Como se tornar um arteterapeuta: Você já sentiu que a arte pode curar? Que desenhar, pintar, escrever ou simplesmente brincar com formas e cores pode abrir espaços que as palavras não alcançam? A arteterapia nasce justamente desse encontro entre expressão artística e cuidado emocional. É uma prática que vem ganhando cada vez mais visibilidade – e despertando o interesse de pessoas que buscam um caminho mais sensível, profundo e transformador.

Se você está aqui, talvez também tenha sentido esse chamado. Neste post, vou te contar como é possível se tornar um arteterapeuta, o que é preciso estudar, onde atuar, e como descobrir qual linha combina mais com você.

O que é necessário para atuar com arteterapia?

Para se tornar um arteterapeuta, é necessário fazer uma formação específica em arteterapia. No Brasil, existem cursos de pós-graduação e especialização que duram em média dois anos, com aulas teóricas e práticas, estágios supervisionados e um trabalho de conclusão. Essas formações geralmente exigem que a pessoa já tenha uma graduação em áreas como Psicologia, Artes, Pedagogia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia ou áreas da saúde e humanas em geral.

Alguns cursos são mais abertos, inclusive aceitando estudantes e profissionais de outras áreas, desde que tenham afinidade com o trabalho terapêutico e artístico. É importante buscar uma formação reconhecida por associações sérias, como a UBAAT (União Brasileira de Associações de Arteterapia) ou as associações regionais. Essas instituições ajudam a garantir a ética e a qualidade do trabalho profissional, além de oferecerem suporte, congressos e espaços de troca entre arteterapeutas.

Qual linha escolher?

A arteterapia pode seguir diferentes linhas teóricas, e essa é uma das riquezas da profissão. As mais conhecidas são a junguiana e a freudiana, que se baseiam em conceitos da psicologia profunda, como inconsciente, arquétipos e simbolismo. Também existem abordagens mais integrativas, transpessoais ou ligadas ao pensamento sistêmico e humanista, que olham para o ser humano de forma mais ampla, incluindo espiritualidade, ancestralidade e corpo.

O ideal é buscar a linha com a qual você mais se identifica, tanto intelectualmente quanto emocionalmente. Algumas pessoas escolhem a linha depois de já terem feito terapia, outras se encantam ao conhecer os autores e experiências durante o curso. E tudo bem não saber de imediato. A arteterapia é um caminho vivo, que vai se revelando conforme a gente caminha.

Onde um arteterapeuta pode atuar?

Um dos grandes diferenciais da arteterapia é a sua versatilidade. Arteterapeutas podem atuar em consultórios particulares, clínicas multidisciplinares, escolas, hospitais, instituições psiquiátricas, projetos sociais, ONGs, casas de acolhimento, empresas e até dentro de contextos jurídicos e comunitários. É possível trabalhar tanto com sessões individuais quanto com grupos, e os públicos atendidos são diversos: crianças, adolescentes, adultos, idosos, pessoas com deficiência, vítimas de violência, entre outros.

Em todos esses espaços, a arte funciona como uma ponte entre o interno e o externo, entre aquilo que a pessoa sente e aquilo que ela pode transformar. O arteterapeuta não interpreta a obra do paciente de forma fria, mas sim acompanha a criação como quem caminha junto, oferecendo acolhimento, escuta e possibilidade de elaboração simbólica.

Precisa ser bom em arte?

Essa é uma dúvida muito comum – e a resposta é: definitivamente, não! A arteterapia não é sobre fazer obras bonitas ou técnicas perfeitas. É sobre expressão. Sobre dar forma ao que se sente, mesmo que seja torto, confuso, feio ou abstrato. Na verdade, quanto menos preocupação estética a pessoa tiver, mais livre ela pode se sentir para criar.

O papel do arteterapeuta não é julgar ou ensinar arte, mas sim facilitar um espaço seguro onde a criação possa acontecer com autenticidade. O objetivo não é o resultado final, e sim o processo. O que a pessoa sente enquanto cria, o que descobre no caminho, o que expressa sem precisar explicar. E isso pode acontecer com lápis, tinta, argila, tecido, escrita, corpo… as possibilidades são infinitas.

Vale a pena?

Se você sente que tem uma escuta sensível, que se conecta com a arte como forma de expressão, e que gostaria de ajudar outras pessoas a se reconectarem com sua própria criatividade e emoções, então sim – vale muito a pena. Ser arteterapeuta é acompanhar processos muitas vezes delicados, mas também profundamente humanos, potentes e transformadores.

É uma jornada de constante aprendizado, que envolve estudo, prática, supervisão e também um mergulho em si mesmo. Porque, antes de tudo, um bom arteterapeuta é alguém que também se permite ser tocado pela arte e pela vida. Que entende que cuidar do outro passa também por se cuidar.

Esse blog nasceu do meu amor por essa profissão e da vontade de compartilhar esse caminho enquanto ainda estou em formação. Se você também sente esse chamado, fica por aqui. Tem muita coisa linda que a gente ainda pode construir – com tinta, papel, argila, palavras… e coração. ✨

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