O que dizem os estudos sobre arteterapia e ansiedade

O que dizem os estudos sobre arteterapia e ansiedade

Você já sentiu que colocar no papel o que está dentro de você – mesmo que de forma abstrata – traz um alívio imediato? Pois saiba que a ciência tem investigado exatamente isso. Cada vez mais, estudos mostram que a arteterapia pode ser uma aliada poderosa no tratamento da ansiedade.

Neste artigo, reuni duas pesquisas importantes que apontam os efeitos positivos da criação artística na saúde emocional. Tudo foi traduzido de forma leve, para que você compreenda sem precisar ser da área da saúde.

Arteterapia reduz a ansiedade? A ciência diz que sim.

Em 2021, uma meta-análise publicada na base PubMed analisou dezenas de estudos clínicos sobre o impacto da arteterapia na ansiedade. Os pesquisadores reuniram dados de diferentes contextos — desde sessões individuais até grupos terapêuticos, com adultos de perfis variados.

Os resultados foram consistentes: a arteterapia reduziu significativamente os níveis de ansiedade nos participantes. O mais interessante é que não havia um material específico que funcionava melhor — atividades como pintura livre, colagem, mandalas e modelagem com argila apresentaram efeitos positivos.

Além disso, o benefício não dependia de “saber desenhar”. O que importava era o processo de criar, explorar e se expressar. Ou seja, o que cura não é a técnica em si, mas a abertura para o simbólico.

Quando a arte encontra o mindfulness: MBAT

Outro estudo relevante investigou uma abordagem chamada Mindfulness-Based Art Therapy (MBAT) — uma combinação entre atenção plena (mindfulness) e expressão artística. Essa prática é utilizada principalmente com pessoas que sofrem de ansiedade e estresse crônico.

De acordo com a pesquisa, os participantes passaram por sessões onde primeiro faziam exercícios de respiração e centramento e, em seguida, criavam com materiais livres como tinta, giz e colagem. O foco não era “produzir algo bonito”, mas estar presente no aqui e agora, usando a arte como ponte.

Os efeitos relatados foram impressionantes: maior sensação de presença, redução de sintomas ansiosos, melhora no sono e até aumento da autoestima. Com o tempo, os participantes passaram a reconhecer seus gatilhos emocionais com mais clareza, o que fortaleceu a autonomia emocional.

O que isso significa na prática?

Esses estudos mostram o que muitos arteterapeutas já observam no dia a dia: a criação artística ajuda a organizar aquilo que está bagunçado por dentro.

Para quem vive com ansiedade, a arteterapia pode ser um espaço seguro para se expressar, descarregar tensão e construir uma relação mais gentil com as próprias emoções. E o melhor: não precisa ter talento ou formação artística. Basta estar disponível para experimentar.

Por fim, a ciência vem apenas confirmando aquilo que a prática já revela há tempos – que a arte pode sim ser um recurso de cuidado emocional profundo, potente e acessível.

Fontes:

  • Van Lith, T. et al. (2021). Art therapy for anxiety: A meta-analysis. Publicado no PubMed.
  • Monti, D. A. et al. (2006). Mindfulness-Based Art Therapy (MBAT) for women with cancer: Psychological effects. Publicado no PubMed.

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