Você já ouviu falar em arteterapia com abordagem junguiana? Embora o nome pareça complexo à primeira vista, essa forma de cuidado é, na verdade, profunda, acolhedora e transformadora. E o melhor: ela permite que você se conecte com o inconsciente de maneira simbólica, sensível e criativa.
Neste post, vamos explorar como a arteterapia junguiana funciona, em quais fundamentos ela se baseia e como pode ser um caminho valioso de autoconhecimento e equilíbrio emocional.
O que é a abordagem junguiana na arteterapia?
A abordagem junguiana se baseia na psicologia analítica criada por Carl Gustav Jung, um dos maiores nomes da psicologia do século 20. Para Jung, o inconsciente é uma fonte rica em símbolos, imagens e arquétipos que influenciam diretamente nosso comportamento, emoções e escolhas – mesmo que de forma inconsciente.
Além disso, a arteterapia é uma prática que utiliza o processo criativo como meio terapêutico. Quando unimos essas duas abordagens, nasce a arteterapia junguiana: um espaço onde o fazer artístico se torna ponte para acessar conteúdos profundos da psique e dar forma às nossas vivências internas.
Como funciona uma sessão com abordagem junguiana?
Geralmente, em uma sessão de arteterapia junguiana, o foco não está apenas na conversa. Em vez disso, o convite é criar algo – uma imagem, uma colagem, uma mandala ou até mesmo um desenho intuitivo. A partir dessa criação, pode emergir um conteúdo simbólico que será interpretado ou acolhido com cuidado.
Nesse processo, é comum que símbolos e arquétipos surjam espontaneamente. Muitas vezes, o paciente nem sabe o que está desenhando, mas depois percebe que aquilo tem ligação com sentimentos, memórias ou questões inconscientes.
Ou seja, é uma jornada simbólica, em que cada imagem criada é tratada como um mensageiro do inconsciente. Isso ajuda a acessar significados importantes que favorecem o crescimento pessoal.
Exemplos de técnicas utilizadas
Para que você entenda melhor como isso se aplica na prática, aqui vão alguns exemplos de técnicas frequentemente usadas:
- Criação de mandalas para estruturar emoções e encontrar equilíbrio interno
- Colagens intuitivas com arquétipos que surgem espontaneamente
- Desenhos de sonhos e fantasias, acessando material do inconsciente
- Diálogos com a imagem criada, estimulando a reflexão profunda
- Jornada do herói, baseada em mitos e símbolos pessoais
Embora essas técnicas sejam simples, elas têm o poder de trazer à tona conteúdos internos que muitas vezes ficam adormecidos.
E se eu não sou criativo ou não sei desenhar?
Essa é uma das maiores dúvidas – e a resposta é simples: você não precisa saber desenhar! A arte na arteterapia é vista como linguagem expressiva, e não como produção estética. Por isso, o importante é a autenticidade da criação, não sua aparência.
Inclusive, quanto mais livre você se sentir, maior será a potência do processo terapêutico.
O meu processo
Atualmente, estou me formando em duas abordagens distintas:
- Arteterapia com base na psicologia junguiana, que valoriza símbolos e arquétipos
- Arteterapia com base na psicanálise, que se aprofunda na escuta do inconsciente
Ambas se complementam e ampliam minha forma de atuar, oferecendo caminhos diferentes, mas igualmente valiosos, para quem busca transformação emocional por meio da arte.
Conclusão
A arteterapia com abordagem junguiana é mais do que uma prática criativa – é uma forma profunda de escutar a si mesmo. Se você deseja mergulhar no autoconhecimento, resgatar sua força simbólica e trabalhar questões emocionais com cuidado e sensibilidade, essa abordagem pode ser exatamente o que você procura.
Mesmo que cada sessão seja única, a verdade é que o símbolo, a imagem e o afeto sempre se encontram no caminho da cura.

Referências:
- UBAAT — União Brasileira de Associações de Arteterapia. https://ubaat.org.br