Você sabia que a arteterapia faz parte do Sistema Único de Saúde (SUS)? Embora muita gente ainda não saiba, desde 2006 essa abordagem integrativa vem sendo reconhecida como um recurso terapêutico complementar oferecido gratuitamente à população. Esse reconhecimento aconteceu com a publicação da Portaria nº 971, que instituiu a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS.
Desde então, a arteterapia vem sendo incorporada aos serviços de saúde pública em diversas regiões do Brasil. Em especial, sua presença tem se fortalecido em espaços como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), unidades básicas de saúde (UBS), hospitais-dia, centros de convivência, instituições de saúde mental e, inclusive, em programas voltados à saúde da família.
Por isso, a arteterapia pode ser oferecida em diversos contextos:
- Centros de Atenção Psicossocial (CAPS);
- Unidades Básicas de Saúde (UBS);
- Ambulatórios de saúde mental;
- Hospitais e centros de reabilitação;
- Programas comunitários e grupos terapêuticos.
Contudo, é importante lembrar que a oferta depende da disponibilidade de profissionais capacitados e da estrutura de cada município.
Como a arteterapia é aplicada no SUS?
Na prática, a arteterapia no SUS costuma acontecer em grupo, em encontros semanais ou quinzenais, e pode envolver diversas linguagens expressivas, como:
- Pintura, colagem e desenho;
- Tecelagem, modelagem ou cerâmica;
- Escrita criativa, poesia e contação de histórias;
- Música, dança e expressão corporal.
O objetivo é promover saúde emocional, fortalecer vínculos, estimular a escuta e permitir que os participantes expressem emoções de maneira segura e simbólica.
Muitas vezes, a arteterapia é utilizada como recurso terapêutico complementar para pessoas em sofrimento psíquico, com diagnósticos de ansiedade, depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, entre outros.
Quem pode ter acesso?
Qualquer pessoa atendida pelo SUS pode participar das oficinas de arteterapia, desde que o serviço local ofereça essa prática. Em geral, a entrada é feita por encaminhamento dentro da própria rede, seja por médicos, psicólogos ou assistentes sociais.
Além disso, em alguns municípios, a arteterapia também pode ser oferecida por meio de projetos de extensão universitária, programas sociais e grupos de convivência ligados à saúde mental.
Conclusão: arteterapia no SUS é possível – e necessária
Ainda que nem todas as cidades ofereçam arteterapia de forma ampla, sua presença no SUS é um passo importante para democratizar o cuidado emocional. Afinal, a saúde mental é um direito de todos – e a arte, quando usada com propósito terapêutico, pode ser uma ferramenta profunda de acolhimento e transformação.
Portanto, se você se interessou, vale perguntar no CAPS ou UBS mais próxima se a prática está disponível, ou buscar projetos sociais e comunitários com essa abordagem.

Referências:
- Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS – PNPIC. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
- Ministério da Saúde (2020). Práticas Integrativas e Complementares no SUS: uma realidade em expansão.
- UBAAT — https://ubaat.org.br
- AATERGS — https://aatergs.com.br