Quem pode fazer arteterapia? Descubra se é pra você!

Quem pode fazer arteterapia? Descubra se é pra você!

Se você já se perguntou se pode fazer arteterapia, saiba que essa dúvida é mais comum do que parece. Afinal, muita gente ainda acredita que é necessário ter algum talento artístico, saber desenhar ou, até mesmo, entender de técnicas de arte. Contudo, essa ideia não poderia estar mais distante da realidade.

Na verdade, qualquer pessoa pode fazer arteterapia. Isso mesmo! Não existe nenhum pré-requisito, nenhuma exigência de habilidade, muito menos a necessidade de ter experiência com arte. O que realmente importa na arteterapia não é o resultado final, e sim o processo – a sua expressão, os seus sentimentos e, principalmente, o acolhimento das suas emoções.

Por isso, se você sente que precisa de um espaço seguro, leve, criativo e, ao mesmo tempo, profundamente transformador, saiba que a arteterapia pode, sim, ser pra você.

Afinal, quem pode fazer arteterapia?

De forma simples, direta e muito verdadeira, a arteterapia é indicada para qualquer pessoa que deseje cuidar de si.

Além disso, ela é perfeita para quem:

  • Busca autoconhecimento, autocuidado e desenvolvimento pessoal;
  • Está passando por ansiedade, estresse, tristeza, luto ou sobrecarga;
  • Percebe dificuldade em colocar os sentimentos em palavras e, por isso, busca outras formas de se expressar;
  • Deseja se reconectar com sua sensibilidade, sua criatividade e, acima de tudo, com sua própria essência;
  • Está vivendo processos de mudança, transição, separações, crises existenciais ou desafios emocionais;
  • Ou, ainda, simplesmente sente que precisa de um espaço acolhedor para se escutar, se olhar e se transformar.

Além disso, a arteterapia também é muito indicada para pessoas que convivem com:

  • Transtornos de ansiedade, depressão, burnout, estresse crônico ou crises emocionais;
  • Neurodivergências como TDAH, TEA, dislexia, borderline, bipolaridade e outras condições emocionais;
  • Processos de adoecimento físico, luto, perdas ou mudanças de vida significativas;
  • E, claro, pode ser um excelente complemento para quem já faz psicoterapia tradicional, potencializando os efeitos do cuidado emocional.

Portanto, se você se reconheceu em algum desses pontos – ou até mesmo em todos -, já pode considerar que a arteterapia é, sim, pra você.

Serve para todas as idades?

Sim! Absolutamente. A arteterapia é para crianças, adolescentes, adultos e idosos. Isso porque a linguagem simbólica da arte atravessa todas as fases da vida.

  • Para crianças, ela é uma ponte segura entre o mundo interno e externo. Muitas vezes, quando não conseguem falar sobre o que sentem, elas encontram na arte uma forma natural de se expressar.
  • Para adolescentes e adultos, a arteterapia se torna um espaço de escuta, de acolhimento e de resgate da própria voz. É onde podem acessar suas dores, suas potências e seus caminhos internos, muitas vezes esquecidos na correria da vida.
  • Na terceira idade, ela funciona como um suporte emocional, cognitivo e afetivo. Além disso, promove bem-estar, ativa a memória, estimula a vitalidade e alivia sentimentos como tristeza, solidão e ansiedade.

Portanto, não importa sua idade. O que importa é o seu desejo de se cuidar, de se olhar e de se permitir viver esse processo.

Preciso saber desenhar?

Aqui vai uma das respostas mais libertadoras sobre a arteterapia: não, você não precisa saber desenhar.

Na verdade, a arte dentro da arteterapia não tem a ver com beleza, técnica ou estética. Pelo contrário, ela tem tudo a ver com liberdade, expressão, movimento e conexão consigo mesma.

Portanto, quanto menos você se preocupa em “fazer bonito”, mais verdadeiro, autêntico e profundo se torna o seu processo. Afinal, não estamos aqui pra produzir obras de arte, e sim pra olhar pra dentro, se expressar e transformar aquilo que precisa de cuidado.

Conclusão: Quem pode fazer arteterapia?

Se você sente que precisa se acolher, se ouvir, se entender, aliviar suas dores emocionais ou, simplesmente, se reconectar consigo mesma… então, sim: a arteterapia é pra você.

Ela é pra quem deseja se cuidar de um jeito leve, sensível, criativo e, ao mesmo tempo, profundamente transformador. Além disso, ela é pra quem quer se desenvolver, se entender e construir uma vida mais alinhada com seus próprios valores, seus desejos e suas necessidades emocionais.

Portanto, se você chegou até aqui, talvez esse seja, sim, o sinal que você estava esperando pra se permitir viver essa experiência.

quem pode fazer arteterapia
Quem pode fazer arteterapia

Fontes:

  • McNiff, S. (2009). Arte como cura. Summus Editorial.
  • CIORNAI, S. (1995). Relação entre criatividade e saúde na Gestalt Terapia. Palestra apresentada no I Encontro Goiano de Gestalt-terapia. In: Revista do ITGT (Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestalt-terapia). nº 1, Goiânia, 1995.
  • Stuckey, H. L., & Nobel, J. (2010). The Connection Between Art, Healing, and Public Health. American Journal of Public Health, 100(2), 254–263.
  • UBAAT — União Brasileira de Associações de Arteterapia: https://ubaat.org.br/

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Para que serve a arteterapia? Descubra como ela pode te ajudar

Para que serve a arteterapia? Descubra como ela pode te ajudar

Talvez você já tenha ouvido falar sobre arteterapia, mas ficou se perguntando: afinal, para que serve? Será que ela é só uma forma de relaxamento? Será que é apenas “fazer arte”? Ou será que existe algo muito mais profundo, sensível e transformador por trás desse processo?

A verdade é que a arteterapia é muito mais do que uma atividade criativa. Na realidade, ela é um processo terapêutico, profundamente acolhedor, que utiliza recursos artísticos como uma ponte direta para o autoconhecimento, o cuidado emocional e a transformação pessoal.

Por isso, neste post, você vai entender exatamente para que serve a arteterapia, como ela funciona, quais são seus benefícios e, principalmente, de que forma ela pode ser uma ferramenta extremamente poderosa no seu processo de desenvolvimento emocional.

Afinal, para que serve a arteterapia?

De forma simples e muito direta, a arteterapia serve para criar um espaço onde você possa, antes de tudo:

  • Se expressar de maneira livre, sem julgamentos e sem precisar se explicar tanto pelas palavras;
  • Cuidar da sua saúde emocional e mental de um jeito leve, porém muito profundo e potente;
  • Se conhecer melhor, acolher suas dores, suas questões internas e, também, suas potências;
  • Resgatar sua criatividade, sua espontaneidade e sua conexão consigo mesma e com sua essência;
  • E, acima de tudo, transformar sua relação com você, com seus processos e com a sua própria vida.

Além disso, segundo a pesquisadora e referência internacional em arteterapia, Cathy Malchiodi (2005), “a arteterapia permite acessar aspectos emocionais que, muitas vezes, estão além das palavras. É uma via direta para expressar, compreender e transformar experiências internas.”

Portanto, se você sente que está sobrecarregada, perdida, ansiosa, triste, desconectada de si mesma ou, ainda, se percebe em busca de autoconhecimento, desenvolvimento pessoal e fortalecimento emocional, saiba que a arteterapia pode, sim, ser um caminho profundamente acolhedor e extremamente transformador.

Mas… Como a arteterapia funciona na prática?

Através de materiais como tintas, argila, colagens, desenhos, escrita, tecidos, elementos naturais e muitos outros, você é convidado a se expressar livremente.

Porém, diferente de uma aula de artes, aqui não existe certo ou errado. Não importa se fica bonito, feio, torto ou confuso. O que realmente importa é o que aquilo expressa, simboliza, comunica e movimenta dentro de você.

Além disso, durante a sessão, há espaço para conversas, reflexões, acolhimento e elaboração dos conteúdos que surgem no processo. Assim, a criação se torna uma ferramenta potente para acessar memórias, sentimentos, pensamentos, bloqueios e, muitas vezes, partes suas que estavam esquecidas – ou até mesmo silenciadas.

E é exatamente por isso que funciona tão bem para quem sente dificuldade em falar sobre o que sente. Afinal, nem tudo se traduz em palavras, e a arteterapia oferece uma linguagem simbólica capaz de acessar essas camadas mais profundas.

Portanto, ela não é sobre técnica, e sim sobre expressão, sentido e transformação.

Para que tipos de questões serve a arteterapia?

A arteterapia é, sem dúvidas, extremamente versátil. Ela pode ser aplicada em diferentes contextos emocionais, psíquicos e até físicos.

Saúde emocional e mental:

  • Alívio da ansiedade, estresse e sobrecarga mental;
  • Apoio no enfrentamento da depressão, luto, burnout e crises emocionais;
  • Redução da autocrítica, do perfeccionismo e daquele sentimento constante de inadequação;
  • Fortalecimento da autoestima, da autoconfiança e, consequentemente, do amor próprio.

Autoconhecimento e desenvolvimento pessoal:

  • Exploração profunda de quem você é, suas potências, seus ciclos, suas dores e suas necessidades;
  • Reconexão com sua sensibilidade, sua criatividade e, sobretudo, sua essência;
  • Desenvolvimento da inteligência emocional, da empatia e do autocuidado, não só consigo, mas também nas relações.

Regulação emocional e bem-estar:

  • Criação de recursos internos para lidar com desafios, frustrações e mudanças da vida;
  • Apoio na autorregulação emocional, especialmente para quem vive picos de ansiedade, impulsividade, irritabilidade ou desconexão consigo mesma;
  • Construção de uma vida mais alinhada com seus próprios valores, desejos e necessidades emocionais.

Apoio em contextos específicos:

  • Neurodivergências como TDAH, TEA, dislexia, ansiedade generalizada, borderline, bipolaridade e outros transtornos emocionais;
  • Processos de luto, separação, mudanças de vida, adoecimentos, perdas e transições emocionais importantes;
  • Acompanhamento complementar em tratamentos médicos, psicológicos e terapias convencionais, fortalecendo os processos de cura emocional e desenvolvimento pessoal.

E o mais incrível é que tudo isso serve para todas as idades.

Mas e a ciência? O que diz sobre a arteterapia?

Há um corpo crescente de evidências científicas que comprovam os benefícios da arteterapia.

Por exemplo, Stuckey e Nobel (2010) demonstraram que atividades expressivas, como a arteterapia, estão diretamente associadas à melhora da saúde física, mental e emocional. Seus estudos apontam redução significativa de estresse, ansiedade e até de dores físicas.

Slayton, D’Archer e Kaplan (2010) analisaram dezenas de pesquisas e encontraram resultados positivos na imensa maioria dos estudos, tanto no alívio de sofrimento emocional quanto no desenvolvimento pessoal e na promoção de bem-estar.

E, claro, Malchiodi (2005) reforça que a arteterapia não só promove bem-estar, mas também reorganiza internamente as emoções, fortalecendo a capacidade de resiliência, autocuidado e equilíbrio emocional.

Portanto, mais do que uma prática sensível, poética e criativa, a arteterapia é, sim, uma prática respaldada, validada e recomendada em diversos contextos terapêuticos.

Precisa saber desenhar?

De jeito nenhum! Esse é, sem dúvida, o mito mais comum quando o assunto é arteterapia.

O processo não exige absolutamente nenhuma habilidade artística. Na verdade, quanto menos você se apega à ideia de “fazer algo bonito”, mais verdadeiro, profundo e transformador se torna o processo.

Aqui, o foco não está na estética, nem na técnica. Está, sim, na expressão, no acolhimento, no sentido e na transformação pessoal.

Enfim: Para que serve a arteterapia?

Serve, acima de tudo, para que você cuide de si. Serve para criar um espaço onde é possível existir de forma segura, se expressar sem julgamentos, sentir sem culpa, transformar sem medo e se acolher com amor, respeito e gentileza.

É usada também, para aliviar dores emocionais, fortalecer sua identidade, resgatar sua potência criativa e, principalmente, para que você se reconecte consigo mesma, com sua essência e com a sua própria vida.

Portanto, se você chegou até aqui, talvez esse seja, sim, o sinal que você estava esperando pra se permitir viver essa experiência transformadora. ✨

Para que serve a arteterapia?
Para que serve a arteterapia?

Referências:

  • CIORNAI, S. (1995). Relação entre criatividade e saúde na Gestalt Terapia. Palestra apresentada no I Encontro Goiano de Gestalt-terapia. In: Revista do ITGT (Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestalt-terapia). nº 1, Goiânia, 1995.
  • McNiff, S. (2009). Arte como cura. Summus Editorial.
  • Stuckey, H. L., & Nobel, J. (2010). The Connection Between Art, Healing, and Public Health: A Review of Current Literature. American Journal of Public Health, 100(2), 254–263.
  • Slayton, S. C., D’Archer, J., & Kaplan, F. (2010). Outcome studies on the efficacy of art therapy: A review of findings. Art Therapy, 27(3), 108–118.

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Para quem é indicada a arteterapia? Descubra se é pra você!

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Para quem é indicada a arteterapia: Se você já se questionou se a arteterapia é para o seu momento, saiba que essa dúvida é extremamente comum. Afinal, muitas pessoas acreditam que é necessário ter habilidade artística ou saber desenhar.

No entanto, a verdade é que a arteterapia não se baseia em produzir belas imagens. Pelo contrário, o foco está no processo criativo, no acolhimento e na transformação que ele proporciona.

Portanto, ao longo deste post, você vai descobrir com clareza para quem a arteterapia é indicada. Além disso, vai entender se ela pode, de fato, ser para você – e tudo isso com embasamento.

Quem pode se beneficiar da arteterapia?

A resposta, na prática, é simples: qualquer pessoa. Contudo, ela é especialmente indicada para quem deseja:

  • Se conhecer melhor e se expressar de forma mais autêntica;
  • Cuidar da saúde emocional, aliviando sintomas como estresse, ansiedade e tristeza;
  • Acolher processos como luto, transições, mudanças ou crises existenciais;
  • Desenvolver autoestima, autoconfiança e amor próprio;
  • Reconectar-se com a criatividade, a sensibilidade e sua própria essência;
  • E, além disso, expressar aquilo que as palavras não conseguem, por meio da arte simbólica.

De forma complementar, é importante saber que diversos estudos mostram que a arteterapia também auxilia em casos específicos. Ela oferece suporte em situações como transtornos de ansiedade, depressão, burnout, TDAH, TEA, autismo, borderline e outras questões emocionais. Embora não substitua a psicoterapia convencional, ela se apresenta, muitas vezes, como um caminho acolhedor, sensível e extremamente eficaz. – sem substituir a psicoterapia convencional, mas, muitas vezes, oferecendo um caminho acolhedor e eficaz.

Evidência científica: o que comprovam as pesquisas?

A arteterapia não é apenas uma prática sensível, ela é também uma abordagem com respaldo científico.

  • Para pessoas com TEA (autismo), por exemplo, estudos sistemáticos confirmam que a arteterapia oferece ambientes seguros para comunicação não verbal, expressão emocional e desenvolvimento de habilidades sociais.
  • Quando falamos de crianças e adolescentes, as pesquisas apontam melhoras significativas no comportamento, na expressão emocional e na regulação sensorial – além de favorecer o desenvolvimento cognitivo e social.
  • Já no tratamento da ansiedade e depressão, diversos estudos relatam uma redução expressiva dos sintomas. Isso inclui, inclusive, resultados positivos em idosos que enfrentam depressão associada à ansiedade.
  • Em contextos mais delicados, como câncer e doenças crônicas, a arteterapia mostrou-se eficaz no alívio da ansiedade, da fadiga, da depressão e até da dor física. E o mais interessante: esses benefícios costumam se manter mesmo após as sessões.
  • Além disso, revisões sistemáticas confirmam que a arteterapia traz benefícios reais para diversos quadros de saúde mental – incluindo depressão, PTSD, transtornos de personalidade e esquizofrenia -, com resultados positivos na imensa maioria dos estudos analisados.

Em suma, a literatura científica sustenta que a arteterapia não só alivia sintomas, como também melhora o bem-estar geral, fortalece o desenvolvimento emocional e amplia a qualidade de vida. Mesmo que, claro, algumas áreas ainda demandem mais estudos, os resultados até aqui são muito promissores.

Arteterapia é para todas as idades

Se existe algo verdadeiramente bonito na arteterapia, é justamente o fato de que ela não tem idade. Esse é um processo que acolhe desde crianças pequenas até idosos – e cada fase da vida encontra, na criação, um caminho de expressão, acolhimento e transformação.

Isso acontece porque, ao longo da vida, nem sempre conseguimos colocar em palavras tudo aquilo que sentimos. E é justamente aí que a arteterapia se torna tão potente: ela oferece um espaço onde o que importa não é falar certo, nem criar certo – mas sim, se permitir sentir, expressar e cuidar de si.

Segundo a arteterapeuta e pesquisadora Cathy Malchiodi (2011), a arteterapia é uma linguagem que atravessa gerações, porque trabalha diretamente com os símbolos e com a imaginação – recursos que estão presentes em qualquer ser humano, independentemente da idade.

Para crianças, ela se torna uma ponte segura entre o mundo interno e o externo. Muitas vezes, elas ainda não têm recursos pra entender ou explicar o que sentem, e a linguagem simbólica da arte permite que emoções ganhem forma, cor e espaço. Assim, a arteterapia ajuda na regulação emocional, na construção da autoestima, na socialização e no desenvolvimento de uma relação mais saudável com as próprias emoções.

Como explica Sandra Ciornai (1995), a arteterapia permite que a criança externalize conteúdos internos de maneira segura, criativa e simbólica, favorecendo tanto o desenvolvimento emocional quanto cognitivo.

Para adolescentes e adultos, ela se torna um refúgio, um lugar de escuta, criação e resgate de si. Através da arte, é possível acessar questões profundas, muitas vezes difíceis de serem ditas – seja ansiedade, inseguranças, estresse, sobrecarga, crises existenciais ou dores emocionais que foram sendo acumuladas ao longo do caminho.

Shaun McNiff (2009), um dos maiores pesquisadores da área, reforça que a arteterapia não é sobre fazer arte, mas sim sobre transformar a vida através do fazer artístico. Ele afirma que o processo criativo é, por si só, terapêutico e promotor de saúde mental em qualquer fase da vida.

Na terceira idade, a arteterapia se torna também um espaço de fortalecimento da memória, da autonomia e da vitalidade. Mais do que isso, promove bem-estar emocional, alivia a solidão e resgata memórias afetivas – além de fortalecer a autoestima e estimular funções cognitivas e emocionais que, muitas vezes, vão sendo esquecidas na correria da vida ou no processo de envelhecer.

Estudos como o de Stuckey e Nobel (2010) reforçam que práticas expressivas, como a arteterapia, estão diretamente associadas à melhora da saúde física, mental e emocional de idosos, contribuindo para redução de sintomas de depressão, estresse e até de dores físicas.

Portanto, não existe idade certa pra começar. A arteterapia acolhe quem somos em qualquer fase da vida – e, de forma leve, sensível e profunda, abre caminhos pra que cada um possa se expressar, se cuidar e se transformar no seu próprio tempo.

Precisa saber desenhar? E quem não tem habilidade?

Essa é uma das maiores dúvidas, mas também um dos maiores mitos. Em várias pesquisas e revisões, ficou claro que a técnica não exige talento artístico. O importante é o processo simbólico, expressivo e emocional – não a estética da obra .

Portanto, se você acha que não “sabe desenhar”, saiba que isso não é um obstáculo – e sim, muitas vezes, uma porta de acesso ao seu inconsciente, suas emoções e seu autoconhecimento.

Conclusão: a arteterapia é para mim?

De forma clara e acolhedora: sim, a arteterapia pode ser indicada para praticamente qualquer pessoa que:

  • Quer cuidar da própria saúde emocional de forma criativa e humana;
  • Busca apoio para emoções difíceis (como tristeza, luto, ansiedade);
  • Tem dificuldade em se expressar com palavras ou gosta de se expressar através da arte;
  • Deseja aprender a se acolher, se conectar consigo e com os símbolos internos;
  • E valoriza um processo de autoconhecimento, sensibilidade e transformação.

E, embora não substitua a psicoterapia, ela pode ser uma poderosa aliada – seja sozinha ou em conjunto com outras formas de cuidado.

Para quem é indicada a arteterapia

Fontes e Referências Bibliográficas

  • Ciornai, S. (1995). Relação entre criatividade e saúde na Gestalt Terapia. Palestra apresentada no I Encontro Goiano de Gestalt-terapia. In: Revista do ITGT (Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestalt-terapia). nº 1, Goiânia, 1995.
  • Malchiodi, C. A. (2011). Handbook of Art Therapy
  • McNiff, S. (2009). Arte como cura: Reflexões sobre arte e terapia. São Paulo: Summus Editorial.
  • Stuckey, H. L., & Nobel, J. (2010). The Connection Between Art, Healing, and Public Health: A Review of Current Literature. American Journal of Public Health, 100(2), 254-263.
  • Slayton, S. C., D’Archer, J., & Kaplan, F. (2010). Outcome studies on the efficacy of art therapy: A review of findings. Art Therapy, 27(3), 108-118.
  • Martin, L. A., Oepen, R., Bauer, K., Nottensteiner, A., Mergl, R., & Hegerl, U. (2018). Creative arts interventions for stress management and prevention – A systematic review. Behavioral Sciences, 8(2), 28.
  • UBAAT — União Brasileira de Associações de Arteterapia. Disponível em: https://ubaat.org.br
  • AATERGS — Associação de Arteterapia do Rio Grande do Sul. Disponível em: https://aatergs.com.br

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Como escolher um arteterapeuta? Encontre um bom profissional

Como escolher um arteterapeuta? Encontre um bom profissional

Escolher um arteterapeuta pode gerar várias dúvidas, especialmente se você nunca passou por esse tipo de processo antes. Afinal, como saber se o profissional é realmente sério? Como entender se aquele estilo de trabalho combina com você?

Por isso, neste post, eu te ajudo a entender quais critérios são essenciais na hora de escolher um arteterapeuta. Além disso, te mostro como encontrar alguém que te ajude nesse caminho de cuidado, expressão e transformação.

Verifique se é um arteterapeuta formado e certificado

O primeiro passo, sem dúvida, é confirmar se a pessoa tem formação específica em arteterapia. Afinal, arteterapeutas são profissionais que passaram por uma formação completa – normalmente uma pós-graduação ou uma formação livre reconhecida – que segue os critérios da UBAAT (União Brasileira de Associações de Arteterapia) e das associações regionais, como a AATERGS (Associação de Arteterapia do Rio Grande do Sul).

Além disso, é essencial verificar se o profissional possui o CRA, emitido por uma das associações vinculadas à UBAAT. Esse registro, portanto, garante que ele cumpre todos os requisitos éticos, técnicos e práticos para atuar na área de arteterapia.

Por isso, antes de qualquer coisa, essa deve ser a sua primeira checagem.

Avalie se você se sente acolhido e confortável

Por mais que a formação seja fundamental, também é muito importante observar se você se sente confortável, acolhido e seguro no processo. Afinal, a relação terapêutica precisa ser, acima de tudo, um espaço de confiança.

Ali, você deve se sentir livre para criar, se expressar, refletir e, principalmente, ser quem você é – sem julgamentos, sem cobranças e sem nenhuma expectativa estética.

Portanto, perceba como o profissional se comunica, como conduz as conversas iniciais e se esse jeito te transmite segurança. Afinal, a técnica é importante, mas o vínculo terapêutico é o que sustenta todo o processo.

Onde buscar e como escolher?

Atualmente, felizmente, existem várias formas de encontrar um arteterapeuta.

Você pode, por exemplo:

  • Buscar diretamente no site da UBAAT e nas associações regionais, como a AATERGS;
  • Pesquisar nas redes sociais ou em blogs como este, que você está lendo agora;
  • Explorar plataformas de atendimento online, que muitas vezes oferecem filtros por abordagem, especialização e tipo de terapia.

O que observar no conteúdo que eles compartilham?

Além de buscar, é muito importante avaliar alguns detalhes. Portanto, pergunte a si mesmo:

  • A linguagem é ética, acolhedora e profissional?
  • O que é postado faz você se sentir visto, compreendido e confortável?
  • As reflexões, os textos e as propostas fazem sentido pra você e te geram identificação?

Se sim, esse pode ser, sem dúvida, um ótimo caminho para começar.

DICA DE OURO:

Você pode – e deve! – usar o próprio Instagram, blogs e redes sociais pra conhecer arteterapeutas. Observar como eles se expressam, quais reflexões compartilham e como falam sobre o processo já te ajuda muito a perceber se aquele profissional faz sentido pra você.

Afinal, a comunicação do profissional já revela muito sobre sua abordagem, seu olhar e seu jeito de conduzir as sessões.

Presencial ou online? Funciona do mesmo jeito?

Sim, funciona! A arteterapia pode acontecer tanto no formato presencial quanto no online – e ambos são igualmente válidos, seguros e eficazes.

O mais importante, portanto, não é o lugar físico, mas sim a criação de um espaço terapêutico onde você possa se expressar com liberdade, criar, refletir e, consequentemente, construir sua própria história.

Se você gosta da experiência sensorial dos materiais físicos – como argila, tinta e texturas – o presencial pode ser ainda mais interessante. Por outro lado, se você busca praticidade, conforto e flexibilidade, o online pode ser a melhor escolha.

Dicas de perguntas para fazer antes de escolher:

Fique à vontade para fazer perguntas! Inclusive, essa é uma das melhores formas de garantir que você encontrará alguém alinhado com o que você busca.

Algumas sugestões são:

  • Qual sua formação em arteterapia?
  • Você possui o CRA, emitido pela UBAAT ou por alguma associação regional?
  • Tem experiência atendendo pessoas com minha demanda específica?
  • Como costumam ser as sessões? Elas são mais livres, mais direcionadas, como funciona?
  • É necessário ter qualquer tipo de experiência com arte?
  • Você segue alguma abordagem específica (Junguiana, Humanista, Freudiana, etc.)?
  • Suas sessões são online, presenciais ou híbridas?

Essas perguntas ajudam você a entender tanto o perfil do profissional quanto se aquela forma de conduzir o processo combina com você.

Conclusão: escolher um arteterapeuta é escolher um espaço de cuidado

Escolher um arteterapeuta vai muito além de olhar um currículo. Na verdade, é sobre perceber se aquele profissional te faz se sentir seguro, visto e acolhido – e, claro, se ele tem a formação necessária pra conduzir esse processo com responsabilidade, ética e sensibilidade.

Portanto, confie na sua intuição, pesquise, observe e escolha alguém que te ajude a trilhar esse caminho de expressão, cuidado, autoconhecimento e transformação.

Como escolher um arteterapeuta
Como escolher um arteterapeuta

Fontes e referências:

  • UBAAT — União Brasileira de Associações de Arteterapia (https://ubaat.org.br)
  • AATERGS — Associação de Arteterapia do Rio Grande do Sul (https://aatergs.com.br)
  • Ciornai, S. (1995). CIORNAI, S. (1995). Relação entre criatividade e saúde na Gestalt Terapia. Palestra apresentada no I Encontro Goiano de Gestalt-terapia. In: Revistado ITGT (Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestalt-terapia). nº 1, Goiânia, 1995.
  • McNiff, S. (2009). Arte como cura. Summus Editorial.

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Comunicação de pessoas autistas e arteterapia: Como ela ajuda

Comunicação de pessoas autistas e arteterapia: Como ela ajuda

Como a arteterapia pode ajudar na comunicação de pessoas autistas?

Comunicação de pessoas autistas e arteterapia: Muitas pessoas no espectro autista enfrentam desafios quando se trata de comunicação verbal, expressão emocional e interação social. No entanto, isso não significa que elas não se comuniquem – muito pelo contrário. Na verdade, a comunicação acontece, sim, mas frequentemente de formas diferentes, mais sensoriais, visuais ou simbólicas.

E é justamente aqui que a arteterapia se torna uma ferramenta extremamente poderosa. Afinal, ela oferece um espaço seguro, livre de julgamentos, onde a pessoa pode se expressar sem precisar depender da fala, utilizando cores, formas, texturas, imagens e símbolos como sua própria linguagem.

Portanto, através do processo criativo, surge uma nova possibilidade de se comunicar, se expressar e, consequentemente, se fazer entender – de forma autêntica, respeitosa e absolutamente acolhedora.

O que dizem os estudos sobre arteterapia e comunicação no TEA?

Diversas pesquisas apontam os benefícios da arteterapia para pessoas autistas, especialmente no desenvolvimento da comunicação, da expressão emocional e das habilidades sociais.

Por exemplo, um estudo publicado na American Journal of Art Therapy (2018) demonstra que, ao acessar formas não verbais de expressão, a pessoa no espectro consegue construir pontes de comunicação que são mais naturais e confortáveis para ela.

Além disso, a própria AATA (American Art Therapy Association) reforça que a arteterapia contribui significativamente para:

  • ✔ Desenvolvimento da comunicação não verbal e simbólica
  • ✔ Melhora na expressão emocional
  • ✔ Fortalecimento da autorregulação sensorial e emocional
  • ✔ Aumento da autoconfiança e da autonomia na comunicação

Benefícios da arteterapia para a comunicação de pessoas autistas

Ao escolher a arteterapia, a pessoa no espectro encontra não só um espaço de criação, mas também de escuta, acolhimento e construção de significado. Entre os principais benefícios, estão:

  • ✔ Ampliação das formas de se comunicar (visual, simbólica, sensorial)
  • ✔ Aumento da compreensão de si e do outro
  • ✔ Redução de estresse e sobrecarga sensorial
  • ✔ Melhora da autoestima e da autoconfiança
  • ✔ Desenvolvimento de habilidades sociais, quando desejado
  • ✔ Fortalecimento da expressão emocional, mesmo sem uso da linguagem verbal

Como funciona na prática?

Durante uma sessão de arteterapia, a pessoa autista não precisa, necessariamente, falar. Na verdade, ela pode se expressar livremente usando os materiais disponíveis: tintas, lápis, argila, tecidos, colagens, papéis, linhas e tudo aquilo que fizer sentido para seu jeito de se comunicar.

Enquanto cria, está, na verdade, se comunicando – consigo, com o terapeuta e, muitas vezes, com o mundo.

O arteterapeuta, por sua vez, não interpreta a obra de forma literal. Ao contrário, ele oferece um espaço seguro onde o processo criativo é acolhido como uma linguagem legítima. Dessa forma, juntos constroem pontes de compreensão, significado e expressão.

Além disso, as sessões são sempre adaptadas às necessidades sensoriais e emocionais de cada pessoa.

A arteterapia substitui outras formas de comunicação?

Não. Na verdade, ela não substitui, ela complementa. A arteterapia não busca forçar que a pessoa se comunique de um jeito específico – seja verbal, seja não verbal. Pelo contrário, ela amplia as possibilidades, oferecendo um caminho de expressão que pode ser muito mais confortável, natural e autêntico.

Para algumas pessoas, a arteterapia serve como apoio ao desenvolvimento da comunicação verbal. Para outras, ela se torna uma linguagem em si – tão válida quanto qualquer outra.

Vivências arteterapêuticas que ajudam na comunicação de pessoas autistas

Cada pessoa é única, por isso as propostas são sempre pensadas de forma personalizada. No entanto, algumas vivências costumam ser muito potentes nesse processo:

1. Criação de si mesmo como personagem

Permite que a pessoa se expresse sobre quem é, o que sente, o que gosta e o que não gosta, sem precisar usar a fala.

2. Montagem de colagens sobre preferências

Ajuda a construir uma linguagem visual, facilitando a expressão de estados emocionais, interesses ou necessidades.

3. Modelagem de espaço seguro

Através da argila ou massinha, cria-se um espaço, objeto ou ambiente que represente segurança, conforto ou algo que você queira comunicar.

4. Pintura com foco sensorial

Permite explorar texturas, cores e movimentos, ao mesmo tempo em que oferece uma experiência reguladora e expressiva.

5. Diário visual ou mapa simbólico

Ajuda a pessoa a organizar suas ideias, sentimentos e experiências em imagens, símbolos e formas, tornando mais fácil expressar o que está dentro. O diário de sentimentos também é uma boa alternativa!

⚠️ Importante: Embora seja possível experimentar práticas artísticas em casa, o acompanhamento com um arteterapeuta faz toda a diferença. O profissional oferece suporte, segurança, escuta e adapta cada proposta às necessidades específicas da pessoa no espectro, tornando o processo muito mais seguro, significativo e transformador.

Conclusão

A arteterapia não é só uma forma de fazer arte – é uma linguagem legítima, sensível e potente. Para pessoas autistas, ela pode ser uma ponte fundamental na construção de comunicação, expressão e conexão com o mundo e consigo mesmas.

Através das cores, das formas, dos símbolos e dos materiais, o que antes parecia difícil de expressar, ganha espaço, voz e, principalmente, significado.

Portanto, se comunicar não é apenas falar – é ser visto, ser compreendido e ser acolhido na sua forma única de existir no mundo. E a arteterapia oferece exatamente isso: um caminho de expressão onde você não precisa caber em nenhuma caixinha.

Comunicação de pessoas autistas e arteterapia
Comunicação de pessoas autistas e arteterapia

Fontes e referências:

  • American Journal of Art Therapy (2018)
  • AATA — American Art Therapy Association, www.arttherapy.org
  • Ciornai, S. (1995). Arteterapia: O resgate da criatividade na vida. Summus Editorial.
  • Rogers, N. (2012). The Creative Connection: Expressive Arts as Healing. Science & Behavior Books.
  • Silva Jardim, A. et al. (2020). Art Therapy for Emotional Self-Regulation: A Review. Journal of Aging Studies.

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