Perder alguém querido é uma das experiências mais dolorosas da vida. Por isso, se você sente que está em luto e não sabe como continuar, saiba que isso é absolutamente compreensível. O luto não segue uma linha reta, e cada pessoa o vivencia de forma única. No entanto, conhecer as etapas desse processo pode ajudar a acolher o que está acontecendo com mais gentileza e clareza.

1. Negação

A primeira reação de muitas pessoas diante de uma perda é a negação. Embora pareça contraditório, isso acontece porque o cérebro precisa de tempo para absorver o impacto. A negação, portanto, atua como um mecanismo de defesa temporário, nos protegendo da dor intensa.

Nesse estágio, é comum pensar frases como: “Isso não pode estar acontecendo” ou “Parece que a pessoa ainda vai voltar”. Embora seja difícil, esse momento inicial é essencial para que o psiquismo vá, aos poucos, se adaptando à nova realidade.

2. Raiva

Com o tempo, a dor começa a emergir, e junto com ela vem a raiva. Ela pode ser direcionada a si mesmo, a outras pessoas, ao destino ou até à própria pessoa que se foi. Embora possa parecer desconfortável, sentir raiva faz parte do luto e precisa ser acolhido.

Segundo Elisabeth Kübler-Ross (2008), autora da teoria dos cinco estágios do luto, a raiva é uma tentativa de encontrar sentido para a perda – e por isso não deve ser reprimida, mas sim compreendida.

3. Negociação

Neste estágio, a mente busca alternativas para “voltar no tempo” ou “evitar a dor”. É comum ter pensamentos como: “E se eu tivesse feito diferente?” ou “Se eu me comportar de tal forma, talvez a dor passe logo”. Essa fase é marcada por um esforço emocional para recuperar o controle da situação.

Embora muitas vezes seja silenciosa, a negociação mostra o desejo profundo de evitar a dor, revelando o quanto o vínculo perdido é significativo.

4. Depressão

Com a aceitação de que a perda é real, pode surgir um grande vazio. Essa etapa costuma ser acompanhada de tristeza profunda, isolamento, falta de motivação e apatia. No entanto, sentir tristeza aqui não é sinal de fraqueza – é uma forma de elaborar a ausência e reorganizar a própria vida.

5. Aceitação

Com o tempo, e respeitando o próprio ritmo, a aceitação começa a surgir. Isso não significa “esquecer” ou deixar de sentir falta, mas sim encontrar um novo lugar para essa pessoa dentro da própria história. A aceitação abre espaço para seguir com a vida, levando consigo o amor e as memórias vividas.

É nesse momento que, muitas vezes, é possível perceber que a dor se transformou em saudade – e que ainda há caminhos a serem trilhados.

Como a arteterapia pode ajudar no luto?

A arteterapia pode ser uma aliada extremamente sensível e transformadora no processo de luto. Isso porque, muitas vezes, faltam palavras para expressar o que se sente. No entanto, as imagens, as cores e os símbolos podem traduzir o que a fala não consegue.

Além disso, a arteterapia não exige “saber desenhar”. O foco está no acolhimento, na escuta e no processo simbólico que se constrói entre o criador e sua obra. E justamente por isso, ela pode ser uma forma muito delicada e profunda de elaborar o luto.

Durante as sessões, o arteterapeuta propõe atividades que auxiliam na expressão emocional, como cartas ilustradas para quem partiu, mandalas da saudade, colagens com memórias afetivas, entre outras técnicas. Tudo isso acontece em um espaço seguro e respeitoso.

Estou em luto e não sei como seguir
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Referências

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