Escolher um arteterapeuta pode gerar várias dúvidas, especialmente se você nunca passou por esse tipo de processo antes. Afinal, como saber se o profissional é realmente sério? Como entender se aquele estilo de trabalho combina com você?
Por isso, neste post, eu te ajudo a entender quais critérios são essenciais na hora de escolher um arteterapeuta. Além disso, te mostro como encontrar alguém que te ajude nesse caminho de cuidado, expressão e transformação.
Verifique se é um arteterapeuta formado e certificado
O primeiro passo, sem dúvida, é confirmar se a pessoa tem formação específica em arteterapia. Afinal, arteterapeutas são profissionais que passaram por uma formação completa – normalmente uma pós-graduação ou uma formação livre reconhecida – que segue os critérios da UBAAT (União Brasileira de Associações de Arteterapia) e das associações regionais, como a AATERGS (Associação de Arteterapia do Rio Grande do Sul).
Além disso, é essencial verificar se o profissional possui o CRA (Carteira de Registro de Arteterapeuta), emitido por uma das associações vinculadas à UBAAT. Esse registro, portanto, garante que ele cumpre todos os requisitos éticos, técnicos e práticos para atuar na área de arteterapia.
Por isso, antes de qualquer coisa, essa deve ser a sua primeira checagem.
Avalie se você se sente acolhido e confortável
Por mais que a formação seja fundamental, também é muito importante observar se você se sente confortável, acolhido e seguro no processo. Afinal, a relação terapêutica precisa ser, acima de tudo, um espaço de confiança.
Ali, você deve se sentir livre para criar, se expressar, refletir e, principalmente, ser quem você é – sem julgamentos, sem cobranças e sem nenhuma expectativa estética.
Portanto, perceba como o profissional se comunica, como conduz as conversas iniciais e se esse jeito te transmite segurança. Afinal, a técnica é importante, mas o vínculo terapêutico é o que sustenta todo o processo.
Onde buscar e como escolher?
Atualmente, felizmente, existem várias formas de encontrar um arteterapeuta.
Você pode, por exemplo:
- Buscar diretamente no site da UBAAT e nas associações regionais, como a AATERGS;
- Pesquisar nas redes sociais ou em blogs como este, que você está lendo agora;
- Explorar plataformas de atendimento online, que muitas vezes oferecem filtros por abordagem, especialização e tipo de terapia.
O que observar no conteúdo que eles compartilham?
Além de buscar, é muito importante avaliar alguns detalhes. Portanto, pergunte a si mesmo:
- A linguagem é ética, acolhedora e profissional?
- O que é postado faz você se sentir visto, compreendido e confortável?
- As reflexões, os textos e as propostas fazem sentido pra você e te geram identificação?
Se sim, esse pode ser, sem dúvida, um ótimo caminho para começar.
DICA DE OURO:
Você pode – e deve! – usar o próprio Instagram, blogs e redes sociais pra conhecer arteterapeutas. Observar como eles se expressam, quais reflexões compartilham e como falam sobre o processo já te ajuda muito a perceber se aquele profissional faz sentido pra você.
Afinal, a comunicação do profissional já revela muito sobre sua abordagem, seu olhar e seu jeito de conduzir as sessões.
Presencial ou online? Funciona do mesmo jeito?
Sim, funciona! A arteterapia pode acontecer tanto no formato presencial quanto no online – e ambos são igualmente válidos, seguros e eficazes.
O mais importante, portanto, não é o lugar físico, mas sim a criação de um espaço terapêutico onde você possa se expressar com liberdade, criar, refletir e, consequentemente, construir sua própria história.
Se você gosta da experiência sensorial dos materiais físicos – como argila, tinta e texturas – o presencial pode ser ainda mais interessante. Por outro lado, se você busca praticidade, conforto e flexibilidade, o online pode ser a melhor escolha.
Dicas de perguntas para fazer antes de escolher:
Fique à vontade para fazer perguntas! Inclusive, essa é uma das melhores formas de garantir que você encontrará alguém alinhado com o que você busca.
Algumas sugestões são:
- Qual sua formação em arteterapia?
- Você possui o CRA, emitido pela UBAAT ou por alguma associação regional?
- Tem experiência atendendo pessoas com minha demanda específica?
- Como costumam ser as sessões? Elas são mais livres, mais direcionadas, como funciona?
- É necessário ter qualquer tipo de experiência com arte?
- Você segue alguma abordagem específica (Junguiana, Humanista, Freudiana, etc.)?
- Suas sessões são online, presenciais ou híbridas?
Essas perguntas ajudam você a entender tanto o perfil do profissional quanto se aquela forma de conduzir o processo combina com você.
Conclusão: escolher um arteterapeuta é escolher um espaço de cuidado
Escolher um arteterapeuta vai muito além de olhar um currículo. Na verdade, é sobre perceber se aquele profissional te faz se sentir seguro, visto e acolhido – e, claro, se ele tem a formação necessária pra conduzir esse processo com responsabilidade, ética e sensibilidade.
Portanto, confie na sua intuição, pesquise, observe e escolha alguém que te ajude a trilhar esse caminho de expressão, cuidado, autoconhecimento e transformação.

Fontes e referências:
- UBAAT — União Brasileira de Associações de Arteterapia (https://ubaat.org.br)
- AATERGS — Associação de Arteterapia do Rio Grande do Sul (https://aatergs.com.br)
- Ciornai, S. (1995). Arteterapia: O resgate da criatividade na vida. Summus Editorial.
- McNiff, S. (2009). Arte como cura. Summus Editorial.