Se você já se perguntou se a arteterapia substitui a psicoterapia, saiba que essa é uma dúvida super comum – e, aliás, extremamente válida. Afinal, ambas são práticas terapêuticas, trabalham com saúde mental e acolhem as emoções. Mas será que elas são a mesma coisa?

A resposta é: não, não substitui. A arteterapia e a psicoterapia são abordagens diferentes, embora sejam complementares em muitos casos. Cada uma tem seus objetivos, suas técnicas e suas formas específicas de cuidar da saúde emocional.

Por isso, entender as diferenças entre elas é fundamental na hora de escolher qual caminho faz mais sentido para você – ou até para perceber que, em alguns casos, combinar as duas pode ser o melhor dos mundos.

O que é psicoterapia?

A psicoterapia é um processo conduzido por um(a) psicólogo(a) formado(a), com registro no CRP (Conselho Regional de Psicologia). Seu foco principal é compreender e intervir nas questões emocionais, cognitivas, comportamentais e psíquicas da pessoa.

Através da escuta, do diálogo, da análise e das técnicas psicológicas, a psicoterapia ajuda na elaboração de traumas, na ressignificação de padrões de comportamento, na compreensão das próprias emoções, no desenvolvimento de estratégias emocionais e na promoção de saúde mental.

Ou seja, é uma prática regulamentada, amparada pela ciência psicológica e essencial para trabalhar transtornos mentais, traumas profundos e questões emocionais complexas.

E o que é arteterapia?

Já a arteterapia é uma prática terapêutica que utiliza a linguagem artística como meio de expressão, autoconhecimento e transformação emocional. Ela é conduzida por um(a) arteterapeuta, profissional formado(a) em arteterapia, com graduação e registro em associações da área, como a UBAAT (União Brasileira de Associações de Arteterapia) e a AATERGS.

Na arteterapia, o fazer artístico – seja pintura, colagem, modelagem, desenho, escrita ou qualquer linguagem simbólica – é o caminho pra acessar conteúdos internos que, muitas vezes, as palavras não dão conta de traduzir.

Portanto, ela não exige que a pessoa saiba desenhar, pintar ou fazer arte “bonita”. Aqui, o que importa não é a estética, mas sim o processo simbólico e expressivo, que possibilita acolher emoções, reorganizar pensamentos, acessar o inconsciente e construir caminhos de autocuidado e desenvolvimento pessoal.

Afinal… a arteterapia substitui a psicoterapia?

A resposta é direta e clara: não, a arteterapia não substitui a psicoterapia.

Elas são práticas diferentes, com formações, abordagens e funções distintas. Porém, o mais bonito é que elas podem se complementar de maneira maravilhosa.

  • A psicoterapia trabalha com a escuta verbal, análise, elaboração psíquica e técnicas próprias da psicologia. É indicada especialmente para quem enfrenta transtornos emocionais, traumas, ansiedade, depressão, crises existenciais profundas ou qualquer sofrimento psíquico que demande um acompanhamento clínico e psicológico.
  • A arteterapia, por sua vez, é uma abordagem terapêutica que ajuda no desenvolvimento emocional, na ampliação do autoconhecimento, no fortalecimento da autoestima, na liberação de emoções e na transformação simbólica de vivências.

Portanto, a arteterapia não faz diagnóstico, nem trabalha quadros clínicos da mesma forma que a psicologia faz. Ela oferece um espaço terapêutico de acolhimento e expressão, mas sem substituir a atuação da psicoterapia.

Quando fazer arteterapia? E quando fazer psicoterapia?

Fazer arteterapia faz muito sentido se você:

  • Quer se conhecer melhor e desenvolver sua criatividade;
  • Busca um espaço para expressar emoções sem a necessidade de colocar tudo em palavras;
  • Deseja aliviar ansiedade, estresse, sobrecarga e fortalecer seu bem-estar;
  • Quer trabalhar autoconfiança, autoestima, amor-próprio e autocuidado;
  • Sente vontade de explorar sua sensibilidade, sua imaginação e seus processos internos de forma mais simbólica e sensível.

Fazer psicoterapia é essencial se você:

  • Está lidando com transtornos emocionais como ansiedade, depressão, burnout ou transtornos de personalidade;
  • Precisa de um espaço clínico para elaborar traumas, feridas emocionais ou questões complexas;
  • Busca compreender padrões de comportamento, pensamentos automáticos e mecanismos psíquicos;
  • Está passando por crises, lutos, rompimentos ou situações de sofrimento intenso;
  • Precisa de intervenções clínicas, diagnósticos e estratégias terapêuticas baseadas na psicologia.

E posso fazer as duas ao mesmo tempo?

Com toda certeza! Aliás, muitos profissionais indicam isso, justamente porque as duas abordagens se complementam lindamente.

  • Enquanto na psicoterapia você fala, reflete e elabora pela via verbal e analítica,
  • Na arteterapia você acessa conteúdos inconscientes de forma simbólica, sensível, poética e intuitiva, através do fazer artístico.

Essa combinação aprofunda o processo de autoconhecimento, oferece novas formas de lidar com suas emoções e fortalece seu desenvolvimento pessoal.

Conclusão: arteterapia e psicoterapia não são a mesma coisa

Se você tinha essa dúvida, agora já sabe: a arteterapia não substitui a psicoterapia, mas é uma poderosa aliada no processo de autocuidado, transformação e desenvolvimento emocional.

Cada uma tem sua função, seu papel e sua importância na sua jornada de cura e autoconhecimento. E, dependendo do seu momento de vida, você pode escolher uma delas – ou, quem sabe, unir as duas pra um cuidado ainda mais completo, sensível e profundo.

A arteterapia substitui a psicoterapia
A arteterapia substitui a psicoterapia

Referências:

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