito, ela tenta te proteger.
  • Finalize agradecendo a preocupação, mas comunique que, a partir de agora, você escolhe um caminho diferente.

Objetivo: externalizar o sabotador, dar forma ao que é interno e, assim, começar a criar um novo diálogo interno mais saudável.

2️⃣ Mapa da autoconfiança

  • Desenhe um mapa – pode ser livre, intuitivo, cheio de símbolos, palavras ou imagens – que represente momentos da sua vida em que você se sentiu forte, capaz, suficiente, confiante.
  • Inclua desenhos, recortes, frases, palavras, setas, cores…
  • Depois, observe: o que esses momentos têm em comum? Que forças existiam aí que você pode resgatar agora?

Objetivo: ativar memórias de potência, fortalecer a autoconfiança e criar âncoras internas contra a autossabotagem.

3️⃣ Roda dos pequenos passos

  • Desenhe um círculo e divida em 6 ou 8 partes, como uma pizza.
  • Em cada fatia, escreva ou desenhe um pequeno passo possível que você pode dar pra romper um ciclo de autossabotagem – seja na vida pessoal, profissional ou emocional.
  • Por fim, decore sua roda, pinte, enfeite e pendure num lugar visível, como lembrete do seu compromisso com você.

Objetivo: transformar ações que parecem gigantes em passos pequenos, seguros e possíveis – saindo, assim, do ciclo da procrastinação e entrando no movimento.

Conclusão: você não precisa mais viver se sabotando.

A autossabotagem não te define. Ela é, na verdade, um padrão aprendido — e, como qualquer padrão, pode ser desconstruído. Terapia, especialmente a arteterapia, é um caminho amoroso, criativo, sensível e profundamente transformador pra te ajudar nisso.

Se você sente que tá na hora de parar de se esconder de si, de se abandonar, de se paralisar… então talvez, só talvez, esse seja exatamente o seu sinal pra começar.

Terapia ajuda quem quer parar de se sabotar
Terapia ajuda quem quer parar de se sabotar?

Referências:

  • Malchiodi, C. A. (2005). A arte que cura. Artmed.
  • McNiff, S. (2009). Arte como cura. Summus Editorial.
  • Ciornai, S. (1995). Arteterapia: O resgate da criatividade na vida. Summus Editorial.
  • UBAAT — União Brasileira de Associações de Arteterapia. https://ubaat.org.br
  • AATERGS — Associação de Arteterapia do RS. https://aatergs.com.br
  • Mann, S. (2009). Psychology of Procrastination.
  • American Psychological Association (APA). Self-Sabotage: How to Recognize and Stop It. https://www.apa.org

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Quem pode fazer arteterapia? Descubra se é pra você!

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Se você já se perguntou se pode fazer arteterapia, saiba que essa dúvida é mais comum do que parece. Afinal, muita gente ainda acredita que é necessário ter algum talento artístico, saber desenhar ou, até mesmo, entender de técnicas de arte. Contudo, essa ideia não poderia estar mais distante da realidade.

Na verdade, qualquer pessoa pode fazer arteterapia. Isso mesmo! Não existe nenhum pré-requisito, nenhuma exigência de habilidade, muito menos a necessidade de ter experiência com arte. O que realmente importa na arteterapia não é o resultado final, e sim o processo – a sua expressão, os seus sentimentos e, principalmente, o acolhimento das suas emoções.

Por isso, se você sente que precisa de um espaço seguro, leve, criativo e, ao mesmo tempo, profundamente transformador, saiba que a arteterapia pode, sim, ser pra você.

Afinal, quem pode fazer arteterapia?

De forma simples, direta e muito verdadeira, a arteterapia é indicada para qualquer pessoa que deseje cuidar de si.

Além disso, ela é perfeita para quem:

  • Busca autoconhecimento, autocuidado e desenvolvimento pessoal;
  • Está passando por ansiedade, estresse, tristeza, luto ou sobrecarga;
  • Percebe dificuldade em colocar os sentimentos em palavras e, por isso, busca outras formas de se expressar;
  • Deseja se reconectar com sua sensibilidade, sua criatividade e, acima de tudo, com sua própria essência;
  • Está vivendo processos de mudança, transição, separações, crises existenciais ou desafios emocionais;
  • Ou, ainda, simplesmente sente que precisa de um espaço acolhedor para se escutar, se olhar e se transformar.

Além disso, a arteterapia também é muito indicada para pessoas que convivem com:

  • Transtornos de ansiedade, depressão, burnout, estresse crônico ou crises emocionais;
  • Neurodivergências como TDAH, TEA, dislexia, borderline, bipolaridade e outras condições emocionais;
  • Processos de adoecimento físico, luto, perdas ou mudanças de vida significativas;
  • E, claro, pode ser um excelente complemento para quem já faz psicoterapia tradicional, potencializando os efeitos do cuidado emocional.

Portanto, se você se reconheceu em algum desses pontos – ou até mesmo em todos -, já pode considerar que a arteterapia é, sim, pra você.

Serve para todas as idades?

Sim! Absolutamente. A arteterapia é para crianças, adolescentes, adultos e idosos. Isso porque a linguagem simbólica da arte atravessa todas as fases da vida.

  • Para crianças, ela é uma ponte segura entre o mundo interno e externo. Muitas vezes, quando não conseguem falar sobre o que sentem, elas encontram na arte uma forma natural de se expressar.
  • Para adolescentes e adultos, a arteterapia se torna um espaço de escuta, de acolhimento e de resgate da própria voz. É onde podem acessar suas dores, suas potências e seus caminhos internos, muitas vezes esquecidos na correria da vida.
  • Na terceira idade, ela funciona como um suporte emocional, cognitivo e afetivo. Além disso, promove bem-estar, ativa a memória, estimula a vitalidade e alivia sentimentos como tristeza, solidão e ansiedade.

Portanto, não importa sua idade. O que importa é o seu desejo de se cuidar, de se olhar e de se permitir viver esse processo.

Preciso saber desenhar?

Aqui vai uma das respostas mais libertadoras sobre a arteterapia: não, você não precisa saber desenhar.

Na verdade, a arte dentro da arteterapia não tem a ver com beleza, técnica ou estética. Pelo contrário, ela tem tudo a ver com liberdade, expressão, movimento e conexão consigo mesma.

Portanto, quanto menos você se preocupa em “fazer bonito”, mais verdadeiro, autêntico e profundo se torna o seu processo. Afinal, não estamos aqui pra produzir obras de arte, e sim pra olhar pra dentro, se expressar e transformar aquilo que precisa de cuidado.

Conclusão: Quem pode fazer arteterapia?

Se você sente que precisa se acolher, se ouvir, se entender, aliviar suas dores emocionais ou, simplesmente, se reconectar consigo mesma… então, sim: a arteterapia é pra você.

Ela é pra quem deseja se cuidar de um jeito leve, sensível, criativo e, ao mesmo tempo, profundamente transformador. Além disso, ela é pra quem quer se desenvolver, se entender e construir uma vida mais alinhada com seus próprios valores, seus desejos e suas necessidades emocionais.

Portanto, se você chegou até aqui, talvez esse seja, sim, o sinal que você estava esperando pra se permitir viver essa experiência.

quem pode fazer arteterapia
Quem pode fazer arteterapia

Fontes:

  • Malchiodi, C. A. (2005). A arte que cura. Artmed.
  • McNiff, S. (2009). Arte como cura. Summus Editorial.
  • Ciornai, S. (1995). Arteterapia: O resgate da criatividade na vida. Summus Editorial.
  • Stuckey, H. L., & Nobel, J. (2010). The Connection Between Art, Healing, and Public Health. American Journal of Public Health, 100(2), 254–263.
  • UBAAT — União Brasileira de Associações de Arteterapia: https://ubaat.org.br/

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Para que serve a arteterapia? Descubra como ela pode te ajudar

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Talvez você já tenha ouvido falar sobre arteterapia, mas ficou se perguntando: afinal, para que serve? Será que ela é só uma forma de relaxamento? Será que é apenas “fazer arte”? Ou será que existe algo muito mais profundo, sensível e transformador por trás desse processo?

A verdade é que a arteterapia é muito mais do que uma atividade criativa. Na realidade, ela é um processo terapêutico, profundamente acolhedor, que utiliza recursos artísticos como uma ponte direta para o autoconhecimento, o cuidado emocional e a transformação pessoal.

Por isso, neste post, você vai entender exatamente para que serve a arteterapia, como ela funciona, quais são seus benefícios e, principalmente, de que forma ela pode ser uma ferramenta extremamente poderosa no seu processo de desenvolvimento emocional.

Afinal, para que serve a arteterapia?

De forma simples e muito direta, a arteterapia serve para criar um espaço onde você possa, antes de tudo:

  • Se expressar de maneira livre, sem julgamentos e sem precisar se explicar tanto pelas palavras;
  • Cuidar da sua saúde emocional e mental de um jeito leve, porém muito profundo e potente;
  • Se conhecer melhor, acolher suas dores, suas questões internas e, também, suas potências;
  • Resgatar sua criatividade, sua espontaneidade e sua conexão consigo mesma e com sua essência;
  • E, acima de tudo, transformar sua relação com você, com seus processos e com a sua própria vida.

Além disso, segundo a pesquisadora e referência internacional em arteterapia, Cathy Malchiodi (2005), “a arteterapia permite acessar aspectos emocionais que, muitas vezes, estão além das palavras. É uma via direta para expressar, compreender e transformar experiências internas.”

Portanto, se você sente que está sobrecarregada, perdida, ansiosa, triste, desconectada de si mesma ou, ainda, se percebe em busca de autoconhecimento, desenvolvimento pessoal e fortalecimento emocional, saiba que a arteterapia pode, sim, ser um caminho profundamente acolhedor e extremamente transformador.

Mas… Como a arteterapia funciona na prática?

Através de materiais como tintas, argila, colagens, desenhos, escrita, tecidos, elementos naturais e muitos outros, você é convidado a se expressar livremente.

Porém, diferente de uma aula de artes, aqui não existe certo ou errado. Não importa se fica bonito, feio, torto ou confuso. O que realmente importa é o que aquilo expressa, simboliza, comunica e movimenta dentro de você.

Além disso, durante a sessão, há espaço para conversas, reflexões, acolhimento e elaboração dos conteúdos que surgem no processo. Assim, a criação se torna uma ferramenta potente para acessar memórias, sentimentos, pensamentos, bloqueios e, muitas vezes, partes suas que estavam esquecidas – ou até mesmo silenciadas.

E é exatamente por isso que funciona tão bem para quem sente dificuldade em falar sobre o que sente. Afinal, nem tudo se traduz em palavras, e a arteterapia oferece uma linguagem simbólica capaz de acessar essas camadas mais profundas.

Portanto, ela não é sobre técnica, e sim sobre expressão, sentido e transformação.

Para que tipos de questões serve a arteterapia?

A arteterapia é, sem dúvidas, extremamente versátil. Ela pode ser aplicada em diferentes contextos emocionais, psíquicos e até físicos.

Saúde emocional e mental:

  • Alívio da ansiedade, estresse e sobrecarga mental;
  • Apoio no enfrentamento da depressão, luto, burnout e crises emocionais;
  • Redução da autocrítica, do perfeccionismo e daquele sentimento constante de inadequação;
  • Fortalecimento da autoestima, da autoconfiança e, consequentemente, do amor próprio.

Autoconhecimento e desenvolvimento pessoal:

  • Exploração profunda de quem você é, suas potências, seus ciclos, suas dores e suas necessidades;
  • Reconexão com sua sensibilidade, sua criatividade e, sobretudo, sua essência;
  • Desenvolvimento da inteligência emocional, da empatia e do autocuidado, não só consigo, mas também nas relações.

Regulação emocional e bem-estar:

  • Criação de recursos internos para lidar com desafios, frustrações e mudanças da vida;
  • Apoio na autorregulação emocional, especialmente para quem vive picos de ansiedade, impulsividade, irritabilidade ou desconexão consigo mesma;
  • Construção de uma vida mais alinhada com seus próprios valores, desejos e necessidades emocionais.

Apoio em contextos específicos:

  • Neurodivergências como TDAH, TEA, dislexia, ansiedade generalizada, borderline, bipolaridade e outros transtornos emocionais;
  • Processos de luto, separação, mudanças de vida, adoecimentos, perdas e transições emocionais importantes;
  • Acompanhamento complementar em tratamentos médicos, psicológicos e terapias convencionais, fortalecendo os processos de cura emocional e desenvolvimento pessoal.

E o mais incrível é que tudo isso serve para todas as idades.

Mas e a ciência? O que diz sobre a arteterapia?

Há um corpo crescente de evidências científicas que comprovam os benefícios da arteterapia.

Por exemplo, Stuckey e Nobel (2010) demonstraram que atividades expressivas, como a arteterapia, estão diretamente associadas à melhora da saúde física, mental e emocional. Seus estudos apontam redução significativa de estresse, ansiedade e até de dores físicas.

Além disso, uma meta-análise conduzida por Kim (2018) comprovou que a arteterapia reduz, de forma bastante significativa, os sintomas de depressão. Isso, por si só, já mostra o quanto ela é uma prática efetiva no cuidado da saúde mental.

Slayton, D’Archer e Kaplan (2010) analisaram dezenas de pesquisas e encontraram resultados positivos na imensa maioria dos estudos, tanto no alívio de sofrimento emocional quanto no desenvolvimento pessoal e na promoção de bem-estar.

E, claro, Malchiodi (2005) reforça que a arteterapia não só promove bem-estar, mas também reorganiza internamente as emoções, fortalecendo a capacidade de resiliência, autocuidado e equilíbrio emocional.

Portanto, mais do que uma prática sensível, poética e criativa, a arteterapia é, sim, uma prática respaldada, validada e recomendada em diversos contextos terapêuticos.

Precisa saber desenhar?

De jeito nenhum! Esse é, sem dúvida, o mito mais comum quando o assunto é arteterapia.

O processo não exige absolutamente nenhuma habilidade artística. Na verdade, quanto menos você se apega à ideia de “fazer algo bonito”, mais verdadeiro, profundo e transformador se torna o processo.

Aqui, o foco não está na estética, nem na técnica. Está, sim, na expressão, no acolhimento, no sentido e na transformação pessoal.

Enfim: Para que serve a arteterapia?

Serve, acima de tudo, para que você cuide de si. Serve para criar um espaço onde é possível existir de forma segura, se expressar sem julgamentos, sentir sem culpa, transformar sem medo e se acolher com amor, respeito e gentileza.

É usada também, para aliviar dores emocionais, fortalecer sua identidade, resgatar sua potência criativa e, principalmente, para que você se reconecte consigo mesma, com sua essência e com a sua própria vida.

Portanto, se você chegou até aqui, talvez esse seja, sim, o sinal que você estava esperando pra se permitir viver essa experiência transformadora. ✨

Para que serve a arteterapia?
Para que serve a arteterapia?

Referências:

  • Ciornai, S. (1995). Arteterapia: O resgate da criatividade na vida. Summus Editorial.
  • Malchiodi, C. A. (2005). A arte que cura: Manual de arteterapia. Artmed.
  • McNiff, S. (2009). Arte como cura. Summus Editorial.
  • Stuckey, H. L., & Nobel, J. (2010). The Connection Between Art, Healing, and Public Health: A Review of Current Literature. American Journal of Public Health, 100(2), 254–263.
  • Kim, S. K. (2018). The effectiveness of art therapy for depression: A systematic review and meta-analysis. The Arts in Psychotherapy, 60, 1-9.
  • Slayton, S. C., D’Archer, J., & Kaplan, F. (2010). Outcome studies on the efficacy of art therapy: A review of findings. Art Therapy, 27(3), 108–118.

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Para quem é indicada a arteterapia? Descubra se é pra você!

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Para quem é indicada a arteterapia: Se você já se questionou se a arteterapia é para o seu momento, saiba que essa dúvida é extremamente comum. Afinal, muitas pessoas acreditam que é necessário ter habilidade artística ou saber desenhar.

No entanto, a verdade é que a arteterapia não se baseia em produzir belas imagens. Pelo contrário, o foco está no processo criativo, no acolhimento e na transformação que ele proporciona.

Portanto, ao longo deste post, você vai descobrir com clareza para quem a arteterapia é indicada. Além disso, vai entender se ela pode, de fato, ser para você – e tudo isso com embasamento.

Quem pode se beneficiar da arteterapia?

A resposta, na prática, é simples: qualquer pessoa. Contudo, ela é especialmente indicada para quem deseja:

  • Se conhecer melhor e se expressar de forma mais autêntica;
  • Cuidar da saúde emocional, aliviando sintomas como estresse, ansiedade e tristeza;
  • Acolher processos como luto, transições, mudanças ou crises existenciais;
  • Desenvolver autoestima, autoconfiança e amor próprio;
  • Reconectar-se com a criatividade, a sensibilidade e sua própria essência;
  • E, além disso, expressar aquilo que as palavras não conseguem, por meio da arte simbólica.

De forma complementar, é importante saber que diversos estudos mostram que a arteterapia também auxilia em casos específicos. Ela oferece suporte em situações como transtornos de ansiedade, depressão, burnout, TDAH, TEA, autismo, borderline e outras questões emocionais. Embora não substitua a psicoterapia convencional, ela se apresenta, muitas vezes, como um caminho acolhedor, sensível e extremamente eficaz. – sem substituir a psicoterapia convencional, mas, muitas vezes, oferecendo um caminho acolhedor e eficaz.

Evidência científica: o que comprovam as pesquisas?

A arteterapia não é apenas uma prática sensível, ela é também uma abordagem com respaldo científico.

  • Para pessoas com TEA (autismo), por exemplo, estudos sistemáticos confirmam que a arteterapia oferece ambientes seguros para comunicação não verbal, expressão emocional e desenvolvimento de habilidades sociais.
  • Quando falamos de crianças e adolescentes, as pesquisas apontam melhoras significativas no comportamento, na expressão emocional e na regulação sensorial – além de favorecer o desenvolvimento cognitivo e social.
  • Já no tratamento da ansiedade e depressão, diversos estudos relatam uma redução expressiva dos sintomas. Isso inclui, inclusive, resultados positivos em idosos que enfrentam depressão associada à ansiedade.
  • Em contextos mais delicados, como câncer e doenças crônicas, a arteterapia mostrou-se eficaz no alívio da ansiedade, da fadiga, da depressão e até da dor física. E o mais interessante: esses benefícios costumam se manter mesmo após as sessões.
  • Além disso, revisões sistemáticas confirmam que a arteterapia traz benefícios reais para diversos quadros de saúde mental – incluindo depressão, PTSD, transtornos de personalidade e esquizofrenia -, com resultados positivos na imensa maioria dos estudos analisados.

Em suma, a literatura científica sustenta que a arteterapia não só alivia sintomas, como também melhora o bem-estar geral, fortalece o desenvolvimento emocional e amplia a qualidade de vida. Mesmo que, claro, algumas áreas ainda demandem mais estudos, os resultados até aqui são muito promissores.

Arteterapia é para todas as idades

Se existe algo verdadeiramente bonito na arteterapia, é justamente o fato de que ela não tem idade. Esse é um processo que acolhe desde crianças pequenas até idosos – e cada fase da vida encontra, na criação, um caminho de expressão, acolhimento e transformação.

Isso acontece porque, ao longo da vida, nem sempre conseguimos colocar em palavras tudo aquilo que sentimos. E é justamente aí que a arteterapia se torna tão potente: ela oferece um espaço onde o que importa não é falar certo, nem criar certo – mas sim, se permitir sentir, expressar e cuidar de si.

Segundo a arteterapeuta e pesquisadora Cathy Malchiodi (2005), a arteterapia é uma linguagem que atravessa gerações, porque trabalha diretamente com os símbolos e com a imaginação – recursos que estão presentes em qualquer ser humano, independentemente da idade.

Para crianças, ela se torna uma ponte segura entre o mundo interno e o externo. Muitas vezes, elas ainda não têm recursos pra entender ou explicar o que sentem, e a linguagem simbólica da arte permite que emoções ganhem forma, cor e espaço. Assim, a arteterapia ajuda na regulação emocional, na construção da autoestima, na socialização e no desenvolvimento de uma relação mais saudável com as próprias emoções.

Como explica Sandra Ciornai (1995), “a arteterapia permite que a criança externalize conteúdos internos de maneira segura, criativa e simbólica, favorecendo tanto o desenvolvimento emocional quanto cognitivo.”

Para adolescentes e adultos, ela se torna um refúgio, um lugar de escuta, criação e resgate de si. Através da arte, é possível acessar questões profundas, muitas vezes difíceis de serem ditas – seja ansiedade, inseguranças, estresse, sobrecarga, crises existenciais ou dores emocionais que foram sendo acumuladas ao longo do caminho.

Shaun McNiff (2009), um dos maiores pesquisadores da área, reforça que a arteterapia não é sobre fazer arte, mas sim sobre transformar a vida através do fazer artístico. Ele afirma que o processo criativo é, por si só, terapêutico e promotor de saúde mental em qualquer fase da vida.

Na terceira idade, a arteterapia se torna também um espaço de fortalecimento da memória, da autonomia e da vitalidade. Mais do que isso, promove bem-estar emocional, alivia a solidão e resgata memórias afetivas – além de fortalecer a autoestima e estimular funções cognitivas e emocionais que, muitas vezes, vão sendo esquecidas na correria da vida ou no processo de envelhecer.

Estudos como o de Stuckey e Nobel (2010) reforçam que práticas expressivas, como a arteterapia, estão diretamente associadas à melhora da saúde física, mental e emocional de idosos, contribuindo para redução de sintomas de depressão, estresse e até de dores físicas.

Portanto, não existe idade certa pra começar. A arteterapia acolhe quem somos em qualquer fase da vida – e, de forma leve, sensível e profunda, abre caminhos pra que cada um possa se expressar, se cuidar e se transformar no seu próprio tempo.

Precisa saber desenhar? E quem não tem habilidade?

Essa é uma das maiores dúvidas, mas também um dos maiores mitos. Em várias pesquisas e revisões, ficou claro que a técnica não exige talento artístico. O importante é o processo simbólico, expressivo e emocional — não a estética da obra .

Portanto, se você acha que não “sabe desenhar”, saiba que isso não é um obstáculo – e sim, muitas vezes, uma porta de acesso ao seu inconsciente, suas emoções e seu autoconhecimento.

Conclusão: a arteterapia é para mim?

De forma clara e acolhedora: sim, a arteterapia pode ser indicada para praticamente qualquer pessoa que:

  • Quer cuidar da própria saúde emocional de forma criativa e humana;
  • Busca apoio para emoções difíceis (como tristeza, luto, ansiedade);
  • Tem dificuldade em se expressar com palavras ou gosta de se expressar através da arte;
  • Deseja aprender a se acolher, se conectar consigo e com os símbolos internos;
  • E valoriza um processo de autoconhecimento, sensibilidade e transformação.

E, embora não substitua a psicoterapia, ela pode ser uma poderosa aliada – seja sozinha ou em conjunto com outras formas de cuidado.

Para quem é indicada a arteterapia

Fontes e Referências Bibliográficas

  • Ciornai, S. (1995). Arteterapia: O resgate da criatividade na vida. São Paulo: Summus Editorial.
  • Malchiodi, C. A. (2005). A arte que cura: Manual de arteterapia. Porto Alegre: Artmed.
  • McNiff, S. (2009). Arte como cura: Reflexões sobre arte e terapia. São Paulo: Summus Editorial.
  • Stuckey, H. L., & Nobel, J. (2010). The Connection Between Art, Healing, and Public Health: A Review of Current Literature. American Journal of Public Health, 100(2), 254-263. https://doi.org/10.2105/AJPH.2008.156497
  • Kim, S. K. (2018). The effectiveness of art therapy for depression: A systematic review and meta-analysis. The Arts in Psychotherapy, 60, 1-9. https://doi.org/10.1016/j.aip.2018.03.002
  • Slayton, S. C., D’Archer, J., & Kaplan, F. (2010). Outcome studies on the efficacy of art therapy: A review of findings. Art Therapy, 27(3), 108-118. https://doi.org/10.1080/07421656.2010.10129660
  • Martin, L. A., Oepen, R., Bauer, K., Nottensteiner, A., Mergl, R., & Hegerl, U. (2018). Creative arts interventions for stress management and prevention—A systematic review. Behavioral Sciences, 8(2), 28. https://doi.org/10.3390/bs8020028
  • Rubin, J. A. (2016). Introdução à arteterapia: Fontes, teoria e prática. Porto Alegre: Artmed.
  • UBAAT — União Brasileira de Associações de Arteterapia. Disponível em: https://ubaat.org.br
  • AATERGS — Associação de Arteterapia do Rio Grande do Sul. Disponível em: https://aatergs.com.br

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Verifique se é um arteterapeuta formado e certificado

O primeiro passo, sem dúvida, é confirmar se a pessoa tem formação específica em arteterapia. Afinal, arteterapeutas são profissionais que passaram por uma formação completa – normalmente uma pós-graduação ou uma formação livre reconhecida – que segue os critérios da UBAAT (União Brasileira de Associações de Arteterapia) e das associações regionais, como a AATERGS (Associação de Arteterapia do Rio Grande do Sul).

Além disso, é essencial verificar se o profissional possui o CRA (Carteira de Registro de Arteterapeuta), emitido por uma das associações vinculadas à UBAAT. Esse registro, portanto, garante que ele cumpre todos os requisitos éticos, técnicos e práticos para atuar na área de arteterapia.

Por isso, antes de qualquer coisa, essa deve ser a sua primeira checagem.

Avalie se você se sente acolhido e confortável

Por mais que a formação seja fundamental, também é muito importante observar se você se sente confortável, acolhido e seguro no processo. Afinal, a relação terapêutica precisa ser, acima de tudo, um espaço de confiança.

Ali, você deve se sentir livre para criar, se expressar, refletir e, principalmente, ser quem você é – sem julgamentos, sem cobranças e sem nenhuma expectativa estética.

Portanto, perceba como o profissional se comunica, como conduz as conversas iniciais e se esse jeito te transmite segurança. Afinal, a técnica é importante, mas o vínculo terapêutico é o que sustenta todo o processo.

Onde buscar e como escolher?

Atualmente, felizmente, existem várias formas de encontrar um arteterapeuta.

Você pode, por exemplo:

  • Buscar diretamente no site da UBAAT e nas associações regionais, como a AATERGS;
  • Pesquisar nas redes sociais ou em blogs como este, que você está lendo agora;
  • Explorar plataformas de atendimento online, que muitas vezes oferecem filtros por abordagem, especialização e tipo de terapia.

O que observar no conteúdo que eles compartilham?

Além de buscar, é muito importante avaliar alguns detalhes. Portanto, pergunte a si mesmo:

  • A linguagem é ética, acolhedora e profissional?
  • O que é postado faz você se sentir visto, compreendido e confortável?
  • As reflexões, os textos e as propostas fazem sentido pra você e te geram identificação?

Se sim, esse pode ser, sem dúvida, um ótimo caminho para começar.

DICA DE OURO:

Você pode – e deve! – usar o próprio Instagram, blogs e redes sociais pra conhecer arteterapeutas. Observar como eles se expressam, quais reflexões compartilham e como falam sobre o processo já te ajuda muito a perceber se aquele profissional faz sentido pra você.

Afinal, a comunicação do profissional já revela muito sobre sua abordagem, seu olhar e seu jeito de conduzir as sessões.

Presencial ou online? Funciona do mesmo jeito?

Sim, funciona! A arteterapia pode acontecer tanto no formato presencial quanto no online – e ambos são igualmente válidos, seguros e eficazes.

O mais importante, portanto, não é o lugar físico, mas sim a criação de um espaço terapêutico onde você possa se expressar com liberdade, criar, refletir e, consequentemente, construir sua própria história.

Se você gosta da experiência sensorial dos materiais físicos – como argila, tinta e texturas – o presencial pode ser ainda mais interessante. Por outro lado, se você busca praticidade, conforto e flexibilidade, o online pode ser a melhor escolha.

Dicas de perguntas para fazer antes de escolher:

Fique à vontade para fazer perguntas! Inclusive, essa é uma das melhores formas de garantir que você encontrará alguém alinhado com o que você busca.

Algumas sugestões são:

  • Qual sua formação em arteterapia?
  • Você possui o CRA, emitido pela UBAAT ou por alguma associação regional?
  • Tem experiência atendendo pessoas com minha demanda específica?
  • Como costumam ser as sessões? Elas são mais livres, mais direcionadas, como funciona?
  • É necessário ter qualquer tipo de experiência com arte?
  • Você segue alguma abordagem específica (Junguiana, Humanista, Freudiana, etc.)?
  • Suas sessões são online, presenciais ou híbridas?

Essas perguntas ajudam você a entender tanto o perfil do profissional quanto se aquela forma de conduzir o processo combina com você.

Conclusão: escolher um arteterapeuta é escolher um espaço de cuidado

Escolher um arteterapeuta vai muito além de olhar um currículo. Na verdade, é sobre perceber se aquele profissional te faz se sentir seguro, visto e acolhido – e, claro, se ele tem a formação necessária pra conduzir esse processo com responsabilidade, ética e sensibilidade.

Portanto, confie na sua intuição, pesquise, observe e escolha alguém que te ajude a trilhar esse caminho de expressão, cuidado, autoconhecimento e transformação.

Como escolher um arteterapeuta
Como escolher um arteterapeuta

Fontes e referências:

  • UBAAT — União Brasileira de Associações de Arteterapia (https://ubaat.org.br)
  • AATERGS — Associação de Arteterapia do Rio Grande do Sul (https://aatergs.com.br)
  • Ciornai, S. (1995). Arteterapia: O resgate da criatividade na vida. Summus Editorial.
  • McNiff, S. (2009). Arte como cura. Summus Editorial.

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Afinal… arteterapia online funciona?

Se você já se perguntou se a arteterapia online realmente funciona, saiba que essa é uma dúvida muito comum. Afinal, será que é possível ter a mesma conexão, os mesmos efeitos e os mesmos benefícios sem estar presencialmente na sala do terapeuta?

A resposta, de forma clara e objetiva, é sim, funciona! A arteterapia online funciona, é eficaz e pode gerar transformações profundas. Obviamente, existem algumas adaptações no processo, mas isso não significa perda de qualidade. Muito pelo contrário – para muitas pessoas, o online acaba sendo até mais confortável, acessível e seguro.

O que a literatura e os estudos dizem sobre arteterapia online?

Desde a pandemia, houve um aumento significativo nas pesquisas sobre atendimentos terapêuticos online. Estudos recentes, como o publicado na Art Therapy: Journal of the American Art Therapy Association (2021), apontam que a arteterapia online mantém os principais benefícios da modalidade presencial, incluindo melhora no bem-estar emocional, desenvolvimento da autorregulação, redução da ansiedade e fortalecimento da autoestima.

Além disso, a própria AATA – American Art Therapy Association afirma que, com as ferramentas certas, os atendimentos online são absolutamente viáveis, éticos, seguros e eficientes.

Autores como Natalie Rogers (2012) também destacam que o poder da expressão simbólica não depende do espaço físico, mas sim da qualidade do vínculo, do ambiente de acolhimento e do processo criativo. Portanto, a conexão entre terapeuta, cliente e processo se mantém viva e potente, mesmo através da tela.

Quais são os benefícios da arteterapia online?

Ao escolher a modalidade online, você não perde os benefícios da arteterapia – muito pelo contrário, pode até ganhar alguns extras. Veja os principais:

Acesso fácil e seguro, sem deslocamento

✔ Atendimento no conforto da sua casa, onde se sente mais à vontade

✔ Mantém os benefícios emocionais, cognitivos e sensoriais

✔ Desenvolvimento de autoconhecimento, autocuidado e expressão emocional

✔ Redução da ansiedade, do estresse e da sobrecarga mental

✔ Flexibilidade de horários e acessibilidade para quem mora em qualquer lugar

Além disso, o processo criativo continua acontecendo da mesma forma: com materiais que você já tem em casa, com orientação do arteterapeuta, acolhimento e segurança emocional.

O que muda entre a arteterapia online e presencial?

Na essência, nada muda. Afinal, o que faz a arteterapia acontecer é o encontro entre você, o terapeuta e o processo criativo – e isso é totalmente possível no ambiente virtual.

Porém, existem algumas diferenças práticas, como:

  • Você usa os materiais que tem em casa (mas o terapeuta te orienta sobre quais escolher)
  • O espaço físico precisa ser preparado para garantir privacidade, conforto e segurança emocional
  • O envio e compartilhamento das imagens criadas pode acontecer por foto, vídeo ou na própria câmera durante a sessão

Por outro lado, muitas pessoas relatam que, justamente por estarem no seu próprio ambiente, se sentem ainda mais livres, menos intimidadas e mais à vontade para se expressar.

E se eu não tiver materiais em casa?

Acredite: não precisa ter um ateliê ou materiais sofisticados! A arteterapia online se adapta à sua realidade. Muitas vivências podem ser feitas apenas com papel e caneta, lápis de cor, canetinhas ou até materiais recicláveis, revistas velhas, pedaços de papel e tesoura.

Inclusive, o processo se torna ainda mais simbólico quando você cria com o que tem à mão. Afinal, isso também é uma metáfora poderosa sobre acolher quem você é e o que você tem hoje, sem esperar o cenário ideal para começar a cuidar de si.

Vivências e atividades de arteterapia online (e o que esperar de uma sessão)

Durante uma sessão de arteterapia online, o processo flui de forma muito parecida com o presencial. O terapeuta guia, acolhe e propõe vivências que podem incluir:

✔ Desenhos livres ou dirigidos

✔ Pinturas intuitivas

✔ Colagens com materiais simples (revistas, papel, tecido)

✔ Escrita terapêutica, mapas visuais, mandalas

✔ Modelagem (caso tenha massinha ou argila em casa)

✔ Criações simbólicas que refletem seus sentimentos, emoções e histórias

E vale sempre lembrar: Embora seja possível fazer atividades criativas por conta própria, o acompanhamento de um arteterapeuta faz toda a diferença. Com ele, você conta com acolhimento profissional, segurança emocional e, principalmente, com a condução ética e sensível que faz o processo ser muito mais transformador.

Conclusão: arteterapia online funciona, sim!

Se você sente vontade de experimentar, mas ainda tinha receio, saiba que a arteterapia online não só funciona, como pode ser tão transformadora quanto — e, em muitos casos, até mais acessível, confortável e potente.

Através das telas, continua existindo o acolhimento, a escuta, o espaço simbólico e a possibilidade de se reconectar consigo. Afinal, o que cura não é o lugar físico, mas sim o encontro: com o terapeuta, com o processo criativo e, acima de tudo, com você.

Será que arteterapia online funciona? Entenda como esse processo criativo e terapêutico pode ser profundo, acessível e transformador.
Uma sessão online de arteterapia pode ser enriquecedora!

Fontes e referências:

  • Art Therapy: Journal of the American Art Therapy Association (2021)
  • AATA — American Art Therapy Association, www.arttherapy.org
  • Ciornai, S. (1995). Arteterapia: O resgate da criatividade na vida. Summus Editorial.
  • Rogers, N. (2012). The Creative Connection: Expressive Arts as Healing. Science & Behavior Books.
  • Silva Jardim, A. et al. (2020). Art Therapy for Emotional Self-Regulation: A Review. Journal of Aging Studies.

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